quinta-feira, 17 de julho de 2025

TEMPO

 A relação com o tempo é algo central na vida de todos. Todos sabemos que o tempo passa e não espera por ninguém. Administrar o tempo requer clareza e sabedoria. Vejo muita gente perdendo tempo, sem nenhum escrúpulo ou preocupação. No meu caso, o tempo é precioso, não apenas por ter uma agenda exigente, mas por valorizar a vida no tempo que ela dispõe. Quanta coisa é possível fazer, para si e para os outros, quando sabemos a importância dos minutos e das horas. A desculpa ‘não tenho tempo’ deixou de ser levada em conta, pois tempo é uma questão de prioridade. Olha só: a maneira como alguém organiza o próprio tempo diz muito sobre como essa pessoa nos enxerga. Há quem apareça quando tudo já está feito, quando os minutos se esgotaram, quando o resto é o que resta. E há quem interrompa a pressa, silencie a correria, reorganize prioridades só para estar presente. Essa diferença não precisa ser explicada, ela é sentida. O afeto verdadeiro encontra brechas onde a indiferença enxerga obstáculos. Às vezes, ficamos esperando demonstrações grandiosas de amor, sem perceber que o simples “estou aqui” já diz tudo. O tempo que alguém nos dedica, em meio às exigências da vida, é uma forma silenciosa de dizer: você importa. Há amizades que não precisam de muito tempo para se fortalecer, mas precisam de verdade. E há relações que parecem constantes, mas não resistem à ausência de intenção. Entender essa diferença é um cuidado com o próprio coração. Não se trata de cobrar, mas de reconhecer onde há espaço de afeto e onde há apenas convivência. A maturidade afetiva começa quando deixamos de insistir onde só há sobra e passamos a valorizar quem, mesmo em dias cheios, nos oferece presença inteira. É bom não esquecer que a presença verdadeira não se mede pela frequência, mas pela intenção.

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