"Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos" (Mateus 22.32 ACF)
Caro leitor, no dia 2 de Novembro oficialmente em nosso país é feriado. Trata-se do dia de finados. Alguma pessoas não tem ideia do que significa esse dia de finados, mas iremos neste estudo dar alguns detalhes interessantes. O dia de finados também é chamado de “dia dos fiéis defuntos” ou “dia dos mortos”. Trata-se de uma data principalmente comemorada pela igreja católica e fundamentada na crença na oração que os vivos deveriam fazer pelos mortos para que estes pudessem alcançar certos benefícios onde quer que estejam após suas mortes.
O QUE DIZ A BÍBLIA?
No dia 2 de novembro se celebra o culto aos mortos ou o dia de Finados. Qual a origem do culto aos mortos ou do dia de Finados?
O dia de Finados só começou a existir a partir do ano 998 DC. Foi introduzido por Santo Odilon, ou Odílio, abade do mosteiro beneditino de Cluny na França. Ele determinou que os monges rezassem por todos os mortos, conhecidos e desconhecidos, religiosos ou leigos, de todos os lugares e de todos os tempos. Quatro séculos depois, o Papa, em Roma, na Itália, adotou o dia 2 de novembro como o dia de Finados, ou dia dos mortos, para a Igreja Católica.
● Como chegou aqui no Brasil essa celebração de 2 de novembro ser celebrado o dia de Finados?
O costume de rezar pelos mortos nesse dia foi trazido para o Brasil pelos portugueses. As igrejas e os cemitérios são visitados, os túmulos são decorados com flores, e milhares de velas são acesas.
● Tem apoio bíblico essa tradição de se rezar pelos mortos no dia 2 de novembro? Como um cristão bíblico deve posicionar-se no dia de Finados?
Nada de errado existe quando, movidos pelas saudades dos parentes ou pessoas conhecidas falecidas, se faz nesse dia visita os cemitérios e até mesmo se enfeitam os túmulos de pessoas saudosas e caras para nós. Entretanto, proceder como o faz a maioria, rezando pelos mortos e acendendo velas em favor das almas dos que partiram tal prática não encontra apoio bíblico.
▪︎ A maioria das pessoas que visitam os cemitérios no dia de Finados está ligada à religião católica. Por que os católicos fazem essa celebração aos mortos com rezas e acendendo velas junto aos túmulos?
Porque segundo a doutrina católica, os mortos, na sua maioria estão no purgatório e para sair mais depressa desse lugar, pensam que estão agindo corretamente mandando fazer missas, rezas e acender velas. Crêem os católicos que quando a pessoa morre, sua alma comparece diante do arcanjo São Miguel, que pesa em sua balança as virtudes e os pecados feitos em vida pela pessoa. Quando a pessoa não praticou más ações, seu espírito vai imediatamente para o céu, onde não há dor, apenas paz e amor. Quando as más ações que a pessoa cometeu são erros pequenos, a alma vai se purificar no purgatório.
● Existe base bíblica para se crer no purgatório, lugar intermediário entre o céu e o inferno?
Não existe. A Bíblia fala apenas de dois lugares: céu e inferno. Jesus ensinou a existência de apenas dois lugares. Falou do céu em cf. (Jo 14.2-3) e falou do inferno em cf. (Mt 25.41).
▪︎ Segundo a Bíblia o que acontece com os seres humanos na hora da morte?
● No livro de (Hebreus 9.27), se lê que após a morte segue-se o juízo. E Jesus contou sobre a situação dos mortos cf. (Lc 16.19-31). Nessa parte bíblica destacamos quatro ensinos de Jesus:
a) que há consciência após a morte;
b) existe sofrimento e existe bem estar;
c) não existe comunicação de mortos com os vivos;
d) a situação dos mortos não permite mudança.
Cada qual ficará no lugar da sua escolha em vida. Os que morrem no Senhor gozarão de felicidade eterna (Ap 14.13) e os que escolheram viver fora do propósito de Deus, que escolheram o caminho largo (Mt 7.13-14) irão para o lugar de tormento consciente de onde jamais poderão sair.
▪︎ Fora a crença sobre o estado dos mortos de católicos e evangélicos, existem outras formas de crer sobre a situação dos mortos. Pode indicar algumas formas de crer?
SIM!
a) Os espíritas crêem na reencarnação. Reencarnam repetidamente até se tornarem espíritos puros. Não crêem na ressurreição dos mortos.
b) Os hinduístas crêem na transmigração das almas, que é a mesma doutrina da reencarnação. Só que os ensinam que o ser humano pode regredir noutra existência e assim voltar a este mundo como um animal ou até mesmo como um inseto: carrapato, piolho, barata, como um tigre, como uma cobra, etc.
c) Os budistas crêem no Nirvana, que é um tipo de aniquilamento.
d) As testemunhas de Jeová crêem no aniquilamento. Morreu a pessoa está aniquilada. Simplesmente deixou de existir. Existem 3 classes de pessoas: os ímpios, os injustos e os justos. No caso dos ímpios não ressuscitam mais. Os injustos são todos os que morreram desde Adão. Irão ressuscitar 20 bilhões de mortos para terem uma nova chance de salvação durante o milênio. Se passarem pela última prova, poderão viver para sempre na terra. Dentre os justos, duas classes: os ungidos que irão para o céu, 144 mil. Os demais viverão para sempre na terra se passarem pela última prova depois de mil anos. Caso não passem serão aniquilados.
e) Os adventistas crêem no sono da alma. Morreu o homem, a alma ou o espírito, que para eles é apenas o ar que a pessoa respira, esse ar retorna à atmosfera. A pessoa dorme na sepultura inconsciente.
Os adventistas do sétimo dia negam a sobrevivência da alma por ocasião da morte do corpo. Dizem, A Morte é um Sono. Morte não é aniquilação completa; é apenas um estado temporário de inconsciência enquanto a pessoa aguarda a ressurreição. A Bíblia identifica repetidamente esse estado intermediário como um sono.(NISTO CREMOS, p. 457 – 1a edição – CPB)
Dizem mais, Para o cristão a morte não é mais que um sono, um momento de silêncio e escuridão | (Subtilezas do Erro, 1ª edição, p. 272, Arnaldo Christianini, CPB)
COMO SE DARÁ A RESSURREIÇÃO DE TODOS OS MORTOS?
Jesus ensinou em (Jo 5.28,29) que todos os mortos ressuscitarão. Só que haverá dois tipos de ressurreição; para a vida, que ocorrerá mil anos antes da ressurreição do Juízo Final. A primeira ressurreição se dará por ocasião da segunda vinda de Cristo, no arrebatamento cf. (1 Ts 4.16,17; 1 Co 15.51-53). E a ressurreição do Juízo Final como se lê em (Apocalipse 20.11-15).
O QUE É O DIA DE FINADOS?
● Essa crença é baseada [na tradição] e principalmente no livro de 2 Macabeus 12.43-46:
“Em seguida, fez uma coleta, enviando a Jerusalém cerca de dez mil dracmas, para que se oferecesse um sacrifício pelos pecados: belo e santo modo de agir, decorrente de sua crença na ressurreição, porque, se ele não julgasse que os mortos ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar por eles.Mas, se ele acreditava que uma bela recompensa aguarda os que morrem piedosamente, era esse um bom e religioso pensamento; eis por que ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas.” (2 Macabeus 12. 43-46 – Bíblia Ave Maria)
● O livro citado acima é considerado para nós protestantes Apócrifos (e também para os judeus), ou seja, ele não faz parte do cânon bíblico aceito como inspirado por Deus. Os católicos creem que os vivos têm a possibilidade de fazer algo pelos mortos, por isso acendem velas, oram por eles e até pedem perdão pelos seus pecados. Essa prática, porém, está definitivamente contrária ao que diz a palavra de Deus. Vejamos alguns textos:
▪︎ "E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo" (Hebreus 9.27)
Fica claro neste texto que a morte sela todas as oportunidades dadas às pessoas. Não há como interferir na vida pós-morte. Se logo após a morte vem o juízo, como haveria possibilidade de orar para que alguém já morto fosse perdoado pelas suas faltas? Ele já não foi julgado? Orações em favor dos mortos são inúteis e não tem base bíblica.
▪︎ “e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.” (Eclesiastes 12.7).
Não existem caminhos intermediários entre esta terra e Deus. Não existe purgatório, locais de purificação e nem novas oportunidades de salvação e perdão após a morte da pessoa. Esse ensino claro destrói qualquer tradição apoiada nesse tipo de prática. A salvação é somente pela fé em Jesus Cristo.
▪︎ “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.” (Atos 4.12).
Isso mostra que orações pelos mortos não tem validade para salvá-los, purificá-los ou mesmo perdoar os seus pecados. A salvação é pela fé em Jesus e isso acontece aqui enquanto temos vida para crer, para confessar Jesus, para se arrepender, para receber e acolher o evangelho.
▪︎ “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 João 1. 9). O perdão se dá através do arrependimento e da confissão dos pecados, o que os mortos não tem condições de fazer. A confissão é pessoal, de modo que eu não posso confessar os pecados de outro. Cada um responde pelos seus erros e só há oportunidade de confissão enquanto há vida: “Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus” (Romanos 14:12).
A obra de Jesus justifica totalmente os que Dele se aproximam através da fé. Não há meia salvação e nem meio perdão. “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 5.1).
Como vimos, as práticas realizadas nesse dia estão totalmente distantes do que diz a Bíblia. O que, então, nós evangélicos fazemos no dia de finados? Bom, como o feriado já está proclamado mesmo, creio que o melhor que podemos fazer é lembrar-nos do legado que os nossos falecidos nos deixaram. Seus exemplos, sua sabedoria, seu carinho, seu amor. Ir ao cemitério e deixar os túmulos dos entes queridos honradamente bem cuidados não está contrário ao que a Bíblia diz. Fazer qualquer petição ou orar pelos mortos fere os princípios mais básicos da palavra de Deus, por isso, fazemos bem em nos afastar dessas práticas
Oremos pelos vivos e pela sua conversão!
***
Conclusão
ORIGEM E SIGNIFICADO FINADOS
O Dia de Finados foi instituído no século X por Santo Odílio, abade beneditino de Cluny, na França, para os mosteiros de sua ordem especificamente, até que a igreja católica universalizou a data.
No século IV, já encontramos a memória dos mortos na celebração da missa. Desde o século V, a igreja dedica um dia por ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém se lembrava, até que no século XI os Papas Silvestre II (1009), João XVIII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia por ano pelos mortos.
A partir do século XIII, esse dia anual por todos os mortos passou a ser comemorado no dia 2 de novembro, porque no dia 1º de novembro se realiza a festa de todos os santos. O dia de todos os santos celebra todos os que morreram em estado de graça e não foram canonizados. O Dia de Finados celebra todos os que morreram e não são lembrados na oração do dia de todos os santos, devendo-se acender uma vela no cemitério para simbolizar a vida eterna do falecido.
Para os católicos, dizer que quando uma pessoa morre acabou não é verdade. Creem que o testemunho de vida daquele que morreu fica como luz acesa no coração de quem continua a peregrinação. Esse é um dos significados da vela que se acendem nos cemitérios: a luz do irmão não se apagou. A luz da fé reacende a chama dos corações. No Dia de Finados, ao acenderem velas, os católicos buscam para si a iluminação interior que, sabemos pala Palavra de Deus, só é encontrada em Cristo Jesus, cf. (João 12:46).
REFUTAÇÃO BÍBLICA
Por essas considerações doutrinárias e informações históricas, creio que os verdadeiros cristãos não devem celebrar o Dia de Finados. Não há certeza de ressurreição sem Cristo e não há possibilidade de vida eterna sem que haja fé salvadora no coração enquanto vivos, cf. (João 3:16-18; João 11:25-26).
A Bíblia é clara ao asseverar que após a morte só nos resta o juízo de Deus, (Hebreus 9:27; Mateus 25:31-46), alertando para o fato de toda e qualquer decisão por Cristo deve ser tomada em vida. Não há base bíblica para se orar, rezar ou se penitenciar pelos mortos, mas sim um mandamento imperativo de Jesus para se proclamar o evangelho para os vivos, cf. (Mateus 28:19-20).
▪︎ "Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação do mundo. Amém" (Mateus 28:19-20 ACF)
É verdade que o amor pelos entes queridos não cessa com a morte, da mesma forma que é verdadeiro o fato de que o testemunho daqueles que morreram também não cessa com o sepultamento, cf. (Hebreus 11:4). Porém, acreditar que os mortos estejam na sepultura, no purgatório ou no limbo aguardando uma segunda oportunidade para a salvação é prova de total desconhecimento da Palavra de Deus. Infelizmente este engodo é fomentado pelo ROMANISMO, bem como por alguns seguimentos ditos evangélicos, mas devemos rejeitá-lo com veemência bíblica.
A Palavra de Deus assevera que a salvação é alcançada a partir do arrependimento, conjugado a fé incondicional em Jesus, (Atos 3:19; Romanos 3:21-26), razão pela qual devemos compreender e aceitar a dura realidade da perdição eterna daqueles que amamos, mas que morreram sem Cristo. Se não proclamamos ou se não testemunhamos de Jesus durante a vida de nossos entes queridos, não adianta chorar ou se penitenciar e nem mesmo acender velas ou reformar sepulturas, no Dia de Finados.
Amados irmãos e irmãs, não devemos celebrar o Dia de Finados, mas sim proclamar vida que Jesus deseja oferecer aos nossos entes queridos a partir do nosso testemunho e da pregação do evangelho verdadeiro que vivenciamos em nosso cotidiano.
Assim como Jesus asseverou que cabe aos mortos cuidar e sepultar os seus mortos, cf. (Lucas 9:59-60), devemos transformar todos os nossos dias em dias de vida em Jesus. Assim sendo, pela fé e motivados pelo nosso testemunho, nossos familiares e amigos encontrarão vida em Jesus.
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Pense nisso!
"Jesus, porém, disse-lhe: Segue-me, e deixa os mortos sepultar os seus mortos." (Mateus 8:22) | Cristo Jesus
"E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo" (Hebreus 9.27)
• "Alguém me perguntou: você ora para os mortos? Respondi: Não! eu prego para eles" | (𝐿𝑒𝑜𝑛𝑎𝑟𝑑 𝑅𝑎𝑣𝑒𝑛ℎ𝑖𝑙𝑙)
OS CRISTÃOS CELEBRÃO A MORTE DE CRISTO:
"Porque, todas e quaisquer vezes que comais este pão e este cálice bebais, a morte de o Senhor (Jesus) PROCLAMAI, ATÉ QUE ELE VENHA" (1Co 11:26 LTT)
▪︎ ❝Haverá um dia em que comer e beber, dormir e vestir-se, divertir-se e gastar dinheiro terão um fim. Haverá um dia em que o seu lugar estará vazio, e que falarão de você como alguém que já morreu, que já se foi. E, onde você estará, se tiver vivido e morrido sem pensar a respeito de sua alma, sem Deus e sem Cristo❞? | J. C. Ryle
ONDE ESTÃO OS FINADOS?
2 de Novembro é "dia de finados" no Brasil. Boa oportunidade para se fazer a pergunta acima. Eu sei que a resposta óbvia é "enterrados no cemitério", mas eu me refiro à alma dos finados. A resposta bíblica pode ser resumida em alguns pontos, que não pretendem ser exaustivos, mas que representam o pensamento evangélico histórico sobre o que acontece após a morte.
1°) Imediatamente após a morte, as almas dos homens voltam a Deus. Seus corpos permanecem na terra, onde são destruídos.
2°) As almas dos finados não caem em um estado de sono ou de inconsciência após a morte.
3°) As almas dos salvos em Cristo Jesus entram em um estado de perfeita santidade e alegria, na presença de Deus, e reinam com Cristo, enquanto aguardam a ressurreição de seus corpos.
4°) Esta felicidade não é impedida pela memória de suas vidas na terra, uma vez que agora eles consideram tudo à luz de perfeita vontade de Deus e do Seu plano perfeito.
5°) Sua felicidade e salvação é somente pela graça de Deus. Eles não têm poder de interceder pelos vivos ou tornar-se mediadores entre eles e Deus.
6°) As almas dos perdidos não são destruídas após a morte, mas entram em um estado de sofrimento consciente e de escuridão, tirados da presença de Deus, enquanto esperam o dia do julgamento.
7°) Não há outros estados além destes dois após a morte. Não há qualquer base bíblica para a doutrina do purgatório e nem da reencarnação.
8°) Nem as almas dos salvos nem as dos perdidos podem voltar para a terra dos vivos após a morte. Todas os fenômenos considerados como a ação de almas desencarnadas deve ser atribuída à imaginação humana ou à ação de demônios. A realidade da morte e da sobrevivência da alma deveria nos lembrar sempre das palavras de Jesus: "De que adiante ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?"
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