UM PERIGO MAIOR DO QUE A COVA DOS LEÕES
A história mais conhecida sobre Daniel é que ele foi lançado em uma cova de leões e sobreviveu pela intervenção e misericórdia de Deus.
Antes dessa grande provação, porém, ele enfrentou outra, potencialmente ainda mais perigosa, por ser sutil e cativante. Não havia leões, mas existia um plano maligno para corromper a sua fé. Trata-se da cova babilônica em que ele, juntamente com seus três amigos, chegou a ser levado como cativo de Jerusalém para a Babilônia.
Os jovens de Israel que foram levados para a Babilônia deveriam ser todos “[...] jovens sem nenhum defeito, de boa aparência, instruídos em toda a sabedoria, doutos em ciência, versados no conhecimento e que fossem competentes para assistirem no palácio do rei [...]”, havendo um claro objetivo: “[...] lhes ensinasse a cultura e a língua dos caldeus” (Dn 1:4). Pelo período de três anos, eles deveriam ser alimentados “[...] das finas iguarias da mesa real e do vinho que ele bebia [...]” (Dn 1:5).
No verso 4, vemos que a primeira atitude babilônica foi oferecer-lhes algo novo. Eles iriam aprender a cultura e a língua dos caldeus, ou seja, aprenderiam o jeito de ser do povo daquela terra.
No verso 5, a segunda atitude babilônica foi convidá-los para a festa. Eles teriam acesso às iguarias e bebidas da mesa do rei. Tudo brilhava, tudo era chamativo, gostoso e belo.
Nos versos 6 e 7, a terceira atitude babilônica foi dar-lhes nomes novos, promovendo uma nova identidade.
Portanto, a Babilônia, nos tempos de Daniel e também em nossos dias, procura nos atrair e corromper de três formas. Primeiro, com sua cultura, que tenta constranger e sufocar a nossa fé e as nossas práticas cristãs. Segundo, com seu encanto. Tudo parece ser mais bonito, com mais luz e mais alegria nas festas babilônicas. Terceiro, alterando a nossa identidade, fazendo-nos questionar quem de fato somos em Cristo Jesus.
Nesse quesito, a proposta babilônica a Daniel, chamado agora de Beltessazar, é a mesma que é feita a você e a mim. É como se falassem: “Seja Daniel em sua casa e sua igreja, crente em sua fé; mas aqui entre nós, você é Beltessazar. Assim, enquanto estiver entre nós, você deve falar, viver e adorar, não como Daniel, povo de Deus, mas como Beltessazar, babilônico”.
Pode ser mais fácil reagir espiritualmente perante a cova dos leões do que à cova babilônica. Na primeira, o perigo é mais visível. Na segunda, bem mais sutil. Na primeira, somos confrontados pelo terror. Na segunda, somos atraídos pelo belo. Na primeira, naturalmente gritamos: “Socorro, Senhor”. Na segunda, nos dizem que não precisamos de Deus.
Guarde o seu coração e a sua fé, tanto na cova dos leões quanto na cova babilônica.
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