sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

MODELO

 O Modelo Divino

“Bom e reto é o Senhor, por isso aponta o caminho aos pecadores” (Sl 25.8).

Desde a queda, o homem quer estabelecer seu próprio caminho. Não se trata apenas de uma direção a seguir, como uma decisão a ser tomada. Denota toda a orientação da vida, um modelo de existência, um padrão a seguir. Segundo o perfil de vida que se tem, comportamento e alvos, torna-se manifesto o destino que já está traçado por Deus. Nesse sentido é que Jesus é o caminho. Significa que ele não é somente o acesso a Deus, o único meio de salvação. Além disso, é também o modelo de vida próprio àqueles que estão destinados à eternidade com ele. Dessa forma, a salvação não é apenas uma destinação, mas um modo de vida.

É provável que o ser humano jamais entenda qual o objetivo de se agir corretamente. Os movimentos chamados de “contraculturas”, geralmente orientados opostos aos costumes tradicionais, revoltam-se afirmando comportamentos e conceitos diferentes daqueles do cristianismo, sendo este reconhecido por eles como limitador da liberdade e ultrapassado. O “bem” se tornou estritamente pessoal e individual. Eu elejo o que é correto segundo os meus próprios interesses.

Assim, alijo o passado. Rompe-se com a moral e a ética que serviram como base e molde para as atitudes dos seres humanos nos últimos dois mil anos. Modernizar, dizem, é aposentar de vez os modos, modelos e costumes conforme recebemos de nossos pais. No entanto, quando olhamos para as Escrituras percebemos as coisas como são de fato. O homem chama de liberdade a agência descomprometida com qualquer princípio e a ênfase no interesse próprio. As pessoas vão fazer aquilo que melhor lhes convier, no tempo mais propício ao benefício que pretendem. Não agirão por princípios. O padrão será sua própria vontade. Exacerba-se o egoísmo humano e a desconsideração pelo próximo. A Palavra de Deus é clara em afirmar o Senhor como padrão e origem de todo bem. Nossa responsabilidade é deixarmo-nos moldar pelos ensinamentos bíblicos, buscando vive-los na mais dócil aceitação.

Ao contrário do que podem pensar alguns, isso não significa subserviência tola, “abrir mão” da liberdade pessoal e coisas tais. Na verdade, a escravidão a Cristo é entregar-se ao seu amor ilimitado. Obedecer aos mandamentos divinos é a real liberdade, libertação de si mesmo e das vontades perniciosas. É por isso que o Senhor é descrito como “bom e reto”. A santidade e a perfeição divinas servem de exemplo para nós e indicam o caminho a seguir.

Deus é o padrão de todo bem, e, em certo sentido, de todo mal. Deus é o padrão de todo bem, pois só será efetiva e essencialmente aprovado algo que esteja em harmonia com seu ser e sua vontade. Ele é também padrão do mal no sentido de que tudo o que não estiver em conformidade com ele, é mau. Assim, todas as coisas que não encontrarem respaldo em seu ser e vontade não serão reconhecidas como corretas. Mas a grande falácia dos “movimentos modernos” que querem banir a forma cristã de vida é que resultam sempre erro e traz suas consequências.

Prega-se que a sociedade atual deve libertar-se das amarras da tradição e criar seu próprio modelo de vida. Acredita-se que nesta suposta autonomia esteja a verdadeira sociedade. No entanto, quando analisamos a vida dessas pessoas, percebemos os resultados: geralmente pessoas descasadas, famílias destruídas, vidas torpes, filhos que seguem o mesmo exemplo dos pecados dos pais, aceitação da solidão de nenhum ou de múltiplos relacionamentos etc. Há muito erraram o caminho, pois desconsideraram Deus. No entanto, é até mesmo possível ouvir tais pessoas dizerem: “agora é que eu sou feliz”. Estes se enquadram naquilo que disse nosso Senhor à igreja de Laodiceia: “miserável, pobre, cego e nu”. Não enxergam e não querem enxergar a miséria de suas próprias vidas. 

Via-de-regra orientam sua existência para realizações profissionais em meio às trevas de seus próprios raciocínios. Contudo, esses são aqueles que ainda se mantém produtivos. Há ainda aqueles que não acharam algo para se agarrar no abismo existencial que escolheram viver. Estes são os que acabaram por desperdiçar a vida na devassidão, nas bebedeiras e nas drogas. Cuidemos com a proposta do mundo. Liberdade verdadeira só existe em Jesus Cristo.

O pecador sempre tenderá a confundir liberdade com autonomia, com ser sua própria lei. Dessa forma, agirá por meio de princípios fluidos, sempre adaptáveis aos seus próprios interesses. Confundirá paz com a complacência e permissividade para consigo mesmo, a inconsequência da irresponsabilidade. Há no coração de todo homem o desejo de executar todas as suas vontades sem prestar contas a alguém. O paraíso que o pecador quer viver é a possibilidade de poder concretizar todos os seus desejos.

Notemos que isso é escravidão, não liberdade. O sujeito é escravo de sua própria vontade caída. A verdadeira libertação o homem só experimentará em Cristo, fazendo morrer sua natureza terrena, apto para viver as virtudes cristãs, o comportamento transformado pelo Espírito Santo. É apenas pela obra da Terceira Pessoa da Trindade que a verdadeira humanidade, aquela que recupera a imagem e semelhança de Deus, começa a ser restaurada. A felicidade está em não sermos o que somos naturalmente, mas viver a nova natureza implantada em nós pelo Santo Espírito.

Fixemos os olhos em Cristo, nossa reta de chegada, o Autor e Consumador de nossa fé. Que o Senhor nos ajude a mirar unicamente os tesouros celestiais. Que nossos olhos não se desviem, atraídos por coisas ou pessoas do mundo. Andemos em caminho aprovado, em tudo aquilo que for do agrado de Deus, no que está também a nossa felicidade. Tenha um abençoado dia na presença de Jesus

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