terça-feira, 21 de janeiro de 2025

VIDA



“Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mt 6:33).


A simplicidade é uma virtude provida por Deus, pois somos naturalmente tendentes à complexidade, exigência e desequilíbrio. 


Simplicidade não significa apenas abstinência do conforto e prazer. Nesta estrada, muitos se enclausuram em celas escuras ou monastérios isolados, mas percebem que a cobiça acompanha o coração por onde vai. 


A cobiça, o oposto da simplicidade, leva-nos a desejar ser, ter e estar onde não deveríamos. E a cobiça mata a simplicidade da vida, tanto em uma caverna distante quanto em uma grande cidade. O que deve ser domado é o coração. 


A perda da simplicidade se dá a partir do coração alimentado pelas mentiras. Algumas parecem ser mais importantes e gostaria de mencioná-las. 


A primeira é a mentira do reconhecimento. Ela tenta nos convencer que precisamos do reconhecimento de todos para que tenhamos paz. Essa mentira leva o ser humano a aparentar o que não é para aqueles que não conhece em busca de uma aprovação que não precisa. É um caminho de enorme exaustão e frustração. 


A segunda é a mentira da posse. Ela tenta nos moldar, levando-nos a correr freneticamente atrás do que não temos e, muitas vezes, nem precisamos. E o faz em um ciclo intenso e dinâmico, em que o bem adquirido torna-se rapidamente ultrapassado, pois sempre há um outro que se torna o novo motivo de ambição. O resultado é que os bens tornam-se o centro, fazendo com que a vida gire em torno deles. Esse caminho leva à angústia. 


A terceira é a mentira do conforto. Ela tenta convencer que a felicidade é proporcional ao conforto que adquirimos e experimentamos, seja um conforto provido pela segurança financeira, pelo ambiente de vida ou pela saúde pessoal. Seguindo essa tese, muitos passam a vida correndo atrás do conforto e, quando o alcançam, percebem que a felicidade nunca esteve ali. Os resultados são muitos, mas sobretudo o vazio. 


É curioso notarmos que o reconhecimento, a posse e o conforto não são, em si mesmos, pecaminosos. 


Continuação ⬇️

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