A vida nos envolve de muitas maneiras. Nossa ocupação é viver. Intercalamos momentos e alternamos sentimentos. Lidamos naturalmente com a felicidade. Porém, quando chegam as dificuldades nem sempre acertamos o procedimento. Os momentos extraordinários não são em grande número. O desafio reside no cotidiano, lá onde a rotina insiste em marcar presença. A vida é toda hora e isso requer uma atenção contínua. Não são poucos os que apostam tudo num grande momento e deixam em segundo plano o dia a dia, que é feito de tantas coisas. Geralmente as pequenas coisas e os resumidos instantes são capazes de proporcionar uma sensação de profundeza e de transcendência. O certo é que não podemos nos ocupar somente com os grandes momentos, pois eles são poucos e praticamente não deixam muitos resultados. Sempre gostei da simplicidade do cotidiano e da alegria resultante das pequenas coisas. A possibilidade de colocar amor em tudo o que fazemos pode proporcionar muitas surpresas e gerar intensas alegrias. Viver a vida toda hora é sentir a respiração, dar-se conta das batidas do coração, as reações da epiderme, o movimento de nossos olhos e a sutileza das palavras que pronunciamos. Viver toda a hora é saber que a vida tem um propósito e que caminhamos em direção ao infinito. Ser capaz de solucionar as questões que surgem ao longo do caminho, é uma questão de sabedoria e de sensibilidade para com a existência. Não podemos viver distraídos ou distantes do cotidiano. Pensando bem, não podemos perder tempo pois a vida é preciosa demais para ser desperdiçada. Sejamos agradecidos, começando pelas pequenas coisas que nos acontecem todos os dias. Agradecer é mais do que pronunciar algumas palavras de reconhecimento, agradecer é uma prece que sobe os céus e alcança o eterno. Viver é simplesmente extraordinário, por causa do significado do ordinário.
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