sexta-feira, 1 de maio de 2015
AS EMOÇÕES DA HISTÓRIA
Por causa de um motivo apenas profissional, dois desconhecidos (I. e P.) se conhecem.
Por alguma razão, o contrato a ser assinado é trocado, por um momento, pelo tema da segurança pública. Então, indignado, P. conta que seu filho de 21 anos de idade foi assaltado.
-- Meu filho é especial.
E a história segue por mais de uma hora.
O garoto, chamado de Guerreiro, é um anjo que Deus lhe mandou. "Eu não saberia viver sem ele". "Ele deu sentido à minha vida". "Foi um presente que Deus me deu para eu cuidar". "O que eu sou eu devo ele". "Ele é a prova que Deus existe".
O menino fez várias cirurgias. A principal, que lhe salvou a vida, tinha custos impossíveis de serem pagos e o plano não cobria. No meio da aflição, o pai recebeu de uma senhora um pedido pelo seus serviços profissionais. Para fechar o negócio, teve que ir ao escritório da mulher. Ela era diretora de uma rede de televisão. Assinado o contrato, ele se levantou e saiu. Antes de tomar o elevador, retornou. Pediu licença.
-- Preciso de sua ajuda e eu sei que a senhora vai me ajudar.
Ela ouviu sem prometer. O pai ficou de mandar a documentação por fax.
Antes disso, bem cedo, a diretora, de nome Olga, mandou seu motorista buscar o prontuário do menino no ateliê do pai. No meio da tarde, ligou para ele.
-- O senhor pode ir amanhã para São Paulo com o J. Procure pelo Doutor Adib Jatene. Diga que foi a pedido do Doutor Campos da Paz, de Brasília.
E a vida do menino foi salva.
P. nunca mais se encontrou com Olga.
Nesse momento, I. saca o celular, que manipulava discretamente, e mostra uma foto de Olga Curado. Ele tocou na tela como se a beijasse.
As lágrimas, primeiro as de P. e depois as de I. enchem de alegria a sala.
Todos temos histórias bonitas para contar.
Todos temos lindas histórias para ouvir.
Ficamos mais ricos quando paramos para contar ou escutar essas histórias.
É muito bom, mesmo num dia agitado, deixarmo-nos levar pelas emoções que saem de uma história.
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