quinta-feira, 30 de outubro de 2025

PACIFICADORES

 OS PACIFICADORES SERÃO CHAMADOS FILHOS DE DEUS

“Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5:9).
Em um mundo de conflitos e divisões, Jesus proclama bem-aventurados os que promovem a paz. Ele não fala de uma paz superficial, baseada em silêncio ou omissão, mas da paz verdadeira, nascida da reconciliação com Deus. O pacificador não é aquele que foge dos problemas, mas quem entra neles com o coração de Cristo e o propósito de restaurar.
O termo grego eirenopoios, traduzido por “pacificador”, une eirene (paz) e poieo (fazer). Literalmente, “os que fazem a paz”. Não é um chamado passivo, mas ativo: o cristão é chamado a construir pontes onde o mundo ergue muros. A paz de que Jesus fala não é apenas ausência de guerra, mas plenitude de vida.
O pacificador é alguém que primeiro experimentou a paz com Deus, recebendo perdão e reconciliação por meio de Cristo. Como está escrito: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5:1). Só quem foi reconciliado pode reconciliar. O evangelho transforma inimigos em irmãos e envia os filhos da paz a semear o que o mundo não conhece.
Ser pacificador, porém, é tarefa árdua. Requer mansidão, coragem e amor. Significa responder com brandura quando provocado, perdoar quando ferido, e interceder quando outros atacam. É lutar contra o ódio, o preconceito e o egoísmo, não com armas, mas com o poder do Espírito. O pacificador é alguém que prefere perder para abençoar, que busca a verdade com humildade e fala com graça temperada com sal (Cl 4:6).
A promessa é gloriosa: “serão chamados filhos de Deus”. O texto não sugere apenas um título, mas uma identidade reconhecida. O mundo verá em seus gestos e palavras o reflexo do Pai. Ser chamado “filho de Deus” é ser identificado com o próprio Cristo, o Príncipe da Paz, que reconciliou todas as coisas pelo sangue da cruz (Cl 1:20).
Em dias de polarizações, ataques e ofensas, o pacificador é luz rara e necessária. Ele não age por conveniência, mas por convicção. Onde há ódio, leva amor; onde há divisão, promove unidade; onde há ferida, derrama bálsamo.
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