ESDRAS

“Esdras tinha o firme propósito de estudar e de pôr em prática a lei do Senhor, e de ensinar aos israelitas suas leis e seus decretos.” (Esdras 7.10 – Dios Habla Hoy). Esdras era sacerdote e mestre hábil na Lei de Moisés. Descendente direto de Arão, provavelmente nasceu na Babilônia, ou pelo menos cresceu lá, e é considerado por muitos o fundador do Judaísmo. Seu nome pode significar “ajuda” (do hebraico “Ezra”) ou “o Senhor ajuda” (uma forma abreviada do hebraico “azaryahu”). Artaxerxes, o Longímano, soberano persa, enviou-o para avaliar as condições dos judeus que haviam retornado à Palestina e tomar as medidas necessárias à sua melhoria. O melhor testemunho sobre ele talvez seja o do próprio rei Artaxerxes, que, no decreto que o nomeou seu representante em Jerusalém, escreveu: “E tu, Esdras, com a sabedoria que o teu Deus te deu, nomeie magistrados e juízes, que julguem todo o povo que está no território a oeste do Eufrates, a todos os que conhecem as leis do teu Deus. E ensina-as aos que não as conhecem.” (Ed.7.25). O rei concedeu-lhe a isenção de impostos e verbas especiais para o templo de Jerusalém. e autorizou-o a levar quem dos judeus quisesse ir com ele. Rigoroso quanto à obediência aos mandamentos divinos, contudo era capaz de se emocionar. Líder nato, apaixonado e disciplinado, tinha uma grande capacidade de trabalho e uma energia quase inesgotável. Como professor, historiador e linguista exerceu importante papel editorial em partes do Velho Testamento, ajudando a coletar, organizar e editar a lei. Como líder espiritual esteve à frente da renovação espiritual e moral de Israel, e da transição das práticas litúrgicas pré-exílicas para uma nova forma de culto que propiciou o surgimento das sinagogas. Mas é o versículo acima transcrito que melhor o define. “Esdras é um reformador modelo porque primeiramente tinha vivido aquilo que ensinava, e aquilo que vivia tinha primeiramente averiguado nas Escrituras. Com o estudo, a conduta e o ensino colocados deliberadamente nesta ordem certa, cada um destes podia funcionar nas suas melhores condições: o estudo foi livrado da irrealidade, a conduta, da incerteza, e o ensino, da insinceridade e da superficialidade.”