segunda-feira, 3 de agosto de 2015
ALERTA DA SOLIDÃO
Quando há exigências e cobranças demais, os amigos se afastam e um acaba sempre ressentido. O excesso de ressentimento podem indicar carência afetiva desmedida, que deve ser trabalhada numa terapia. AFINIDADE: Para a psicanalista Ana Maria Carvalhaes, a amizade exige a troca de afinidades para criar um vínculo afetivo, seja pessoal, social, cultural ou intelectual. Quando não há mais afinidades, as pessoas se afastam. Ela conta que teve uma amiga durante dez anos com a qual compartilhava interesses artísticos. Depois que Ana Maria se casou, elas passaram a viver outras expectativas e se afastaram. Da amizade, restou, segundo ela, a saudade. PERSEVERANÇA: O cotidiano de relações provisórias e de interesses imediatos exige muita determinação e empenho para insistir e manter presentes os laços de amizade que a falta de tempo e o excesso de trabalho teimam em afastar. Para Ana Maria Carvalhaes, as pessoas devem insistir em reservar um tempo e um espaço para o exercício fundamental da amizade. FAMÍLIA: Para os psicanalistas, com a decadência da amizade a família volta a centralizar a convivência afetiva, o que pode ser uma experiência frustrante e isoladora, se essa família não atender às necessidades de afeto de seus integrantes. ALTERNATIVA: Para o psicanalista Giovanni Gamgemi, a maturidade oferece uma nova alternativa de família além da constituída pelos laços consanguíneos. Para ele, a família são as pessoas que a gente gosta e as que gostam da gente. Ou seja, os verdadeiros amigos. PAZ INTERIOR: A psicanalista Helena Besserman Vianna comenta que, para aceitar outras pessoas e se relacionar com elas de maneira afetiva e solidária, é preciso estar em harmonia com os “outros” e “estranhos” que habitam dentro de nós. Ou seja, quando estamos em conflitos emocionais intensos, com vivências frustrantes tanto no passado quanto no presente, a capacidade afetiva se aniquila e torna-se impossível estabelecer vínculos de amizade. DEPRESSÃO: A dificuldade de se relacionar afetivamente com os outros pode indicar depressão. Insegurança e instabilidade da vida urbana também geram perda de confiança e medo de aproximação e de intimidade com os semelhantes. Se esses estados emocionais forem intensos ou se tornarem crônicos, os psicanalistas sugerem a busca de uma terapia. TRISTEZA:
Como o ser humano é social por natureza, o isolamento agrava os sentimentos de tristeza, de desamparo e de angústia.
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