sábado, 23 de maio de 2015
LEMBRANDO O QUE TROUXE ESPERANÇA
“Esses dias seriam lembrados e guardados em cada família, em cada geração, em todas as províncias e cidades. Esses dias de Purim não seriam revogados entre os judeus, e os seus descendentes jamais se esqueceriam deles.” (Ester9.28).
O profeta Jeremias, lamentando a destruição de Jerusalém, usa palavras muito fortes, que apertam o coração e pintam uma cena de desespero, mas depois disso ele se lembra da bondade do Senhor e de que, por causa disso, é possível ter esperança. Jeremias não quer mais se lembrar da desgraça. Diz ele: “Quero me lembrar do me pode dar esperança.” (Lm.3,21).
Mas, para além da invasão e destruição da cidade santa e da infelicidade do exílio, outra desgraça ainda maior se prenunciava sobre os judeus: a sua total exterminação em todo o território persa, A providência divina, entretanto, tinha colocado uma crente fiel dentro da própria família real persa: Ester, a esposa do rei Xerxes, que, com sábia estratégia conseguiu reverter o prognóstico fatídico e salvar seu povo.
A estratégia deu certo porque começou com jejum (e oração, certamente) e foi executada com diplomacia e bom-senso, Mas também com firmeza, na hora do necessário confronto. Por seu lado, Xerxes mostrou ser um homem leviano e de moral duvidosa, pois concordou com a destruição de um povo inteiro sem ponderar se haveria justiça nisto. Talvez foi para simplesmente permitir a Hemã saborear o poder. Porém, sabendo que o extermínio incluiria pela sua própria esposa, mudou de ideia, mandou enforcar Hemã e autorizou os judeus a reagir a qualquer ataque.
Livres do extermínio, os judeus comemoraram muito em todo o império. Mardoqueu, a esta altura guindado ao poder como substituto de Hemã, ordenou-lhes " que todos os anos guardassem o décimo quarto e o décimo quinto dias do mês de adar como os dias em que os judeus se livraram dos seus inimigos, e o mês em que a tristeza foi transformada em alegria e o pranto em dia de festa. Deveriam comemorá-los como dias de banquete e alegria, em que mandariam presentes uns aos outros e dariam ofertas aos pobres." (Et.9.21,22).
Até hoje comunidades judaicas em todo o mundo celebram a Festa de Purim.
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