sexta-feira, 24 de julho de 2015
O PREÇO DA PAZ
“Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões e esmagado por causa das nossas maldades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e por seus ferimentos fomos sarados.” (Isaías 53.5).
Don Richardson, missionário canadense, foi viver entre os sawis, povo nativo da Papua Nova Guiné, a fim de evangelizá-los. Eles eram canibais e caçadores de cabeças, e tinham a traição como a mais alta virtude. Por esta razão, ao ouvir o evangelho, elegeram Judas Iscariotes como seu herói, e não Jesus. Richardson só teve suscesso em sua missão quando descobriu a figura da “criança da paz”, isto é, o fato de que entre os sawis somente a oferta de uma criança ao inimigo poderia estabeler a paz com ele. Ao fazer a analogia de Jesus, o Príncipe da Paz, com a “criança da paz” dos sawis, Richardson finalmente conseguiu atingir seu coração e eles começaram a converter-se. É em torno dessa história que gira o livro “O Tótem da Paz”, escrito por Richardson. Jesus é o Filho que Deus ofereceu pela nossa paz. Esse foi o preço pago.
É paradoxal dizer que algum castigo possa trazer paz e que ferimentos possam trazer cura, mas o segredo está na substituição, isto é, somos reconciliados como o Senhor porque o Servo recebeu a punição das nossas transgressões e maldades, podemos sair em paz do tribunal divino porque ele se apresentou ao juiz como nosso substituto para cumprir a pena em nosso lugar, somos curados da chaga do pecado porque ele foi ferido em nosso lugar. O Servo não é “um homem doente resignado e paciente, sofrendo estoicamente, mas alguém que propositadamente escolhe não se defender das falsas acusações, da condenação e da execução. Somente ao aceitar pacientemente o sofrimento, ele poderia levar bênçãos a outros.” (David F. Payne, Comentário Bíblico NVI. Ed. Vida, SP, 2ª.ed.,p.729). A nossa paz tem um preço e esse preço é o sacrifício de Cristo.
Os apóstolos Paulo e Pedro fazem admiráveis aplicações dessa perspectiva sacrificial do Servo Sofredor do Senhor, que é o próprio Jesus. Paulo diz: “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus.” (Fp.2.3-5 - NVI). E Pedro diz que Cristo sofreu e deixou-nos exemplo para que sigamos suas pisadas: “Ao ser insultado, não retribuia o insulto, quando sofria, não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga com justiça. Ele mesmo levou nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; pelas suas feridas fostes sarados.” (1Pd.2.23,24).
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