domingo, 20 de julho de 2014
QUE PREGUES A PALAVRA
O que vem me chamado muito atenção em nossos dias é a extinção de mensagens biblico-expositiva, ou seja, não vemos mais nos púlpitos pregações expositivas (as vezes aparece um, ou outro) mas a vasta maioria são pregadores interativos, aqueles que usam de chavões e bordões, para fazer com que os ouvintes se interajam entre si e também com a mensagem.
O interessante é que quando começamos a percorrer as Sagradas Escrituras, mas precisamente no início da igreja, vemos que depois de Jesus ter sido preso, e crucificado no Gólgota na sexta feira, ao domingo ele ressuscitou. Quarenta dias depois da sua ressurreição ele apareceu aos discípulos sobre o Monte das Oliveiras afim de lhes dar as instruções finais. (At 1.1-11). Depois disso os discípulos voltaram para Jerusalém, para aguardar a promessa que Jesus lhes havia dito antes de ascender aos céus (At 1.5). O mestre havia prometido a presença do Espirito Santo. E dez dias após essa data, cinquenta dia após a pascoa, quase 120 pessoas se reuniram e todos foram cheios do Espirito. (At 2.1-4)
Depois Pedro fazendo uma pregação biblico-expositiva (At 2.14-34) quase três mil pessoas se converteram e foram batizadas (At 2.41) Deus operava milagres por meio dos apóstolos de modo que a multidão se reunia para ouvir a palavra de Deus (At 5.12). Esses milagres convenceram a muitos de que os cristãos estavam verdadeiramente servindo a Deus. As autoridades do templo, num esforço por suprimir o interesse das pessoas na nova religião, prenderam os apóstolos. Mas Deus enviou um anjo para libertá-los (At 5.17-20), o que provocou mais excitação, e a igreja crescia cada vez mais (At 5.14).
Hoje, o modelo que prevalece e encanta multidões é o da pregação interativa dos, no melhor estilo diga-isso-e-aquilo-para-o-seu-irmão, com pouquíssimo conteúdo bíblico e malabarismo de sobra. Como consequência, muitos crentes já não suportam a exposição da viva e eficaz Palavra do Senhor (Hb 4.12). Isso, para eles, é simples demais e enfadonho; querem movimento, animação, berros prolongados ao microfone, gracejos, exibição teatral, etc.
A exposição verdadeiramente ungida das Escrituras perdeu o seu espaço. E quem não gosta de animação de auditório, como este que vos escreve, é considerado pela maioria como retrógrado, ultrapassado, invejoso, sem unção, incapaz de “gerar a graça”, inimigo do “mover de Deus”, cético, etc.
Mas nos vemos diante do exposto, que foi a pregação biblico-expositiva que Pedro fez, que milhares de pessoas se renderam aos pés do Senhor e foram cheias do Espirito Santo, em decorrência da mensagem bibliocêntrica pessoas eram curadas, milagres aconteciam e a igreja crescia cada vez mais. Será que realmente é preciso fazer “movimento”, ter animação, berros prolongados ao microfone, gracejos, exibição teatral, fatos anedóticos (as vezes até piadas mesmo) para que o Espirito Santo seja derramado, para que pessoas sejam curadas e libertas e principalmente que haja salvação, ou será que basta a Palavra do Senhor ser pregada?
Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. (2 Timóteo 4:2)
E ele lhes disse: Vamos às aldeias vizinhas, para que eu ali também pregue; porque para isso vim. (Mc 1.38)
Pregando a Palavra,
Anderson Ribeiro
Postado por Anderson Ribeiro às 17:40
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