Não interessa onde você está, numa balada, numa ilha paradisíaca, numa igreja, na fila do Banco, no trabalho ou na faculdade, o Amor inicia num desconforto.
Não são apenas sorrisos, nem olhares reluzentes distorcidos, mas olhares desconfiados, pensamentos interrogativos causados pela insegurança do que está por vir, pela ansiedade que nos toma, pelo desejo em não engasgarmos com as palavras que não saem. É desesperador!
Quando vemos pela primeira vez aquela pessoa que mais tarde chamaremos de Amor, é estranho. Nada de anormal, nem tampouco surpreendente, mas ainda assim estranho. E não há como tentar mensurar ou elencar a estranheza que sentimos, é parecido com algo ruim, pois nos tira do prumo, destrói planos e rotinas, no entanto, incompreensivelmente dá indícios de que deveria se repetir.
Quantos amores de primeiro momento não foram correspondidos? Quantos momentos são necessários até que se possa afirmar que foi à primeira vista? Quantos arrependimentos acontecem à primeira vista? Quantos defeitos podem ser vistos em poucos momentos? Quantas qualidades são evidenciadas, quantas fraquezas, quantos medos, quantos amores à primeira vista já tivemos? Quantos pontos de interrogação cabem num parágrafo?
É um caminho que não se pede informação, é uma linguagem sem registros, é projeto de pesquisa sem fontes confiáveis, existe apenas você e outra pessoa que, em tese, detém o poder de decidir se acontecerá algo entre vocês ou não. Por isso o Amor é desconfortável! Digo, em tese, pois pensar que a nossa felicidade pode depender da decisão de outra pessoa é surreal.
Desconfortavelmente ele nasce, podendo crescer, ficar mais forte ou nem vingar. Mas essa sensação que ora embrulha o estômago, ora te põe pra voar, passa ficar leve quando o Amor é confirmado, reconhecido e correspondido. Quando tiveres dúvidas, portanto, se é Amor, pergunte-se: Sinto-me desconfortável perto da outra pessoa? Se sim, já tens a resposta. Se não, relaxa que não é Amor.
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