domingo, 15 de fevereiro de 2015
PEDÁGIO
Li num adesivo de um carro o famoso dizer de Jesus: “Eu sou o caminho”.
Em virtude de ter viajado recentemente e ter desembolsado um bom dinheiro pagando pedágios, logo pensei: quanto é o pedágio para o céu?
A Reforma protestante eliminou o pedágio das indulgências que além de não ser bíblico era tremendamente pesado para o bolso do povo pobre da época. Muitos faziam enormes sacrifícios para jogar algumas moedas nos cofres da igreja. O povo, pelo menos os seguidores da Reforma, se viu livre do pedágio.
Mas o ser humano é miserável por natureza. Ele quer pagar alguma coisa para ir ao céu. De graça não tem graça. De graça não presta. O sujeito tem que sentir no bolso ou na carne que está fazendo jus ao céu. Mesmo não tendo, procura um jeito de pagar.
Ai entra a esperteza dos João Tetzel modernos. O cara inventa os pedágios. Pregação suave, boca mole, sorriso fácil, abraços a velhas, afagos nas crianças. Tudo isso adicionado torna o pedágio cada vez mais caro. Os Soares, Macedos, Santiagos e outros mímicos vão fazendo a festa. Só falta mesmo o descaramento de dizer: “Ouçam o tilintar das vossas moedas no céu”.
E o povo? O povo gosta e se esbalda.
Eu acho bom.
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