Seguidamente me encontro pensando no ser humano: somos tão incríveis e, ao mesmo tempo, tão complexos. Quantos pensamentos são processados pelo cérebro diariamente? Impossível contar tudo o que se passa em nosso mente, pois é um volume imensurável. Há tempo venho selecionando os pensamentos, pois muitas coisas eu me recuso pensar, pois em nada ajudam para o meu crescimento. Ser seletivo, isto é, ser capaz de selecionar os pensamentos é uma atitude recomendável, uma vez que é difícil pensar somente o que faz bem. Um dia, talvez, desenvolveremos a habilidade de lidar com os pensamentos separando os bons dos menos significativos. A vida é feita de escolhas, inclusive no que diz respeito aos pensamentos: é preciso saber escolher o que pensar. Sim, os pensamentos vêm e vão como nuvens no céu. Alguns são breves, quase imperceptíveis. Outros permanecem, insistentemente, tentando nos convencer de que são verdades absolutas. Mas não somos o que pensamos. Somos aquilo que silencia, que observa, que escolhe o que acolher e o que deixar passar. É comum confundir pensamentos com identidade, especialmente aqueles que chegam nos momentos difíceis, carregados de medo, crítica ou insegurança. Mas há uma sabedoria profunda em perceber que o pensamento é apenas um visitante. Ele não tem o poder de definir quem somos, a menos que o deixemos fazer morada. A consciência, essa sim, é casa. Ela nos permite olhar com distância e delicadeza, sem nos afogar no que a mente insiste em repetir. Respirar fundo, ouvir sem julgar, acolher sem se perder. Isso é maturidade interior. Em vez de lutar contra os pensamentos, podemos apenas reconhecê-los e deixá-los passar, como folhas levadas pelo vento. Assim a vida se torna mais leve, o coração mais calmo e os dias mais livres. A mente pode até fazer barulho, mas a alma sabe escutar em silêncio.
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