quinta-feira, 19 de janeiro de 2017
PEDAGOGIA
"Não é verdade que o sofrimento enobreça o caráter. A felicidade faz isso, às vezes, mas o sofrimento, em sua maior parte, torna os homens mesquinhos e vingativos".
Pedagogia
Quando o sofrimento nos atinge, na mente ou no corpo, desenvolvemos várias atitudes, muitas vezes numa sequência. Primeiramente, ficamos surpresos: "nunca imaginei". Depois, podemos nos sentir revoltados: "eu não aceito que isto me tenha acontecido; eu não mereço". Em seguida, nós nos tornamos mais reflexivos: "por que coisas assim acontecem? Há algum sentido nisto?".
Estas atitudes são legítimas e mostram que o sofrimento nos obriga a pensar, sobretudo quando vamos além da surpresa e da revolta.
Quando o sofrimento atinge a mente ou o corpo de uma pessoa próxima, com laços de sangue e ternura, também ficamos inicialmente surpresos: "como isto foi acontecer!". Depois nos indignamos com a injustiça: "ela sempre ajudou tudo mundo e agora está nesta situação". A reflexão vem mais tarde: "por que coisas ruins acontecem a pessoas boas?".
Estas atitudes mostram que não somos indiferentes à dor do outro; por isto, nós a tomamos como se fosse nossa.
Ajuda-nos pensar que o sofrimento não é pedagógico por si mesmo; nós é que tiramos lições dele. O sofrimento não veio para nos ensinar, mas aconteceu porque alguma lei, social ou natural, conhecida ou desconhecida, foi quebrada, Já que veio e temos de conviver com ele, devemos permitir que nos ensine, evidenciando, por exemplo, a fragilidade humana, o que nos torna menos autossuficientes e mais humildes e solidários. O sofrimento não nos faz melhores; nós é que podemos nos tornar melhores durante ou depois que ele nos atinge.
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