segunda-feira, 17 de agosto de 2015
O SANTO E O PROFANO
“Eles ensinarão meu povo a distinguir entre o santo e o profano, e o farão discernir entre o impuro e o puro.” (Ezequiel 44.23).
Uma das grandes falhas do sacerdócio levítico na era pré-exílica foi a de não ensinar corretamente o povo a fazer diferença entre o santo e o profano, isto é, eles não instruíram os israelitas com respeito aos preceitos mosaicos que regulavam a sua vida religiosa, especialmente as chamadas leis cerimoniais . Ao contrário, os próprios sacerdotes aceitavam que pessoas impuras se apresentassem diante de Deus, e aceitavam que coisas impuras fossem oferecidas a Deus. Também misturaram o culto ao Senhor com práticas pagãs.
Após descrever detalhadamente como deveria ser o templo restaurado após o exílio, Ezequiel passou a falar do culto propriamente dito e, é claro, do sacerdócio restaurado. Aqueles que tinham manchado o seu ministério, seriam excluídos da ministração: “Não se chegarão a mim para me servir no sacerdócio, nem se chegarão a nenhuma das minhas coisas sagradas, às coisas santíssimas: mas levarão sobre si a sua vergonha e as abominações que cometeram.” (Ez.44.13).
Entretanto, houve uma linhagem de sacerdotes que permaneceu fiel, os filhos de Zadoque. A respeito deles Ezequiel profetizou: “Os filhos de Zadoque, que guardaram as normas a respeito do meu santuário quando os israelitas se desviaram de mim, estes se chegarão a mim para me servir; e estarão diante de mim para me oferecer a gordura e o sangue, diz o Senhor; entrarão no meu santuário e se chegarão à minha mesa para me servirem; e cumprirão as minhas normas.” (Ez.44.15,16). Estes é que ensinariam o povo “a distinguir entre o santo e profano”.
A lição para nós hoje é clara: Os atuais ministros da Palavra precisam ter presente que sua missão também é ensinar o povo a discernir entre o que é de Deus e o que é do mundo. Infelizmente muitos de nossos púlpitos têm sido povoados por ensinos estranhos, humanistas, voltados para a autoajuda, para a prosperidade material pura e simples, eivados de psicologismos, pautados por técnicas de marketing. Os cultos perderam toda a santidade e passaram a ser verdadeiros espetáculos, incrementados por alta tecnologia de som, imagem e efeitos especiais, e incluindo práticas profanas. Dessa maneira não há distinção entre o santo e o profano, isto é, não há diferença entre um culto e um show mundano.
Também precisamos de uma restauração. Precisamos de mais “filhos de Zadoque”.
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