domingo, 2 de março de 2025

TENTACAO

 Humanidade. Atribuímos sempre aos outros o nosso insucesso. Quando são coisas boas, a estrela é nossa.


 


Claro que temos que parar e refletir que, nesse território das tentações, existe algo do que não podemos esquecer, a nossa volição. Sim, a nossa vontade.


 


Nós não fazemos nada que não esteja de acordo com a nossa vontade. A tentação exatamente nos mexe nesse território da vontade.


 


Nós temos vontade de fazer, embora queiramos depois inculpar a terceiros, jurar que foram as más companhias, mas nós temos vontade.


 


E é importante saibamos que, quando nós temos vontade de fazer determinada coisa, mesmo que essa coisa seja negativa, nós acabamos por fazer.


 


Jesus Cristo nos diz: Buscai e achareis, pedi e obtereis, batei e abrir-se-vos-á. Mas Ele não nos diz em que porta deveremos bater. Qualquer porta em que batermos, ela se nos abrirá; qualquer coisa que pedirmos, receberemos; o que buscarmos, acharemos.


 


Se nós encontrarmos um espinho e sairmos procurando de onde ele veio, não haverá outra solução: nós vamos nos deparar com o espinheiro.


 


Se nós acharmos uma flor, um perfume, e sairmos buscando de onde vieram, nos esbarraremos num jardim, indubitavelmente.


 


E, nessa área é que temos que pensar nas influenciações espirituais negativas, que se aproveitam de nossas brechas morais, de nosso consentimento interior, de nossa vontade, e somam o seu desejo à nossa vontade.


 


E aí entramos na faixa das obsessões, das perturbações espirituais. Há muitas entidades devotadas ao mal, na postura de anti-Cristos e que querem fazer com que aqueles que estejam no caminho do bem se percam, para deles zombar, para retardar o seu caminho, o seu passo pela vida afora.


 


Daí, cabe recordar o ensinamento de Cristo para que oremos e vigiemos.


 


A vigilância corresponde a este estado de prestar sempre atenção nas consequências do que vamos fazer.


 


Temos liberdade? Temos liberdade. Mas, até onde? Até quando? Com que intensidade? Porque tudo aquilo que nós semearmos, isso mesmo colheremos. E as entidades negativas vão nos provocando a vaidade, o orgulho, a presunção, para nos fazer cair moralmente, para nos fazer tombar espiritualmente. As tentações têm suas raízes na nossa intimidade.


 


Digamos que uma pessoa passe pela porta de um bar, mas não tenha vícios de alcoólicos. O bar para ela será como uma vitrine qualquer de garrafas coloridas. Mas, se ela tiver o vício, qualquer garrafa, qualquer vitrine de bar lhe será uma tentação tremenda, exercerá sobre ela uma grandíssima tentação.


 


Alguém que não seja consumista inveterado pode passar por qualquer loja, pode ver o que for e passará tranquilo, e olhará, e tocará e sairá. Mas, para quem tem essa compulsão interior para gastar, qualquer coisa será motivo para gastar.


 


Logo, a tentação não está do lado de fora, a tentação está dentro de nós. A tentação reside em nós. É aquela bagagem ainda não doutrinada, ainda não disciplinada, é aquela situação ainda não arranjada devidamente em nossa intimidade.


 


Isso provoca em nós uma instigação. O alcoólatra se sente atraído, atentado para o álcool. O gastrônomo se vê atentado pela comida e se torna glutão, e a glutonaria é um campo aberto para entidades viciosas explorarem a capacidade do indivíduo, até que ele adoeça, até que ele passe mal, até que se perca.


 


Para quem carrega em si a tormenta sexólatra, para quem aprendeu a desrespeitar a sexualidade, homens, mulheres, crianças, velhos, cadáveres, tudo entra no campo da sua tentação sexual, porque ele carrega em si essa matriz negativa.


 


Para quem aprendeu a se disciplinar, a se respeitar, a ver, por exemplo, a sexualidade como algo nobre e digno, sabe respeitar a esposa dos outros, o marido dos outros, o namorado dos outros, sabe respeitar os corpos alheios porque respeita o seu próprio.


 


Então, a tentação tem esse componente terrível existindo dentro de nós, coabitando conosco, vivendo em nossa intimidade.


 


É por essa razão que, em cada momento de nossas existências, apelando para o ensinamento de Jesus de Nazaré, estaremos sim, fazendo as nossas preces, seja qual for a nossa crença, fazendo nossa elevação de pensamento, se assim preferirmos, mas sem deixar de vigiar os nossos passos, para onde estão indo nossos pensamentos e como estamos desenvolvendo os nossos atos.



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