domingo, 19 de julho de 2015
UM ESTRANHO MODO DE ORAR
"Quando recebeu as cartas das mãos dos mensageiros e as leu, Ezequias subiu ao templo do Senhor, estendeu-as diante do Senhor, e orou ao Senhor.” (Isaías 37.14,15)
Ezequias, rei de Judá, era o homem das orações dramáticas. Suas orações não consisitiam só de palavras, mas também de gestos e atitudes, elas podiam ser não somente ouvidas, mas também vistas. Quando ficou doente e foi avisado por Isaías sobre a iminência da sua morte, orou pedindo a cura de maneira tão intensa, que ele mesmo descreve, metaforicamente: “eu gritava como a andorinha ou o tordo; e gemia como a pomba.” (Is.38.14).
Ao receber de Senaqueribe cartas arrogantes, insultuosas e ameaçadoras, ficou profundamente abatido, pois sabia não ter possibilidades em si mesmo de confrontar tal adversário. A essa altura, das cidades de Judá, só restava a Senaqueribe conquistar Jerusalém, o que estva prestes a fazer, quando teve que recuar para combater outro inimigo, os etiopes. Mas, por meio das cartas, deixou no ar a ameaça de voltar brevemente e completar a conquista.
Por essa razão o rei tomou a decisão: foi ao templo, estendeu as cartas sobre o altar e orou: “Ó Senhor dos Exércitos, Deus de Israel, tu que estás sentado acima dos querubins; tu, só tu, és o Deus de todos os reinos da terra; tu fizeste o céu e a terra. Ó Senhor, inclina o teu ouvido e ouve; Senhor abre os teus olhos e vê; ouve todas as palavras com que Senaqueribe vem afrontar o Deus Vivo.” (Is.37.16,17). Ezequias pede Deus não só ouça, mas que também veja. E mostra-lhe as cartas, estendendo-as diande dele.
Esse estranho modo de orar funcionou, porque o Senhor dizimou o exército assírio e fez com que seu rei fosse morto pelos próprios filhos (Is.37.36-38). Não importa a forma como oramos, se em pé, de joelhos, sentados, deitados, de cabeça para baixo, em casa, na condução, ou outra maneira qualquer; o que importa para Deus é a intensidade, a sinceridade, a integridade, a entrega do ser e da vontade, com que oramos. Deus quer que nos exponhamos completamente perante ele, em inteira dependência.
Foi, talvez, pensando nisso, que Elias Hoffmann escreveu: “Em fervente oração vens o teu coração, na presença de Deus derramar; mas não podes fruir o que estás a pedir, sem que tudo abandones no altar. Quando tudo perante o Senhor estiver e todo o teu ser ele controlar, só então hás de ver que o Senhor tem poder, quando tudo deixares no altar.” (Hino 577 da Harpa Cristã, letra e música de Elias Hoffmann).
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