quarta-feira, 13 de abril de 2016
VULCÃO
Diante de um vulcão, o que fazemos depende da posição do nosso olhar.
Se estamos sob o risco real de sermos atingidos, devemos rapidamente correr para bem longe. Não adianta esperar que ele se acalme, se seguros não nos encontramos. Ele não se aquietará só porque desejamos ou porque nos preocupamos com os alcançados por sua onda de destruição.
Se estamos a uma distância segura, podemos, se for o caso, nos juntar aos que apoiam na retirada e nos cuidado dos atingidos pelas lavas.
Se estamos distantes, podemos admirar o vulcão e refletir sobre a força poderosa da natureza.
Se estamos apenas diante da fotografia de um vulcão, podemos contemplá-lo como uma bela obra de arte. Não passa de um leão domado, desdentado e enjaulado. Nunca nos machucará.
A crise é como um vulcão.
Se a crise nos atinge -- potencialmente ou realmente nos atinge --, temos que nos proteger e correr, antes que as cinzas nos enterrem.
Se a crise se aproxima de nós e já sentimos o calor de suas ondas de fogo, devemos nos empenhar para que não nos derrube, estudando mais, refletindo mais, trabalhando mais. A crise não se afastará de nós porque não gostamos dela.
Se a crise se mantém longe de nós, temos que avaliar o cenário, aquilatar o seu perigo e agir de modo que a nossa vida, seja emocional ou profissional, familiar ou nacional, não venha a ser seriamente atribulada.
Se a crise é apenas uma imagem que desfila diante dos nossos olhos, como tal deve permanecer. Não tem que ser nossa uma crise que não é nossa.
Há crises que não passam de jogos de poder ou de espetáculos para nos desviar das atitudes que precisamos tomar.
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