segunda-feira, 15 de agosto de 2016
A DIFERENÇA ENTRE POLITICA E POLITICAGEM
A falta de compreensão dessa diferença é que tem definido a postura da maioria do povo brasileiro, uma postura confusa e de escolhas equivocadas e maléficas no contexto político brasileiro. Os eleitores tendenciosos e os candidatos interesseiros que são eleitos é que formam a politicagem que presenciamos nesta crise pela qual passa o Brasil. Examinaremos a grande diferença entre a política e a politicagem.
A palavra política vem da língua grega e significa “o governo da cidade”. Ela tem a ver com “boas maneiras, urbanidade, cavalheirismo, polidez, gentileza, civilidade, benevolência, humildade, acolhimento...”.[1]É o compromisso com a governabilidade e com a gestão eficiente, eficaz, apaixonada e zelosa da cidade. O político autêntico, por vocação e não por vacação, é uma pessoa comprometida com a excelência em governar uma cidade ou legislar com justiça. O político é alguém que está engajado na construção de um projeto de Estado e não simplesmente de um movimento de governo que visa perpetuar-se no poder pelo poder. Ele está interessado no bem da nação, bem como contribuir de forma decisiva para o fortalecimento das instituições do Estado brasileiro. O político é um servo do povo e para o povo. O seu poder emana do povo para servir o povo com equidade, compromisso, amor, empatia, simpatia, respeito e competência. Ele não tem interesses próprios, mas trabalha fielmente para os interesses dos seus eleitores sempre obedecendo a Constituição. Tudo que é possível fazer para facilitar a vida dos cidadãos é do âmbito do político vocacionado para o cargo eletivo ou indicado para um cargo público com base na meritocracia. O político não procura cargos, mas cargas. É uma pessoa comprometida com o trabalho de melhorar a qualidade de vida da população. Ele busca se aprofundar em sua função delegada pelo voto. O político vocacionado é uma pessoa estudiosa, aplicada, disciplinada e determinada nas suas atribuições definidas em lei. Ele veste a camisa do serviço abnegado para beneficiar o cidadão que paga os impostos. O homem público é trabalhador e responsável. Tem consciência da envergadura da missão que recebeu dos eleitores.
A palavra politicagem é uma deformação da política e quer dizer: “corporativismo, espírito de classe, fisiologismo, rabo preso; filosofia sectária, mercantil; mercantilismo, partidarismo, comprometimento, unilateralidade, política de campanário, politiquice, venalidade, chicana, nepotismo, favoritismo, parcialidade, suspeição, sutileza, astúcia, artimanha, desvario, extravagância, desatino, facciosismo, má fé, fanatismo, corrupção, suborno e tráfico de influência”. [2]Estes significados traduzem muito bem a grande maioria que está na gestão pública ou em cargos eletivos. Poderia se dizer o contrário, mas não seria real ou verdadeiro. A politicagem anda solta como um vírus em todo o corpo do Estado brasileiro. As instituições estão cheias de gente politiqueira. Essa gente está preocupada em levar os cargos na maciota. O politiqueiro, o que pratica a politicagem, está interessado em favorecer a si, sua família e seus apadrinhados. Ele não está preocupado com a meritocracia, mas com os seus interesses meramente pessoais. Quando se fala em político, a lembrança é de egoísmo, egolatria, incompetência, maldade, fisiologismo e alto interesse em benefício próprio. Geralmente o politiqueiro é reacionário. Ele não tem princípios, mas principado. Não tem personalidade, pois o partido é que manda. O politiqueiro não tem coerência. É triste sustentar politiqueiro. Ele custa muito caro aos cidadãos que pagam pesados impostos. Partidos e politiqueiros são ineficientes, perdulários, irresponsáveis com o dinheiro público. Ganham muito para nada fazerem. São como camarões, que vivem nas costas do Brasil. É muito triste e pesado lidar com politiqueiro. Ele sé aparece de quatro em quatro anos. Muitos políticos se elegem pela compra de votos. No exercício dos cargos, geralmente não há prestação de contas.
Os que praticam a politicagem gostam de visitar os pastores e as igrejas. Fazem média. Parecem amigos, mas não são. Os politiqueiros utilizam todos os meios para impressionarem os incautos. Poucos brasileiros são massa crítica. Infelizmente, a maioria não sabe votar, não sabe exercer a cidadania responsável. Os politiqueiros se elegem por causa dos cidadãos irresponsáveis e imaturos, que não pensam e que não têm discernimento. No ambiente da politicagem muitos se candidatam para elegerem os mais conhecidos e, assim, conseguirem uma boquinha com os que foram eleitos. É a politicagem do apadrinhamento da troca. Uma das cenas mais dantescas é o programa eleitoral nos meios de comunicação de massa. É sofrível ver. Na verdade, causa asco, nojo. Podemos perceber claramente que na politicagem a pessoa se candidata a um emprego e não a uma vocação, a uma missão ou a um compromisso inadiável e inalienável com o povo. Os salários e os benefícios são atraentes. Na politicagem, se possível, emprega-se todos os familiares e agregados.
Nesse tempo tão tumultuado, quando passamos por uma crise profunda, precisamos dizer não, definitivamente não, à politicagem. Precisamos de políticos de caráter. É necessário dizer sim à política séria, comprometida com a verdade, com a integridade, com a governabilidade e com o bem-estar do povo. A política está à serviço da justiça social, distribuição de renda, saúde de qualidade, segurança eficaz e eficiente, educação de excelência e uma consciência profunda de igualdade e fraternidade. O Brasil não avançará enquanto houver politicagem, isto é, nepotismo, corrupção e os outros desmandos. Precisamos eliminar no voto os maus políticos, os que praticam a politicagem. Os partidos são cabides de emprego e não formadores de cidadania e desenvolvimento sustentável. Que Deus nos livre dos politiqueiros e nos dê políticos que amem o Brasil, mas, acima de tudo, amem a Deus, nosso Criador e Redentor, Senhor da História.
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