sábado, 23 de agosto de 2025

DEUS

 “Ao Deus único e sábio seja dada glória, por meio de Jesus Cristo, pelos séculos dos séculos. Amém!” (Rm 16:27).

Assim, Paulo encerra a mais profunda de suas cartas, elevando os olhos da igreja para o propósito supremo de toda a vida e de toda a missão: a glória de Deus. Não há conclusão mais adequada, pois a carta aos Romanos inicia lembrando que o evangelho é o “poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm 1:16) e termina declarando que todo esse poder se manifesta para que o Senhor seja glorificado. Três pontos podem ser destacados.
Primeiro, a vida cristã tem origem e fim na glória de Deus. Nascemos, vivemos e morremos não para nós mesmos, mas para o Senhor (Rm 14:8). A razão última da criação e da redenção não é o conforto humano, mas o louvor do Criador. Essa perspectiva liberta-nos da busca incessante por reconhecimento, pois já sabemos que “dele, e por meio dele, e para Ele são todas as coisas” (Rm 11:36).
Segundo, a missão existe para que Deus seja adorado. O Cordeiro foi morto e, com o seu sangue, comprou “os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação” (Ap 5:9). O resultado final da missão é a adoração. Cada ato missionário, cada proclamação do evangelho, cada intercessão pelo perdido deve ter como alvo não simplesmente o bem-estar humano, mas a exaltação de Cristo entre as nações.
Terceiro, Deus é glorificado quando seus filhos obedecem. A glória do Senhor se manifesta não apenas em atos extraordinários, mas na vida cotidiana de fidelidade dos seus filhos. Quando a igreja evangeliza, quando o aflito é socorrido, quando os crentes servem uns aos outros, quando o perdão é oferecido, quando a santidade é buscada, Deus é glorificado. A missão é cumprida no palco do ordinário, revelando a beleza do evangelho no dia a dia.
Somos, portanto, chamados a viver com uma única motivação: Soli Deo Gloria. Pergunte a si mesmo: minhas escolhas, meus sonhos, meu trabalho e minha família têm apontado para a glória de Deus? Minha oração é que, ao final de nossa jornada, possamos, como Paulo, deixar registrada não a memória de nossas conquistas, mas a certeza de que toda a nossa vida foi um hino de adoração: “Ao Deus único e sábio seja dada glória”.

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