quinta-feira, 1 de maio de 2025

ESCOLHAS


 O passado não deixa de ser nosso patrimônio pessoal. Os acertos são incontáveis, mas temos que conviver também com aquelas escolhas que não somaram, que nos fizeram sofrer. É preciso curar s feridas que ficaram em nossos registros. Entre decisões acertadas e outras nem tanto, a alma pede reconciliação com o que fomos, com o que não sabíamos e com aquilo que hoje, enfim, compreendemos melhor. Nem todas as escolhas foram as melhores, mas todas elas nos trouxeram até aqui. E esse caminho trilhado, com suas curvas e tropeços, faz parte da construção de quem estamos nos tornando. É fácil olhar para trás com olhos de agora e julgar as decisões do passado com a sabedoria que o tempo trouxe. Difícil mesmo é acolher aquele que fomos, com suas limitações, medos e incertezas. Perdoar a si mesmo é um ato de profunda compaixão. É entender que, naquele momento, fizemos o melhor que podíamos com aquilo que sabíamos e sentíamos. Não se trata de negar os erros, mas de libertar-se do peso de uma culpa que paralisa. O arrependimento sincero já é um passo largo em direção à cura, mas o perdão a si mesmo é a travessia completa. Há caminhos melhores, sim. E hoje os vemos com mais clareza justamente porque um dia escolhemos outros. Foi a caminhada que ensinou. Não existe crescimento sem imperfeição. O coração que se perdoa passa a bater com mais leveza. A alma que se acolhe reencontra a liberdade de seguir. Não vale a pena permanecer acorrentado a uma culpa antiga, se hoje já é possível ser diferente. Cada dia traz consigo a possibilidade de novos rumos. E cada nova escolha pode ser feita com mais lucidez, mas apenas se a alma estiver em paz com seu próprio passado. É tempo de soltar os fardos, de abraçar a si mesmo com ternura e de seguir em frente com a dignidade de quem aprendeu. 

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Caminho

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