Em At 11.26, temos o primeiro uso da palavra cristãos (do grego Christianous) normalmente traduzido por: Cristão, Seguidores de Cristo (Strong G05546), porém buscando uma análise mais aprofundada, encontramos, segundo Champlin em seu comentário versículo por versículo, que esta palavra na verdade é formada por duas outras palavras, uma grega que significa “Messias” ou “Cristo” e a terminação latina usual que significa “partidário de”.
Mas qual o real significado disto na vida daqueles que se chamam cristãos?
Para responder isto recorro a 04 perguntas que foram feiras a Jonas, em um momento de grande aflição de todos (Jn 1.8b), a saber:
Qual ocupação é a tua?
De onde vens?
Qual a tua terra?
Qual é o seu povo?
Qual a principal ocupação de um cristão? Em At 1.8, encontramos a resposta: sereis minhas testemunhas. Muito mais do que falar a respeito de Cristo, para sermos testemunhas devemos estar tão imersos, envolvidos e cheios d’Ele, que onde quer que estivermos, a Sua presença será notada em nós. Hão de olhar e, imediatamente, nos identificar: aí está um cristão. Mas, para chegarmos a isso temos que andar como Ele andou, ter os mesmos interesses, realizar as mesmas práticas e ter o mesmo pensamento.
De onde vens? Temos sempre que nos lembrar de onde Ele nos tirou, ou melhor, nos tira a cada dia. O salmista declara que é do lamaçal, que o pecado envolve o homem. Por Cristo, através do seu sangue e sacrifício, somos lavados e limpos de tudo aquilo que Ele condena em sua Palavra. Quando esquecemos da obra de Cristo em nós, abrimos uma brecha que muitas vezes, nos leva como uma, “porca lavada, ao espojadouro de lama” (2 Pe 2.22 b), a retornarmos às práticas antigas e ao pecado. Sabendo de onde viemos, mesmo que nossa alma se abata dentro de nós, nos lembramos daquilo que nos dá esperança (Lm 3.20,21) e somos renovados.
Qual a tua terra? Quando entregamos nossa vida ao Senhor Jesus, mesmo que não compreendamos no momento, estamos na realidade entregando não só nosso corpo, alma e espírito, mas também, tudo o que temos e somos. Deixamos de nos mover pela busca do ter, do possuir, e elegemos o Reino de Deus e a Sua justiça como prioridade; por que é a partir disto que alcançaremos todas as outras coisas em nossas novas vidas (Mt 6.33). Nossa terra agora é o Reino dos Céus, e como soldados deste Reino devemos nos esforçar por defender a sua existência e os seus princípios, que são estabelecidos como se fossem fronteiras: entre ele e este mundo tenebroso (Ef 6.12 RA).
Qual é o seu povo? Como nos diz claramente em Ef 2.19, “já não somos mais estrangeiros e nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus”. Como pertencentes a esta nova família, temos agora como pai e líder o próprio Deus, que como faz um pai humano, orienta sua família nos caminhos que deve andar, mostra a ela o que é certo e o que é errado, estabelece regras e princípios para que haja harmonia e paz na família. Este nosso novo Pai é tão maravilhoso, que nos deu um manual de crenças e condutas, pelo qual devemos nos orientar e viver. Ir contra o que está escrito ali, desagrada e entristece o Pai, e que, por mais longânime e amoroso que seja, acaba por corrigir aquele que transgrediu sua Palavra, porque Ele também é justo.
Pertencemos ao Povo de Deus e por isso devemos nos guiar e agir segundo o que Deus determina como correto e não por aquilo que achamos que é ou deixa de ser.
Concluo aqui, fazendo uma reflexão sobre este momento tão conturbado pelo qual o mundo passa. Como Jonas, que também vivia em tempo de problemas e por uma decisão errada, contrária ao que Deus tinha falado, acaba num barco, em grande aflição e com risco de morrer; nós também estamos em um tempo de decisão.
O nosso povo e a nossa família, tem sido alvo de ataques, que tem dito que aquilo que nosso Pai ensina está errado. Com isso tentam romper os limites do Reino e se deixarmos, vão entrar e saquear, nossos filhos, nossas esposas ou esposos e aquilo que temos recebido de herança do Pai. Somos cristãos, e devemos nos manter firmes em nossos princípios e na defesa da nossa terra, o Reino de Deus.
Um dos princípios que o Pai nos ensina é o respeito a outras pessoas, e isto é muito importante. Porém, “mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29), isto quer dizer que, mesmo sem agressão, não podemos aceitar aquilo que fere seus ensinamentos.
Ele nos diz:
“O Senhor é o que tira a vida e a dá” (2 Sm 2.6a), não podemos transferir este poder a ninguém, nem ao Estado (pena de morte) nem ao ser humano (assassinato e aborto).
“Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens” (Rm 1.26,27) respeitamos a escolha de cada um (a), mas não podemos aceitar como uma coisa normal ou biológica, porque não foi assim que Deus criou. Antes isto é uma escolha que fere os princípios do Pai.
“Mas que a vossa palavra seja sim, sim, e não, não” (Tg 5.12b). Não podemos fazer vista grossa àqueles que ensinam, mas não fazem, que dizem para não furtar e furtam, não adulterar e adulteram (Rm 2.21,22).
Quando toleramos a quebra destes e outros princípios permitimos que Deus seja injuriado e blasfemado no mundo (Rm 2.24). Que nós possamos agir como cristãos e ser a presença de Cristo, sendo partidário de seus princípios, em todos os lugares e momentos, não compactuando em nada e nem pelo tempo que for, com aquilo que desdiz a Palavra de Deus, afinal como nos escreve o Pr. Adam Clarke:
*“Ser Cristão é a mais elevada designação que um ser humano pode ter na face da terra, e recebê-la da parte de Deus, torna-a um título gloriadíssimo”*
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