terça-feira, 16 de outubro de 2018
Deja vu
O termo Déjà vu vem do francês, e significa, literalmente, “já visto”. Em psicologia significa: “forma de ilusão da memória que leva o indivíduo a crer já ter visto (e, por ext., já ter vivido) alguma coisa ou situação de fato desconhecida ou nova para si; paramnésia”.1
Esta expressão é atribuída a pessoas que têm ocasionalmente uma sensação de já ter visto ou experimentado algo antes, que aparentemente está a ser experimentado pela primeira vez.
Uma das explicações bastante aceita no meio acadêmico é a Teoria do Inconsciente Coletivo de Jung. Segundo esta teoria, o indivíduo ao nascer trás consigo um conjunto de sentimentos, pensamentos e lembranças herdado dos seus ancestrais, chamado por Jung de arquétipos. Jung defendia que a pessoa não se lembrava das imagens de forma consciente, porém, herda uma predisposição para reagir ao mundo de forma que seus ancestrais faziam. São os arquétipos que suscitam em nós o Déjà vu. Por isso a pessoa tem a sensação que já viveu aquela situação antes.
Para Freud, pai da Psicanálise, nós armazenamos tudo o que vivenciamos no inconsciente. O inconsciente acolhe milhares de imagens cotidianas, vistas pela pessoa, que são assimiladas e guardadas sem que a pessoa se recorde. Quando essa se depara com uma determinada situação o inconsciente escolhe uma das imagens retidas e faz uma associação a imagem presente, dando uma falsa impressão de coincidência – quando o que pode estar sendo repetido é, no máximo, um padrão do observador.
Há cientistas que consideram Déjà vu um tipo de paramnésia (alteração patológica da memória) considerado transtornos do conhecimento, associados a quadros psiquiátricos e síndromes psicorgânicas. Trata-se de fenômenos como: “já visto”, “já lido”, “já vivido”, “já pensado” ou “já ouvido”. Os centros de memória do cérebro são os responsáveis pelo fenômeno. Eles declaram ainda que a sensação de déjà vu é comum entre pacientes psiquiátricos e precede algumas vezes a ataques de epilepsia do lóbulo temporal. Para estes especialistas o déjà vu é na verdade, uma falha no cérebro, onde os fatos que são armazenados diretamente na memória de longo ou médio prazo, quando o correto seria ir para a memória imediata, dando assim a sensação que o fato já ocorreu antes.
O neurocirurgião canadense W. Penfield, ao realizar uma experiência com voluntários, estimulando eletricamente os lóbulos temporais desses participantes, detectou fenômenos de Déjà vu, concluindo que a sensação é causada por um estado do cérebro, por fatores neuroquímicos.
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