Encontros e desencontros marcam a convivência humana. Chego a pensar que, em outros tempos, sentíamos saudades de uma conversa ou de alô. Com os avanços tecnológicos, estamos sempre nos comunicando. Porém, os ruídos são muitos, principalmente quando nos afastamos das pessoas, sem antes termos dialogado. Deduzir é algo instantâneo, mas os enganos são incontáveis. É da natureza humana interpretar gestos, silêncios e atitudes. Muitas vezes, sem perceber, criamos histórias em nossa mente, tiramos conclusões precipitadas e acreditamos firmemente nelas. Um olhar que não veio, uma mensagem que demorou a ser respondida, uma palavra que soou diferente. Pequenos detalhes que, em vez de serem esclarecidos, tornam-se muros entre as pessoas. O problema das suposições é que elas carregam mais de nossos medos do que da realidade. Deduzimos que fomos ignorados, quando, na verdade, o outro apenas estava distraído. Pensamos que não somos mais importantes, quando, na verdade, o outro apenas está vivendo suas próprias batalhas. Criamos desencontros dentro de nós antes mesmo de confirmarmos se havia realmente algo errado. O diálogo sempre será a ponte que resgata o que a suposição tenta destruir. Perguntar, esclarecer e ouvir com o coração aberto evita distâncias desnecessárias. Nem sempre teremos controle sobre como os outros agem, mas podemos escolher como nos comunicamos. E, na maioria das vezes, uma conversa sincera pode salvar aquilo que um silêncio mal interpretado poderia destruir. Quantas relações poderiam ser diferentes se, antes de afastar-se, alguém tivesse escolhido perguntar? Que possamos trocar julgamentos por perguntas, suposições por compreensão e distâncias por diálogos. Porque as palavras, quando bem usadas, aproximam mais do que qualquer pensamento não dito.
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