sexta-feira, 29 de julho de 2016
EGOISMO O FRIO QUE VEM DE DENTRO
Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? (1João 4.20)
Conta-se que seis homens ficaram presos numa caverna por causa de uma avalanche de neve.
Teriam que esperar até o amanhecer para receber socorro.
Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira ao redor da qual eles se aqueciam.
Eles sabiam que se o fogo apagasse todos morreriam de frio antes que o dia clareasse.
Chegou a hora de cada um colocar sua lenha na fogueira. Era a única maneira de sobreviverem.
O primeiro homem era racista. Ele olhou demoradamente para os outros cinco e descobriu que um deles tinha a pele escura. Então, raciocinou consigo mesmo:
- "Aquele negro! Jamais darei minha lenha para aquecer um negro". E guardou-a protegendo-a dos olhares dos demais.
O segundo homem era um rico avarento. Estava ali porque esperava receber os juros de uma dívida. Olhou ao redor e viu um homem da montanha que trazia sua pobreza no aspecto rude do semblante e nas roupas velhas e remendadas. Ele calculava o valor da sua lenha e, enquanto sonhava com o seu lucro, pensou:
- "Eu, dar a minha lenha para aquecer um preguiçoso, nem pensar".
O terceiro homem era negro. Seus olhos faiscavam de ressentimento. Não havia qualquer sinal de perdão ou de resignação que o sofrimento nos ensina. Seu pensamento era muito prático:
- "É bem provável que eu precise desta lenha para me defender. Além disso, eu jamais daria minha lenha para salvar aqueles que me oprimem". E guardou suas lenhas com cuidado.
O quarto homem era um pobre da montanha. Ele conhecia mais do que os outros os caminhos, os perigos e os segredos da neve. Este pensou:
- "Esta nevasca pode durar vários dias. Vou guardar minha lenha."
O quinto homem parecia alheio a tudo. Era um sonhador. Olhando fixamente para as brasas, nem lhe passou pela cabeça oferecer a lenha que carregava. Ele estava preocupado demais com suas próprias visões (ou alucinações?) para pensar em ser útil.
O último homem trazia nos vincos da testa e nas palmas calosas das mãos os sinais de uma vida de trabalho. Sua reflexão:
- "Esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei a ninguém nem mesmo o menor dos gravetos".
Com estes pensamentos, os seis homens permaneceram imóveis. A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas e, finalmente, apagou-se.
No alvorecer do dia, quando os homens do socorro chegaram à caverna, encontraram seis cadáveres congelados, cada qual segurando um feixe de lenha. Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de socorro disse:
- "O frio que os matou não foi o frio de fora, mas o frio de dentro".
Por vezes, vivemos fechados em nossos mundos, com a desculpa de proteção contra a violência e maldade que, deixamos de desfrutar as coisas boas resultantes de eventuais relacionamentos e não praticamos o mandamento maior que é o amor.
É imprescindível que nosso próximo possa sentir que o amor não é algo teórico, mas que é real na prática, no dia a dia.
Nossa responsabilidade como filhos de Deus é compartilhar com os demais, em todos os momentos, o amor e a graça que sempre experimentamos da parte de nosso Senhor.
Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor. Nisto se manifesta o amor de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos. Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados.
Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus; se nos amamos uns aos outros, Deus está em nós, e em nós é perfeito o seu amor. (1João 4.7-12)
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