sábado, 12 de julho de 2025

SEMPRE

A história da humanidade sempre foi marcada por vitórias e, também, por incontáveis crises. Ao meu ver, neste momento específico, carecemos de uma compreensão em relação ao valor da outra pessoa. A grande maioria não consegue ver no outro alguém merecedor de dignidade e de amor. Ao invés de amar escolhemos odiar, deixar à margem da dignidade. Enquanto não reconhecermos o outro como um humano com valor infinito, não iremos conviver harmoniosamente. Cada pessoa é um território habitado por silêncios, cicatrizes, memórias e esperanças. Nada é tão simples quanto parece. Há histórias inteiras escondidas em um único olhar. Verdade: nem sempre lembramos que o outro também é feito de batalhas que nunca contou a ninguém. A aparente tranquilidade de alguém pode esconder um passado de quedas silenciosas e reconstruções lentas. Entrar nesse espaço exige reverência, como quem pisa descalço em chão sagrado. Há dores que não se explicam, só se carregam. Por isso, toda aproximação deveria vir acompanhada de escuta, cuidado e presença verdadeira. Nunca sabemos que memórias podem ser tocadas por uma palavra impensada ou por um gesto brusco. É preciso conter a pressa, deixar de lado a necessidade de entender tudo e simplesmente estar, com leveza. Há pessoas que guardam dentro de si um mundo inteiro. Outras ainda estão recolhendo os pedaços de um tempo difícil. Quando escolhemos entrar na vida de alguém, mesmo que só por um instante, estamos sendo convidados a respeitar o invisível. Ser suave não é ser frágil, é ter força suficiente para não ferir. É saber que o coração alheio não é lugar de conserto, mas de acolhimento. Quanto mais conscientes formos desse sagrado que habita cada um, mais humanos nos tornamos.  

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