As opiniões são em grande quantidade e diversas. É comum ouvir afirmações tais como: a convivência está se tornando impossível. Realmente, os conflitos se originam do nada e alcançam enormes proporções. A intolerância surge no mesmo grau em que não aceitamos as diferenças humanas. O que é diferente e que não cai no agrado coletivo acaba sendo rejeito e excluído. Por uma atitude somos capazes de ignorar para sempre a presença do outro. Mesmo não querendo, acabamos abrindo enormes feridas em nós e nos outros. Pensando bem não há necessidade de estarmos sempre num duelo, por causa do modo de pensar e de agir. As diferenças podem acrescentar riqueza e aprimorar o todo maior, que tem origem na convivência. Não sei até quando vamos conseguir nos manter saudáveis, num universo de velocidade, pressa e ansiedade. Acalmar o coração deixou de ser uma opção individual para se tornar uma necessidade praticamente global. Do nada, muitas feridas surgem provocando um sofrimento desnecessário. Curar as próprias feriadas é praticamente uma urgência, pois a vida segue e não podemos perder o ritmo, muito menos o ideal. No passado tínhamos menos contatos. As tragédias e desencontros não se tornavam instantâneos como hoje. Situações críticas sempre aconteceram, mas a divulgação não era tão imponente. No ímpeto de querer saber detalhes, muitas vezes nos machucamos e nem sempre sabemos o caminho para a cura. Talvez não esteja ao nosso alcance impedir a multiplicação de tantas feridas, mas a cura não pode ser adiada e nem ignorada. Ultimamente tenho compreendido, com mais serenidade, que viver é estar num processo contínuo de cura. Todos os dias temos algo tratar e cicatrizar. Procurar culpados quase sempre é tempo perdido. Façamos os curativos que forem necessários, pois as feridas cicatrizam quando permitimos e implementação de um processo de superação. O tempo que gastamos para achar os culpados de nossas feridas vai ficar faltando na hora da recuperação. Viver é algo exigente e, ao mesmo tempo, fascinante.
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