sábado, 27 de agosto de 2016
APERTO
Epifania é uma súbita sensação de entendimento ou compreensão da essência de algo. Na espiritualidade, podemos dizer que são aqueles momentos que sentimos claramente a presença de Deus, apesar de não podermos vê-los com os olhos humanos.
Essa semana tive essa certeza, quando pude-me ver livre de uma alergia brava de pele que contraí em uma recente viagem aos Emirados Árabes e ao Egito, onde comi de tudo e acabei com uma intoxicação alimentar.
Ao me sentir livre daquele incômodo que vinha há dias sofrendo, o meu coração foi tomado de grande gratidão a Deus e ao médico, que vi como um instrumento dEle, e subitamente ao olhar para o céu, o vi totalmente preenchido de nuvens brancas, com exceção, acima de mim, onde via como um clarão impressionante, onde os raios do sol desciam em profusão.
Naquele momento, senti todo o meu corpo formigar em paz e fui tomado de lágrimas ao continuar a agradecer ao Criador. E me veio até à mente uma música de gratidão que adoro, Gracias, do cantor Marco Witt.
Depois, indo pro trabalho, fiquei pensando porque muitas vezes precisamos de momentos onde passamos apertos como este que citei para sentir Deus ao nosso lado.
Vejo como eu e possivelmente muitas pessoas possuem a dificuldade de estar mais em contato com o divino, com essa vida louca que temos levado em geral, principalmente nas grandes cidades, com notícias a mil, redes sociais, problemas das mais diversas naturezas, crise no país, etc. Parece que não temos tempo nem para respirar.
E também me lembrei de uma palavra que aprendi no Egito, nesta viagem: “INSHALLAH”. Ela pode ser traduzida como “se Deus quiser” e é falado toda hora lá. Por exemplo, se pede-se um táxi, o motorista quase sempre falará INSHALLAH para dizer “se Deus quiser” chegaremos aonde quer ir.
Mas, longe de ser um mero automatismo de linguagem, revela a convicção de muitos ali de um Deus que está a atuar em cada detalhe em nossas vidas, guiando-nos e interagindo o tempo todo.
E aí, ao lembrar disso, me perguntei: Por que muitas vezes estou tão longe de Deus? Onde está a vida de oração necessária para essa comunhão se perenizar? De sentir Deus, não pela fé dos outros, mas, como uma realidade palpável no meu dia-a-dia e não só quando um mal me acomete? Em resumo, senti-me envergonhado.
E creio que uma das principais razões deste distanciamento é a altivez, aquela pretensão que temos muitas vezes de acharmos que andamos sozinhos pelos nossos méritos próprios, força ou dinheiro, sendo que Provérbios 16:18 é claro ao dizer que a altivez do espírito, precede a queda.
Concluo, pedindo a Deus que nos dê sempre pés nos chãos, que estejamos renovando nossa mente todos os dias para que os “olhos altivos” não virem o nosso caráter. Para Ele toda a glória hoje e sempre. Amém.
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