segunda-feira, 1 de junho de 2015

PASSO A PASSO DA DESTRUIÇÃO

“Bem-aventurado aquele que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores.” (Salmo 1.1). Uma das minhas profissões seculares foi a de analista de organização e métodos. Nessa profissão, uma das principais funções é a de escrever manuais diversos, e quando se escreve um manual é inevitável incluir o chamado “passo a passo”, uma instrução detalhada de como executar uma determinada tarefa. Por isso, sempre que leio o versículo acima sou levado a pensar em como uma pessoa pode ser levada à destruição por executar com sucesso um passo a passo negativo, uma sequência que leva à destruição, como diz o v.6. A poesia hebraica não tem rima nem métrica, mas tem paralelismo, uma forma de expressar peculiar, em que a frase seguinte tem íntima relação com a anterior. Nesse v. 1 temos um paralelismo climático, em que as frases vão num crescendo: andar num conselho, deter-se em um caminho, assentar-se numa roda. O conselho dos ímpios, o caminho dos pecadores e a roda dos zombadores são sinônimos. A ideia é de clímax, progressão, porque é assim mesmo que o pecado nos atrai, passo a passo. O Diabo não tem pressa, sabe que a melhor estratégia é quebrar nossa resistência aos pouquinhos. Primeiro ele nos convida para passear na sua galeria, depois nos sugere parar a fim de olhar as vitrines, e por último nos puxa gentilmente para dentro de uma de suas lojas de facilidades, onde lhe entregaremos a alma em troca de seus enganos e ilusões. Não foi assim no jardim do Éden, com Adão e Eva? Primeiro foi aquela “conversa mole” sobre o que Deus tinha dito, depois mostrou como fruto proibido era bonito e apetitoso, e por fim lhes uma “informação nova”, algo que Deus não tinha dito, porque "não era bom para ele", mas "podia ser muito bom para o casal". Foi um passo a passo para a morte certa. Bem-aventurado é aquele que não executa esse passo a passo maldito.

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