PESSOAS

 Todos desejam ser compreendidos.

Todas as pessoas buscam ser reconhecidas.

Ninguém tolera ser jogado na vala da insignificância.

Há como suportar ser impopular e antipatizado, mas é trágico sofrer a dor da invisibilidade.

E as únicas pessoas que podem me reconhecer dessa maneira, e com isso me dar a consciência de ser alguém, são os membros de uma sociedade em que, histórica, moral, econômica e talvez eticamente eu me sinta com pertença.

O nosso eu único não se aparta da relação com o próximo – ninguém é ilha e quando o sino dobra, dobra por todos nós.

Sendo assim, quando milito por liberdade, anseio por justiça para todos, aguardo mudanças na estrutura que sustenta o convívio comum e anelo por um mundo onde as discordâncias não apartam, mas apontam para um Norte menos violento.

Em minha definição de esperança, o rosto do meu irmão me revela Deus e me ajuda a refinar a imagem de mim mesmo para seguir adiante.