terça-feira, 28 de janeiro de 2025

SACRIFICIO

 Um Sacrifício Consumado


“E porá a sua mão sobre a cabeça do holocausto, para que seja aceito a favor dele, para a sua expiação.” (Levítico 1:4)


Se por essa imposição das mãos o holocausto se tornava o sacrifício do ofertante, quanto mais Jesus se torna o nosso pela imposição das mãos da fé?


Minha fé, de fato, coloca a mão sobre esta Tua querida cabeça, enquanto eu permaneço como um suplicante e confesso o meu pecado.


Se um cordeiro poderia ser aceito para fazer expiação, quanto mais o Senhor Jesus será a nossa completa e suficiente propiciação? Alguns protestam contra a grande verdade da substituição; mas, quanto a nós, ela é a nossa esperança, nossa alegria, nossa glória, nosso tudo. Jesus é aceito para fazer expiação para nós, e nós somos “aceitos no Amado”. Que o leitor tome cuidado para que imediatamente coloque a mão sobre o sacrifício completo do Senhor, para que o aceitando, possa obter o benefício dele. Se alguém já fez isso uma vez, faça novamente. Se nunca o fez, que estenda a mão, sem demorar um segundo. Jesus é seu agora se você deseja tê-lO. Incline-se sobre Ele — repouse grandemente sobre Ele — e Ele é seu, sem qualquer dúvida; você está reconciliado com Deus, seus pecados são apagados e você pertence ao Senhor.


Um Olhar Para Fora e Para o Alto


“Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro.” (Isaías 45:22)


Esta é uma promessa de promessas. Isto encontra-se no fundamento da nossa vida espiritual. A salvação vem por meio de um olhar para Aquele que é “um Deus Justo e Salvador”. Quão simples é a direção! “Olhai para mim”. Quão razoável é a exigência! Certamente a criatura deve olhar para o Criador. Temos olhado para outros lugares por muito tempo; chegou o momento de olharmos somente para Aquele que convoca o nosso olhar e promete dar-nos a Sua salvação.


Apenas olhe! Não olharemos de uma vez? Não devemos levar nada de nós mesmos, mas olhar para fora e para o alto, para o nosso Senhor em Seu trono, para onde Ele subiu da cruz. Um olhar não requer nenhuma preparação, nenhum esforço intenso: não demanda erudição, nem sabedoria, nem riqueza, nem força. Tudo o que precisamos está no Senhor nosso Deus e se olharmos para Ele por tudo, tudo será nosso e seremos salvos.


Venham, vocês que estão distantes, olhem para cá! Vós, confins da terra, olhai desta forma! Desde as regiões mais distantes os homens podem ver o sol e desfrutar de sua luz, assim, aqueles que se encontram na fronteira da morte às portas do inferno podem, por meio de um olhar, receber a luz de Deus, a vida do Céu, a salvação do Senhor Jesus Cristo, que é Deus e, portanto, capaz de salvar.


“Quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade.” (Isaías 53:10)


Nosso Senhor Jesus não morreu em vão. Sua morte foi sacrificial: Ele morreu como nosso substituto, porque a morte era a penalidade devida aos nossos pecados. Porque a Sua substituição foi aceita por Deus, Ele salvou aqueles por quem pôs a Sua alma como sacrifício. Pela morte, Ele se tornou como o grão de trigo que dá muito fruto. Deve haver muitos filhos de Jesus; Ele é “o Pai da eternidade”. Ele dirá: “Eis-me aqui a mim, e aos filhos que Deus me deu” [Isaías 9:6; Hebreus 2:13].


Um homem é honrado em seus filhos, e Jesus tem a sua aljava cheia destas setas do poderoso. Um homem é representado em seus filhos, e assim é com Cristo nos Cristãos. Em Sua posteridade, a vida do homem é prolongada e ampliada, e assim a vida de Jesus continuou nos crentes.


Jesus vive, pois Ele vê a Sua posteridade. Ele fixa os olhos em nós, Ele Se deleita em nós, Ele nos reconhece como o fruto da dor da Sua alma. Estejamos alegres que o nosso Senhor não deixa de estimar o resultado do Seu doloroso sacrifício, e que Ele nunca deixará de deleitar seus olhos sobre a colheita da Sua morte. Aqueles olhos que uma vez choraram por nós agora nos veem com prazer. Sim, Ele olha para aqueles que O buscam. Nossos olhos se encontram! Que alegria é essa!


Sua Bondade e Aliança


“Porque os montes se retirarão, e os outeiros serão abalados; porém a minha benignidade não se apartará de ti, e a aliança da minha paz não mudará, diz o Senhor que se compadece de ti.” (Isaías 54:10)


Uma das qualidades mais deleitosas do amor Divino é o seu caráter permanente. Os fundamentos da terra podem ser retirados dos seus lugares, mas a bondade e a aliança do nosso misericordioso Yahwéh nunca se apartará do Seu povo. Quão feliz a minha alma se sente na crença firme desta declaração inspirada! O ano está quase no fim e os anos de minha vida estão aumentando, mas o tempo não muda o meu Senhor. Novas lâmpadas estão tomando o lugar das antigas; perpétua mudança está sobre todas as coisas, mas o nosso Senhor é o mesmo. Forças abalam os outeiros, mas nenhum poder concebível pode abalar o Deus eterno. Nada no passado, no presente ou no futuro pode fazer com que Yahwéh seja pouco amável para comigo.


Minha alma, descanse na bondade eterna do Senhor, que trata você como um familiar. Lembre-se também da aliança eterna. Deus está sempre atento a esta aliança, lembre-se dela também. Em Cristo Jesus, o glorioso Deus Se comprometeu a ti, para ser o teu Deus e para te guardar como um de Seu povo. A benignidade e a aliança permanecem nessas palavras tão seguras e duradouras, as quais mesmo a eternidade não retirará de ti.


(JESUS, O SALVADOR)


“E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.” (Mateus 1:21)


O NOME DE JESUS É UM NOME DIVINAMENTE DETERMINADO E EXPOSTO


De acordo com o texto, o anjo trouxe uma mensagem do Senhor e disse: “E lhe porás o nome de Jesus”. É um nome que desceu do Céu. Nosso Senhor tem outros nomes relativos a funções e relacionamentos, mas este é especial e peculiarmente Seu próprio nome pessoal e o Pai deu esse nome a Ele. Tenha certeza, portanto, que é o melhor nome que Ele podia receber! Deus não teria Lhe dado um nome de valor secundário, ou sobre o qual houvesse um traço de desonra. O nome é o maior, mais brilhante e mais nobre de todos os nomes: é a glória de nosso Senhor ser um Salvador. Para o melhor que já foi nascido de mulher, Deus deu o melhor nome que qualquer filho do homem poderia receber. JESUS é o nome mais apropriado que o nosso Senhor poderia receber. Disso estamos muito certos, pois o Pai sabia tudo sobre Ele e poderia chamá-lO apropriadamente. Ele sabe muito mais sobre o Senhor Jesus Cristo do que todos os santos e anjos juntos, pois: “Ninguém conhece o Filho senão o Pai”.


Deus O conhecia perfeitamente e Lhe deu o nome de Jesus. Podemos estar certos, então, de que nosso Senhor é, mais do que tudo, o Salvador e é melhor descrito por esse termo. Deus, o Pai, que melhor O conhece, vê essa como sua maior característica, que Ele é o Salvador e é melhor representado pelo nome “Jesus”. Já que a infinita sabedoria o escolheu, podemos ter certeza de que é um nome que deve ser verdadeiro e deve ser verificada por fatos de nenhuma ordem mediana. Deus, que não pode ser confundido, o chama de Jesus, o Salvador e, por isso, Jesus, o Salvador Ele deve ser grandemente, continuamente, abundantemente e da forma mais notável! Nem irá Deus se recusar a aceitar a obra que Ele realizou, uma vez que pelo dom desse nome Ele O encarregou de salvar os pecadores. Quando suplicamos o nome de Jesus diante de Deus, nós trazemos-lhe sua própria Palavra e apelamos a Ele por Seu próprio decreto e ação.


O nome Jesus não deve ser visto com prazer reverencial por cada um de nós, quando nos lembramos de onde Ele veio? Ele não é um Salvador de nossa própria criação, mas Deus, o Pai eterno O designou como nosso Libertador e Salvador, dizendo: “E lhe porás o nome de JESUS”. É um nome que o Espírito Santo explica, pois Ele nos diz a razão para o nome de Jesus: “porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados”. “Salvador” é o significado do nome, mas tem um sentido mais completo e profundo escondido, pois em sua forma hebraica significa, “a salvação do Senhor”, ou “o Senhor da salvação,” ou “o Salvador”. O anjo interpreta, “Ele salvará”, e a palavra para “Ele”, é muito enfática.


De acordo com muitos estudiosos, o nome Divino, o título incomunicável do Altíssimo está contido em “Yeshua”, a forma hebraica de Jesus, para que, plenamente, a palavra signifique “Jeová Salvador”, e resumidamente signifique “Salvador”. Ele é dado ao nosso Senhor, porque “Ele salva”, não de acordo com qualquer salvação temporária e comum, dos inimigos e problemas, mas ele salva de inimigos espirituais e especialmente dos pecados. Josué no passado foi um salvador, Gideão foi um salvador, Davi era um salvador, mas o título é dado ao nosso Senhor acima de todas as outras pessoas, porque Ele é o Salvador, em um sentido em que ninguém é ou pode ser — Ele salva o Seu povo dos seus pecados! Os judeus estavam à procura de um Salvador, eles esperavam por um que iria quebrar o jugo romano e salvá-los de serem sujeito à servidão a uma potência estrangeira! Mas nosso Senhor Divino não veio para tal finalidade. Ele veio para ser o Salvador de um tipo mais espiritual e para quebrar completamente outro jugo, salvando o Seu povo de seus pecados. A palavra “salvar” é muito rica em significado, seu pleno e exato vigor dificilmente pode ser atribuído a palavras em português. Jesus é a salvação no sentido de libertação e também no de preservação. Ele dá saúde. Ele é tudo o que é salutar para o Seu povo. No sentido mais amplo e completo Ele salva o Seu povo.


A palavra original significa preservar, manter, proteger do perigo e assegurar. Os significados grandiosos geralmente habitam nas palavras mais curtas e, neste caso, a palavra “salvar” é um poço onde o prumo demora a encontrar um fundo! Jesus realiza uma grande salvação, ou como diz Paulo: “tão grande salvação”, assim como ele sentiu que nunca poderia estimar sua grandeza (Hebreus 2:3). Ele também fala dela como “salvação eterna” (Hebreus 5:9), e mesmo como disse Isaías: “Israel será salvo no Senhor, com uma salvação eterna” (Isaías 45:17). Imensuravelmente glorioso é o nome “Jesus”, como é divinamente exposto para nós, pelo que a própria exposição do Deus eterno garante o sucesso do Salvador!


 Ele declara que Ele salvará Seu povo e salvar o Seu povo Ele irá. Deus O coloca diante de nós como:


“Jesus, Salvador, Filho de Deus,


Aquele que leva o fardo do pecador.”


Assim, temos um nome, queridos amigos, que não temos de explicar por nós mesmos. Como não o escolhemos, então não somos deixados para o expor, Deus foi quem deu o texto e quem pregou-nos o sermão! Aquele que deu o nome foi quem nos deu a razão para isso, de modo que não somos deixados na ignorância ou incerteza. Poderíamos ter dito: “Sim, seu nome é Jesus, mas se refere a uma salvação que estava em rigor na antiguidade”. Mas não, a Palavra do Senhor nos diz: “E lhe porás o nome de JESUS, porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados”, e isto é para todos os tempos, já que Ele sempre tem um povo e essas pessoas sempre precisam ser salvas dos seus pecados! Alegremo-nos por termos um tal Salvador e pelo nome de Jesus reter toda a doçura e poder que ele já teve e deve retê-los até que todas as pessoas escolhidas sejam salvas; e, será assim para todo o sempre.


Além de expor este nome, o Espírito Santo, pelo evangelista Mateus, se agradou de nos referir ao sinônimo dele e assim dar-nos o seu significado por comparação. Deixe-me ler os próximos versículos. “Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor, pelo profeta, que diz; eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, que traduzido é: Deus conosco” [Mateus 1:22-23]. Se quando nosso Senhor nasceu e foi nomeado, “JESUS”, a antiga profecia que dizia que ele deveria ser chamado de Emanuel foi cumprida [veja Isaías 7:14], segue-se que o nome “JESUS”, tem um significado equivalente ao de “EMANUEL” e que seu significado potencial é “Deus conosco”.


Na verdade, irmãos e irmãs, Ele é Jesus, o Salvador, porque Ele é o Emanuel, Deus conosco! E assim que Ele nasceu e assim se tornou o Emanuel, o Deus encarnado, Ele tornou-se por isso mesmo, Jesus, o Salvador! Ao descer do Céu para esta terra e tomar sobre Si nossa natureza, Ele transpôs o abismo, de outra forma intransponível, entre Deus e o homem! Sofrendo nessa natureza humana e transmitindo, através de Sua natureza Divina, uma eficácia infinita a esses sofrimentos, Ele removeu o que teria nos destruído e nos trouxe vida e salvação eterna! Ó Jesus, o mais querido de todos os nomes na terra ou no Céu, eu amo Sua música mais do que tudo porque é de tal doce harmonia com outro que toca melodiosamente em meus ouvidos, o nome de Emanuel, Deus conosco! Nosso Salvador é Deus e, portanto, capaz! Ele é Deus conosco e, portanto, inspira piedade! Ele é Divino e, portanto, infinitamente sábio! Mas Ele é humano e, portanto, cheio de compaixão!


Esta, então, o nosso primeiro ponto é: este encantador nome de Jesus é uma joia do cofre dos Céus. Ele vem a nós como uma maçã de ouro e é tratada por uma exposição que a coloca em uma salva de prata! O nome é precioso como o propiciatório dourado e sobre ele queima a luz da glória Divina, para que possamos não tropeçar nela, mas possamos nos alegrar com a grande luz! Ele nos permite conhecer o próprio coração de Deus, em referência ao Seu Filho, porque Ele O enviou… A salvação é o som alegre que toca desde os sinos do vestuário de nosso Sumo Sacerdote à medida que Ele vem para nos abençoar! Deus, que falou aos nossos pais pelos Seus profetas, agora fala-nos por Seu Filho, cujo nome é a Salvação! Não há uma fonte de alegria nisto?


O Motivo e Sustento do Nosso Amor a Deus: 

                Seu Amor Por Nós


“Nós o amamos porque ele nos amou primeiro.” (1 João 4:19)


O amor tem como seu pai o amor de Deus derramado em nossos corações. Mas depois que ele é divinamente gerado em nosso coração deve ser DIVINAMENTE NUTRIDO. O amor é exótico. Não é uma planta que vai nutrir-se naturalmente no solo humano. O amor a Deus é uma coisa rica e rara. Ele morreria se fosse deixado para ser congelado pelas explosões frias de nosso egoísmo. E se ele não recebesse nenhum alimento, senão o que fosse tirado da rocha de nossos próprios corações duros, ele pereceria. Como o amor vem do Céu, logo, deve alimentar-se de pão celestial! Ele não pode existir neste deserto se não for alimentado de cima e alimentado por maná do Alto. De que, então, o amor se alimenta? Ora, se alimenta de amor. Aquilo que veio a produzi-lo torna-se o seu alimento. “Nós amamos porque ele nos amou primeiro”. O motivo constante e poder de sustentação do nosso amor a Deus é o Seu amor por nós! E aqui, deixe-me observar que existem diferentes tipos de alimentos neste grande celeiro do amor. Quando somos inicialmente renovados, o único alimento com que podemos viver é o leite, porque somos bebês, e assim, ainda não temos força para nos alimentar de verdades mais elevadas de Deus.


A primeira coisa, então, do que o nosso amor se alimenta, quando é apenas uma criança, é um senso de favores recebidos. Pergunte a um jovem Cristão porque ele ama a Cristo e ele lhe dirá: “Eu amo a Cristo porque Ele me comprou com o Seu sangue!”. Por que você ama a Deus, o Pai? Eu amo a Deus, o Pai, porque Ele deu Seu Filho por mim”. E por que você ama a Deus o Espírito? “Eu O amo porque Ele renovou meu coração”. Tudo isso é para dizer que amamos a Deus pelo que Ele nos deu! Nosso primeiro amor se alimenta da comida simples de uma recordação grata das misericórdias recebidas. E observe, por mais que cresçamos na graça, isto sempre constituirá uma grande parte da nutrição de nosso amor.


Mas quando o Cristão cresce e tem mais graça Divina, ele ama a Cristo por outra razão. Ele ama a Cristo, porque ele sente que Cristo merece ser amado! Confio que agora eu posso dizer que eu tenho em meu coração um amor a Deus. Os apóstolos não se limitaram a amar a Cristo pelo que Ele havia feito por eles. Você encontrará em seus sonetos e em suas letras que o motivo do amor é que Ele tinha comunhão com eles; Ele lhes mostrou as mãos e o lado! Eles haviam caminhado com Ele nas aldeias. Eles haviam permanecido com Ele em canteiros de bálsamo. Eles haviam entrado no círculo místico da comunhão. Eles sentiram que eles amavam a Cristo porque Ele era todo glorioso e era tão divinamente justo que, se todas as nações pudessem contemplá-lO, com certeza elas O amariam também!


Este, então, é o alimento do amor. Mas, quando o amor cresce rico — e isso às vezes acontece — o coração mais amoroso esfria para com Cristo. Você sabe que o único alimento que se adequa ao amor enfermo é o alimento com que ele se alimentou no início? Ouvi dizer por médicos que se um homem está doente, não há lugar tão bem adaptado para ele como o lugar onde ele nasceu. E se o amor cresce doente e frio, não há lugar tão saudável para que ele vá como o lugar onde ele nasceu, ou seja, o amor de Deus em Cristo Jesus, nosso Senhor! Onde nasceu o amor? Ele nasceu em meio ao cenário romântico e foi cuida-do com contemplações maravilhosas sobre o colo da beleza? Ah, não! Ele nasceu no escar-pado do Sinai, quando Deus veio do Sinai e o Santo do monte Parã e derreteu as monta-nhas com o toque de Seu pé e fez as pedras descerem como cera diante de Sua terrível Presença? Ah, não! Nasceu no Tabor quando o Salvador foi transfigurado e Suas vestes tornaram-se mais brancas do que a lã, mais brancas do que qualquer lavandeiro poderia fazê-lo? Ah, não, a escuridão apressou a visão de quem olhou para Ele, em seguida, e eles adormeceram, pois a glória os dominou! Deixe-me dizer-lhe onde o amor nasceu. O amor nasceu no Jardim do Getsêmani, onde Jesus suou grandes gotas de sangue. Foi alimentado no Palácio de Pilatos, onde Jesus mostrou Suas costas para o arar do chicote e deu Seu corpo para ser cuspido e açoitado. O amor foi alimentado na cruz, em meio aos gemidos de um Deus expirando, sob as gotas de Seu sangue; o amor foi nutrido ali. Sois minhas testemunhas, filhos de Deus! De onde veio o vosso nascimento, senão a partir do pé da cruz? Você já viu essa doce flor crescer em qualquer lugar, senão ao pé do Calvário? Não. Isso foi quando você viu “o amor Divino, todos os amores excedendo”, superando a si mesmo. Foi quando você viu o amor cativo de si mesmo, morrendo por Seu próprio desígnio, entregando a Sua vida, ainda que tinha poder para retê-la e tomá-la de novo. Foi ali que o seu amor nasceu. E se você quiser que o seu amor, quando ele estiver enfermo, seja resta-urado, leve o para alguns desses doces lugares! Faça-o sentar-se à sombra das oliveiras e faça-o ficar no chão, olhando quando o sangue ainda cai. Leve-o para a cruz e lance um olhar, e veja de novo o Cordeiro sangrando! E, certamente, isto tornará a sua nascente de amor de um anão em um gigante, e isso deve atiça-lo de uma faísca em uma chama.


E então, quando seu amor for assim recrutado, permita-lhe exortar-lhe a dar ao seu amor pleno exercício, pois assim ele deve crescer. Você diz: “Onde devo exercitar a contempla-ção de meu amor, para fazê-lo crescer?”. Ó, sagrada pomba de amor, estique suas asas e imite a águia. Vamos venha! Abra bem os olhos e olhe plenamente o rosto do sol e voe pa-ra cima, para cima, para cima, muito acima dos patamares de criação deste mundo, para cima, até que você esteja perdido na eternidade! Lembre-se que Deus o amou desde antes da fundação do mundo. Isso não fortalece o seu amor? Ah, que ar revigorante é aquele ar da eternidade!? Quando voo para ele por um momento e penso na grande doutrina da eleição,


“Esse grande amor sem medida que desde os dias da antiguidade

Abraçou toda a semente escolhida, como ovelhas no redil.”


Faz com que as lágrimas escorram pelo meu rosto pensar que devemos ter uma participação no decreto e conselho do Todo-Poderoso Triuno, no qual todos os que seriam comprados com sangue tiveram o seu nome inscrito no livro eterno de Deus! Venha, alma, exercite suas asas um pouco e veja se isso não faz você amar a Deus! Ele pensou em você antes que você viesse à existência! Quando o sol e a lua não existiam, quando o sol, a lua e as estrelas dormiam na mente de Deus, como florestas não nascidas em uma casca de noz, quando o velho mar ainda não nascera, muito antes que este mundo infantil estivesse em seus cueiros de neblina, Deus tinha inscrito o seu nome no coração e nas mãos de Cristo, de forma indelével, de modo a permanecer para sempre! E isso não faz você amar a Deus? Não é este o doce exercício para o seu amor? Pois, aqui o meu texto chega, oferecendo, por assim dizer, a última demanda nesta doce batalha do amor — uma acusação que varre tudo diante de si: “Nós amamos a Deus porque Ele nos amou primeiro”, considerando que Ele nos amou antes dos tempos se iniciarem e quando Ele morava sozinho na eternidade.


E enquanto temos subido para trás, para a eternidade passada, eu ainda tenho um outro voo para você. Suba para trás com toda a sua própria experiência e pense no modo pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto! Pense em como Ele te alimentou e vestiu todos os dias, como Ele te suportou com os teus maus modos, como Ele Se dispôs em todas as tuas murmurações e todos os teus anseios pelas panelas de carne do Egito, como Ele fendeu a Rocha para saciar-te e alimentou-te com o maná que desceu do céu! Pense em como Sua graça tem sido suficiente para ti em todos os teus problemas, como o Seu sangue foi um perdão para ti em todos os teus pecados, como a Sua vara e Seu cajado têm te consolado!


E quando você tiver voado sobre este doce campo de amor, você pode voar mais longe e lembrar que o juramento, o Pacto, o sangue, têm algo mais neles do que no passado, pois, então “Ele nos amou primeiro”, mas isso não significa que Ele deixará de amar, pois Ele é o Alfa e o Ômega, Ele é o primeiro e será o último! E, portanto, lembre-se, quando você passar pelo vale da sombra da morte, você não precisará temer nenhum mal porque Ele estará contigo! Quando você estiver nas frias inundações do Jordão, você não precisa ter medo, pois a morte não poderá separar você de Seu amor! E quando você entrar nos mistérios da eternidade, você não precisará tremer, pois, “estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor” [Romanos 8:38-39]. E agora, alma, o seu amor não foi renovado? Isso não faz você amá-lO? Um voo sobre essas planícies ilimitadas de amor não inflamou o seu coração e o compeliu a deleitar-se no Senhor seu Deus? Aqui está o alimento do amor: “Nós amamos porque ele nos amou primeiro”, e neste primeiro amor há o compromisso e a promessa de que Ele nos amará até o fim!


A Salvação é Um Presente de Deus.


“PORQUE PELA GRAÇA SOIS SALVOS, POR MEIO DA FÉ; E ISTO NÃO VEM DE VÓS, É DOM DE DEUS”.


A salvação pode ser chamada Theodora, ou presente de Deus. E cada alma salva pode tomar por sobrenome, Dorothea, que é uma outra forma da mesma expressão. Multiplique suas frases e expanda suas exposições, mas a salvação verdadeiramente rastreada para a sua fonte está contida no dom inefável: A livre benção imensurável de amor!


A salvação é um dom de Deus em oposição a um salário. Quando um homem paga ao outro seu salário, ele faz o que é certo e ninguém pensa em condená-lo por isso. Mas louvamos a Deus pela salvação, porque não é o pagamento da dívida, mas o dom da graça. Nenhum homem entra na vida eterna na terra, ou no Céu, como sua dívida, é dom de Deus. Nós dizemos: “Nada é mais livre do que um presente”. A salvação é tão puramente, absolutamente um dom de Deus que nada pode ser mais livre! Deus dá-la porque Ele escolhe dar de acordo com esse grande texto que tem feito amiúde um homem morder o lábio em fúria: “terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem eu me compadecer” [Êxodo 33:19]. Vocês todos são culpados e condenados, mas o grande Rei perdoa quem Ele quer do meio de vós! Esta é a Sua prerrogativa real! Ele salva segundo a infinita soberania da graça.


A salvação é um dom de Deus, isto é completamente assim, em oposição à noção de crescimento. A salvação não é uma produção natural interior. Ela é trazida de uma região estrangeira e plantada no coração por Mãos celestiais! A salvação é em sua totalidade um dom de Deus. Se você a tem, aí está, completa! Você vai tê-la como um presente perfeito: “Não. Eu vou produzi-la em minha própria oficina”. Você não pode forjar um trabalho tão raro e caro na qual até mesmo Jesus gastou o sangue de Sua vida! Aqui está uma túnica sem costura tecida de alto a baixo. Ela cobrirá você e o fará glorioso! Você a terá? “Não. Eu sentarei no tear e tecerei a minha própria veste”. Que insensato orgulhoso você é! Você fia teias de aranha! Você tece um sonho! Oh, que você tomasse gratuitamente o que Cristo sobre a cruz declarou estar consumado!


Ela é o dom de Deus. Ou seja, é eternamente segura em oposição aos dons dos homens, que logo passarão. “Não vo-la dou como o mundo a dá” [João 14:27], diz nosso Senhor Jesus. Se o meu Senhor Jesus dá-lhe a salvação, neste momento, você a tem e você a terá para sempre! Ele nunca irá tomá-la de volta, e se Ele não tomá-la de você, quem pode?


Se Ele te salva, agora, pela fé, tu és salvo, tão salvo que tu jamais perecerás, nem ninguém te arrebatará de Sua mão.


Deitados em Tuas mãos descansamos

E somente em Ti nos deleitamos

Em Tua luz veremos a Luz

À Vida Eterna, Tua Graça nos conduz.


O Vencedor


“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus.” (Apocalipse 2:7)


Nenhum homem pode retroceder no dia da batalha ou se recusar a ir para a guerra santa. Devemos lutar se quisermos reinar, e precisamos continuar a luta até que vençamos todos os inimigos, ou então esta promessa não é para nós, uma vez que é apenas para “o que vencer”. Nós venceremos os falsos profetas que têm vindo ao mundo e todos os males que acompanham os seus ensinamentos. Nós venceremos a nossa própria fraqueza de coração e a tendência de esfriamento do nosso primeiro amor. Leia toda a palavra do Espírito para a igreja em Éfeso.


Se pela graça vencemos a cada dia, como venceremos se realmente seguirmos o nosso Líder vitorioso, então seremos recebidos no meio do paraíso de Deus e seremos admitidos a passar pelo querubim e sua espada flamejante, e chegaremos até a árvore protegida, da qual se um homem comer, viverá para sempre. Assim, nós escaparemos daquela morte sem fim que é a condenação pelo pecado e ganharemos a vida eterna, que é o selo da inocência, a consequência dos princípios imortais de santidade semelhante à de Deus. Venha, meu coração, seja corajoso! Fugir do conflito é perder as alegrias do novo e melhor Éden; lutar para alcançar a vitória é andar com Deus no paraíso.


As Lágrimas Cessarão.

“E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima.” (Apocalipse 21:4)


Sim, chegaremos a isso se somos crentes. As fadigas cessarão e as lágrimas serão enxugadas. Esse é o mundo do choro, mas esse mundo passa. Haverá um novo céu e uma nova terra, assim diz o primeiro versículo desse capítulo; e, portanto, não haverá nada sobre o que chorar em relação à queda e suas consequentes misérias. Leia o segundo versículo e observe como ele fala sobre a noiva e seu casamento. O casamento do Cordeiro é um momento de prazer infinito e as lágrimas estariam foram de contexto. O terceiro versículo diz que o próprio Deus habitará entre os homens; e, certamente, à Sua destra há delícias perpetuamente, e as lágrimas já não poderão ser derramadas.


Qual será a nossa condição quando não houver mais pranto, nem clamor, nem dor alguma? Será ainda mais gloriosa do que podemos imaginar. Os olhos que estão avermelhados de chorar, cessarão o seu grande pranto, pois em breve não conheceremos mais as lágrimas! Ninguém pode limpar as lágrimas como o Deus de amor, mas Ele está vindo para limpá-las. “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã”. Venha, Senhor, e não Te detenhas; pois, agora, homens e mulheres ainda devem chorar!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

PODER

 O evangelho é o poder de Deus Não me envergonho do Evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. (Romanos 1.1...