domingo, 3 de maio de 2015
UMA LIÇÃO QUE É APRENDIDA NO MEIO DAS LAGRIMAS
Eis que fizeste os meus dias como a palmos; o tempo da minha vida é como nada diante de ti; na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é totalmente vaidade.
Salmos 39:5
Confiamos demais em nós mesmos. Apresentamos um quadro grave de fobia ao desconhecido e inesperado. Até os mais aventureiros entre nós, só desejam a adrenalina nos limites da sua diversão, pois uma coisa é permitir que seu corpo seja atirado do alto de uma ponte, amarrado apenas por uma corda, outra totalmente diferente é permitir que alguém tenha acesso irrestrito a nossa conta bancária e que cuide de nossos interesses em nosso. Odiamos perder o controle de nossas vidas. Isso nos apresenta um diagnóstico: o problema não é que confiamos pouco nos outros, mas significa que confiamos demais em nós mesmos, e só.
Tal procedimento, quando direcionado aos homens, encontra algum respaldo, mas quando direcionamos esta desconfiança a Deus, incorremos numa atitude de completa insensatez e incredulidade. Mas o melhor de tudo é que o Senhor, se nos ama, não permitirá que fiquemos nesta situação. Ele nos arrancará dela. De que forma? O repertório de medidas a serem tomadas por sua santa mão são infinitos, no entanto, estejamos certo que por vezes serão dolorosos, embora sempre bons e necessários.
O Salmista expõe diante de nós um coração que aprendeu estas verdades a custo de bastante sofrimento. Ao contemplar a finitude e brevidade da vida, em comparação com a eternidade de Deus, como podemos procurar estabilidade e segurança em nós mesmos? Seria uma carteira assinada ou imóvel livre de hipoteca mais seguro que a mão que firma todo o universo? Pensamos que estamos no controle de nossas vidas. A dor nos desperta desta imensa tolice. É por isso que muitas vezes, em um minuto tudo vira pó e os planos se desmancham. Se nós somos mera neblina, que dirá de nossos sonhos tão frágeis? A verdade indubitável encontra-se na consciência bíblica de nossas limitações, como afirma o poeta:
Desenho planos, traço a vida, como se eu fosse autor
Pura ilusão eu sei, e acordo sempre que há dor. [...]
Ainda que a vida às vezes doa contigo eu quero prosseguir
Não sei pra onde, quando, nem muito menos como
Mas sem com que eu vou
Sei a quem eu vou seguir.
As decepções são alertas do Senhor. Deus as usa para nos lembrar de nossa fragilidade. Nossa alma só está segura quando repousa Nele. Sem ansiedade, e sem a tola pretensão de controlar os rumos de nossa vida.
Quando os sonhos que transformamos em ídolos tornam-se pó diante de nossos olhos, a misericórdia do Senhor nos acolhe, enxuga nossas lágrimas e aplica a nossos corações a mais preciosa promessa para os momentos de dor: Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele o fará (Salmos 37:5).
É assim que devemos andar. Olhos fitos Nele e corações curvados diante de sua soberania. Ele deseja ser o nosso único recurso infalível, e para isso irá frustrar todas as nossas rotas de fuga, todos os sonhos que nos prometam estabilidade a parte Dele. E quanto isto ocorrer, levante a cabeça e siga. Confie no mestre que vai à sua frente. Ele cuida de seu povo e seu grande e soberano plano jamais será frustrado. Os teus podem se frustrar, mas os dele não. E acredite: os Dele são sempre melhores. Viva pela fé!
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