Os dias andam exigentes. A velocidade é grande e os resultados nem sempre são os melhores. Mesmo que as horas continuem tendo 60 minutos e os minutos 60 segundos, a sensação é de que o tempo voa sem que consigamos fazer o que é necessário. Os culpados, talvez, sejamos nós mesmos, pois colocamos metas acima do humanamente permitido. Estamos nos exigindo demais, gerando determinadas frustrações. Somos mais do que corredores de uma corrida que não tem levando a lugar nenhum, apenas gerado muito cansaço. Somos a partida e a chegada, somos o caminho. O tempo é nosso, a vida aguarda por encaminhamentos. Nem sempre sabemos o tempo certo de cada coisa, mas precisamos interagir para alcançar o que almejamos. Viver é fazer acontecer, a partir de objetivos claros e de sonhos dignos. O mundo é regido por um projeto próprio onde a velocidade é parte significativa da estratégia de envolvimento e de consumo. Somos peças de uma engrenagem que se encontra distante da dignidade humana. Não se trata de achar que o mundo é ruim, mas de ter consciência de que o humano é simplesmente mais um neste universo de possibilidades. Se não tem outra opção, que possamos correr sem nos desgastar e sem nos esvaziar de sentido da vida. O mundo pode correr, nós precisamos de equilíbrio. Dar um ritmo próprio à vida parece ser a melhor dica do momento. Todos podem correr, mas eu escolhi andar dentro de um ritmo saudável e produtivo. Não deixo que me roubem a paz interior e a serenidade para lidar com o cotidiano que, muitas vezes, pesa mais do que o normal. Não podemos nos iludir achando que o mundo terá outro ritmo, nos próximos tempos. Daí a importância de manter a própria autonomia, escolhendo o que faz bem e optando por uma vida mais leve e alegre. Estou consciente de que os problemas vão se apresentar com insistência, mas sou maior do que os meus problemas. Posso e devo seguir em frente, dando o meu melhor para tornar a vida um fluxo natural e saudável. Estamos no mundo, mas podemos organizar o nosso mundo, sem ter que correr desesperadamente. Viver é uma questão de escolha. Somos nós que damos ritmo à vida.
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