Viver no hoje é um grande desafio. Sem querer ficamos, muitas vezes, no passado ou até excessivamente no futuro. O lugar que quase não estamos presentes é no hoje. É evidente que o passado não pode ser esquecido ou deletado da nossa história, mas não podemos esquecer que ele já passou, não nos pertence mais. Eu gosto do presente, por ser o espaço onde eu circulo e me movimento. Mas não escondo que vivo projetando o futuro, principalmente no ato de empreender. Muitas vezes, nos debatemos com lembranças, remoemos erros cometidos, ou lamentamos oportunidades perdidas como se, ao lutar com aquilo que já passou, pudéssemos alterar seu resultado. A mente, agitada por um passado que insiste em revisitar, rouba-nos a tranquilidade necessária para desfrutar plenamente o presente. Aceitar é um ato corajoso, uma escolha consciente de acolher os fatos exatamente como aconteceram, sem disfarces ou desculpas. Isso não significa que concordamos com tudo que vivemos, nem que desistimos de crescer ou buscar mudanças. Pelo contrário, aceitar é um passo essencial para seguir em frente com leveza, permitindo que a paz, delicadamente, volte a habitar nosso coração. Não temos como mudar o que ficou para trás, mas temos pleno domínio sobre como lidaremos com isso agora. É precisamente nessa postura de humildade e entrega que conseguimos perceber novas possibilidades de felicidade que estavam ocultas pela sombra da inconformidade. Ao deixar ir aquilo que não podemos modificar, libertamos nossa alma para abraçar o hoje, desfrutando plenamente a beleza silenciosa do momento presente. Na verdade, aceitar o que é não significa esquecer ou minimizar os sentimentos vividos. Trata-se de abrir espaço para que novas histórias possam ser escritas, para que os dias voltem a ser experimentados com gratidão e esperança, sem o peso constante das mágoas ou arrependimentos. Cada instante acolhido com aceitação torna-se uma semente de serenidade, que germina lentamente até florescer em uma existência plena de paz. E, então, descobrimos que o verdadeiro poder não está em lutar contra aquilo que já foi, mas em abraçar com sabedoria o que está diante de nós, aqui e agora, devolvendo a leveza e a alegria ao nosso viver.
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