Mas não os maltrataram porque tinham medo de serem apedrejados pelo povo. (At 5.26)
O que significa maltratar alguém? Os muitos sinônimos do verbo ajudam a entender. Os mais próximos do contexto são açoitar, bater, espancar, injuriar, insultar, oprimir, torturar, ultrajar e vexar. Tudo isso aconteceu com os apóstolos e com os primeiros cristãos, por mais de 200 anos, até quando eles ganharam liberdade de culto e a igreja cristã passou a ser reconhecida como corpo legal, durante o reinado de Constantino (morto em 337).
Em sua defesa perante o Sinédrio, a partir de um apanhado histórico, Estêvão usa o verbo maltratar três vezes (7.19, 24, 27). O faraó que “não sabia nada a respeito de José” enganou e maltratou o povo de Israel, a ponto de obrigar os descendentes de Abraão “a abandonar as suas próprias criancinhas para que elas morressem” (7.19).
Para os opositores da verdade e da justiça é muito simples maltratar. O rei Herodes, por exemplo, “mandou prender alguns da igreja para maltratá-los” (12.1). Alguns cristãos foram obrigados a blasfemar por causa dos maus-tratos infligidos por Paulo antes de sua conversão (26.11). Mas muitos outros não cederam, mesmo sob tortura. Eles foram insultados e surrados, acorrentados e jogados na cadeia, mortos a pedradas (como Estêvão) e à espada (como Tiago) e até serrados pelo meio. Eram pobres, perseguidos e maltratados, vivendo em cavernas e buracos na terra (Hb 11.36-38).
Em tempos de maus tratos, os cristãos de hoje manteriam sua fé e sua lealdade?
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