Há corações que convidam Deus como quem espera uma visita: arrumam-se apenas por fora, escondem os excessos, fingem calma e preparam palavras certas. Mas há outros corações, os mais belos, que não se disfarçam. São verdadeiros, despidos de orgulho, abertos como quem deseja ser habitado. São esses os lugares onde Deus faz morada. Morada é presença contínua. É partilha. É companhia. É estar. Quando Deus mora, os dias passam a ter sentido mesmo sem explicação, e as noites são mais leves, mesmo sem promessas de um amanhecer imediato. A fé transforma o coração em santuário, mesmo que imperfeito. E é neste altar interior, moldado na entrega, que Deus permanece, não como hóspede, mas como Pai.
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