segunda-feira, 9 de junho de 2014
O AMOR DE DEUS NÃO É INCONDICIONAL
"Quão amáveis são os teus tabernáculos, SENHOR dos Exércitos!
A minha alma está desejosa, e desfalece pelos átrios do SENHOR; o meu coração e a minha carne clamam pelo Deus vivo.
Até o pardal encontrou casa, e a andorinha ninho para si, onde ponha seus filhos, até mesmo nos teus altares, SENHOR dos Exércitos, Rei meu e Deus meu.
Bem-aventurados os que habitam em tua casa; louvar-te-ão continuamente" Salmos 84:1-4
Rubinho Pirola
Há uma confusão generalizada entre o templo, descrito no Antigo Testamento como a habitação do Criador e aquele que as Escrituras do Novo Pacto dizem ser o lugar de morada do Eterno.
Entre um e outro, há muita distinção.
Num, compra-se, vende-se...
Conversam, abraçam-se pessoas de carne e osso.
Filosofa-se, discute-se, argumenta-se...
Conversam sobre tudo - futebol, política, sobre a vida alheia... sobre a aventura humana e até do que é eterno.
Nesse, que é construído por pedras, tijolos, argamassa, também é edificado por esforço humano, obras e obreiros, pela vaidade do mortal, sobre o suor, lágrimas e esperança alheia, e pelo inútil comércio que pretende-se comprar o Inegociável.
As suas portas são seletivas, excludentes e não raro, custam muito ao que ali queiram entrar e tem horário e profissionais para o seu funcionamento.
Nesse lugar geográfico, limitado pelo alcance dos olhos e poder humanos, constroem-se carreiras e edificam-se nomes para o que vai-se perder naquele dia.
Esse, apesar da institucionalização da relação com o que não Se poder aprisionar ou manipular, foi destruído quando o Filho do Homem Se deu em sacrifício único e capaz (palavras Dele, não minhas!).
No outro templo, construído em apenas três dias por Deus, foi edificado pela ação do Espírito. Sem palavras, muitas vezes em choro e lágrimas, com murmúrios... Mas solidificado por graça. Ali, onde a ação do homem, frágil não tem poder e onde o não-fazer, o despir-se e humilhar-se bate à porta dos céus ou aciona-se o elevador que nos leva até lá.
Nesse outro templo, feito por Deus, encontramos-nos a sós com Ele.
E encontramos não o juízo, não olhares sem misericórdia ou ternura.
Ali encontramos o refúgio da alma e onde a tal mesa é preparada e posta em frente aos nossos adversários e encontramos a honra e o consolo a nós dispensado pelo Papai.
Nesse último, o lugar é o que menos conta. Porque o Lugar nos achou. Nesse lugar sequer precisamos entrar, porque o Lugar entrou em nós - onde quer que estejamos e desejamos esse encontro. E tem lugar para o rico e o pobre, o pequeno e o tido por grande, o excluído, o desprezado, o bem afamado, o fracassado, o sábio e o ignorante, o branco e os de toda cor, etnia, cultura e nação...
No outro, o primeiro, pode-se achar de tudo. Menos Deus.
"E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração."
Jeremias 29:13
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