A flexibilidade é um necessário qualificativo em tempos de tanta velocidade e inúmeras transformações. É preciso acostumar-se com as contínuas mudanças que estão ocorrendo perto e longe de nós. O segredo é mudar sem perder a essência. Mudar é uma das experiências mais desafiadoras e, ao mesmo tempo, mais libertadoras da existência. A vida, em sua dinâmica constante, convida o coração a abandonar o conforto do conhecido para abrir espaço ao novo. Nem sempre essa mudança é uma escolha; às vezes, ela acontece por circunstâncias que nos ultrapassam. Um encontro inesperado, uma perda, uma decisão que parecia simples e, de repente, o rumo se altera. No início, o medo se faz presente, porque a mente busca segurança em caminhos já trilhados. Mas o que parece desordem costuma ser, na verdade, um chamado para o crescimento. Há direções que só se revelam quando o antigo caminho se desfaz. É na travessia da incerteza que a alma descobre o que realmente importa. Cada mudança carrega em si a possibilidade de uma nova versão de nós mesmos. E é nessa reinvenção que a vida se renova. Quando resistimos à mudança, ficamos presos em ciclos que já não nos pertencem. Quando a aceitamos, ainda que com receio, permitimos que a existência cumpra seu papel de nos amadurecer. O rumo muda a vida quando nos faz olhar com outros olhos, quando nos obriga a deixar para trás o que já não sustenta, quando nos ensina a confiar na providência que age mesmo nos desvios. A sabedoria está em perceber que o que se perde não é punição, é transição. Tudo o que parte abre espaço para algo que precisa chegar. A vida se move em ondas, e aprender a navegar é aceitar que não controlamos o mar, mas podemos ajustar as velas. Mudar de rumo é, muitas vezes, reencontrar o próprio sentido. É o gesto de fé de quem confia que, onde quer que o vento leve, Deus já preparou um porto seguro.
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