quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

FEEDBACK

Valorização e desenvolvimento do ser humano - estes são uns dos principais focos da gestão de pessoas, tornando-se o diferencial de empresas de sucesso. Deve ser algo ainda mais repensado e reforçado nas organizações cujo centro é Cristo - exemplo maior de amor, respeito e valor ao próximo. Uma das ferramentas da gestão de pessoas é o feedback. Um instrumento utilizado visando o desenvolvimento dos colaboradores e, conseqüentemente, da própria organização, apesar de muitas vezes as pessoas não estarem atentas à sua importância e resultados. Basicamente, o feedback é conhecido como os “retornos”, as informações, as reações que recebemos a respeito dos comportamentos ou tarefas que realizamos. Aponta qualidades ou deficiências na execução de um trabalho, indicando novas formas de execução e sugerindo mudanças. Além de rever atitudes inadequadas, é ótima ferramenta para reforçar comportamentos positivos, atitudes criativas e inovadoras. O conhecido episódio bíblico em que Jetro aconselhou seu genro Moisés demonstra a importância do feedback. Antes de sugerir o que Moisés deveria fazer para melhorar seu desempenho, Jetro o avaliou e o fez enxergar onde estava errando e as conseqüências de permanecer no erro: “Não é bom o que fazes. Sem dúvida, desfalecerás; tanto tu como este povo que está contigo; pois isto é pesado demais para ti...” (Ex 18:17,18). O resultado deste feedback foi surpreendente e, como sabemos, trouxe mais qualidade para o ministério de Moisés. Apesar de reconhecerem a importância, gestores e líderes apresentam dificuldades nesta prática, seja por uma visão equivocada, seja pelas resistências presentes nos relacionamentos, na cultura da organização ou no modo como ela é liderada. Não só os líderes, mas também os liderados (ou colaboradores) ainda entendem o processo apenas como crítica negativa e levantam barreiras tanto no dar, quanto no receber feedback. Certamente, isso ocorre por se tratar de um processo que diz respeito a comportamentos, atingindo diretamente os sentimentos das pessoas, assim como a forma que estas se vêem e vêem os outros. Você também há de concordar que em geral não é muito gostoso ouvir sobre coisas que precisam ser ajustadas em suas atitudes... Mas é importante destacar também que, realizado de forma imprópria, o feedback pode gerar um clima de tensão e desconforto na equipe. Por ser um processo delicado, porém de grande valor, é necessário um trabalho intencional de desenvolvimento das habilidades e técnicas necessárias para o uso correto desta ferramenta, afim de que ela traga resultados para todos os envolvidos e não se torne motivo de mal-estar no relacionamento entre líderes e liderados. Uma primeira ação necessária é checar as dificuldades que a liderança em geral e os liderados possuem em relação a dar e receber feedback, reconhecendo as possíveis barreiras que impedem a prática - como problemas de relacionamento, cultura muito fechada, liderança autoritária, falta de transparência. Da mesma forma, aspectos e características que podem ser facilitadores do processo na organização (relacionamentos saudáveis, visão de crescimento e melhoria contínua, busca pela excelência, flexibilidade) devem ser levantados, maximizados e melhor utilizados em benefício do desenvolvimento mútuo. Especialistas em gestão de pessoas (psicólogos, consultores) podem auxiliar neste trabalho. Responsabilidade dos líderes A tarefa de dar feedback é geralmente destinada aos líderes ou gestores. Incluindo a mais alta direção, eles são os principais responsáveis por criarem um clima de respeito, segurança e confiança para que sejam evitados constrangimentos e implicações emocionais negativas pós-feedback (como ressentimentos, resistência, desânimo ou oposição por parte dos liderados). Uma das principais dificuldades relacionadas ao feedback é com relação à forma como a liderança o transmite, isto é, o modo como falam e se expressam. Muitos o fazem com o intuito de demonstrarem superioridade e poder, realizando até mesmo o que é um dos principais erros: fazer críticas na frente de outras pessoas, expondo e constrangendo o liderado. Mesmo líderes bem intencionados, porém mal preparados e com pouca habilidade na comunicação, podem cair nesse grave erro. Reclamações são mais constantes que elogios e incentivos nos lábios de alguns líderes. Falta de transparência, de assertividade e de empatia nas relações só dificultam o processo. Há também aqueles que considerarem o feedback algo desconfortável, constrangedor. Pelo receio de magoarem a pessoa e causarem uma “má impressão”, tendem a se calarem, negligenciando assim seu papel de facilitadores do processo de desenvolvimento dos membros de sua equipe. Outros falham por dirigirem-se tanto de forma tardia, quanto subjetiva aos liderados. Quando vão falar sobre o assunto, os liderados já nem lembram mais e não sabem do que exatamente está sendo falado, e saem da conversa sabendo apenas que “erraram”, mas não sabem onde, nem por quê, muito menos o que fazer para não errarem outra vez. Sem perceber, os líderes se omitem no processo de ajudar a pessoa a tomar conhecimento de algo que a tem impedido de crescer ministerial e até espiritualmente, e de trabalhar para minimizar suas deficiências. Omitir-se não é o caminho: “A palavra proferida no tempo certo é como frutas de ouro incrustadas numa escultura de prata. Como brinco de ouro fino é a repreensão dada com sabedoria a quem se dispõe a ouvir” (Pv 25:11,12) Não é fácil, mas é imprescindível Os líderes devem ter consciência de suas dificuldades e equívocos no exercício do feedback, e do que suas atitudes geram no comportamento e na produtividade dos liderados, buscando um melhor preparo e se perguntando: “Qual a melhor forma de falar com essa pessoa? Qual o momento oportuno de abordá-la? O que posso fazer para ajudá-la a vencer esta dificuldade? Por que tenho tanta dificuldade em elogiar?” Talvez seja preciso neste momento ouvir a opinião de seus liderados para conseguir compreender quais são as barreiras, necessidades e expectativas deles quanto a receber feedback. É algo que eles desejam receber? Gostam da forma como você os exorta? Eles se sentem motivados ou mais desanimados depois de uma conversa com você? Pense a respeito...Mais do que isso, ouça o que as pessoas de sua confiança e seus liderados têm a dizer. Você certamente vai aprender com algumas respostas... e se surpreender com muitas outras!

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