quinta-feira, 28 de agosto de 2025

TEMPO

 Minha relação com o tempo é saudável. Valorizo os minutos e os segundos, pois o tempo é meu parceiro. Com ele realizo tantas coisas, mas antes de tudo o tempo me permite viver. Não abro mão de dar significado à vida, com tudo o que ela apresenta e com o horizonte que posso desfrutar. Vivo sem perder tempo. Mas é bom recordar que o tempo não se repete e que cada instante é um convite precioso para ser vivido com verdade e presença. O tempo é o bem mais valioso que possuímos, e no entanto é também o mais desperdiçado. Ao adiar decisões, adormecemos oportunidades que talvez nunca mais se apresentem. Há sempre a tentação de deixar para amanhã o que pede coragem hoje, como se tivéssemos garantias de que o amanhã realmente virá. O tempo, porém, não retorna. Ele se esvai com uma delicadeza silenciosa e, quando percebemos, já se foi. Essa consciência não deve nos causar angústia, mas responsabilidade. Usar bem o tempo não significa encher a agenda de compromissos, mas escolher com sabedoria aquilo que merece atenção. O tempo que entregamos a quem amamos nunca será em vão. O tempo que investimos em nós mesmos, em silêncio, em oração ou em aprendizado, nunca será desperdiçado. Mas o tempo perdido com distrações vazias, com palavras não ditas e gestos adiados, esse não retorna. A vida é feita de urgências disfarçadas, e entre elas está o chamado a viver o hoje com intensidade. O futuro é uma promessa, o passado é memória, mas o presente é o único espaço onde a vida realmente acontece. Quando adiamos um pedido de perdão, um abraço ou uma oportunidade de recomeço, estamos deixando escapar a chance de transformar a vida agora. O tempo não é inimigo, mas aliado daqueles que sabem usá-lo com consciência. Cada minuto vivido com presença se transforma em eternidade dentro de nós. E é nesse movimento que aprendemos que a verdadeira riqueza não está em possuir coisas, mas em saber viver o instante. Quem aprende a honrar o tempo descobre que a vida, por mais breve que seja, pode ser plena. Talvez essa seja a grande lição: não deixar que a pressa nos roube o presente e não permitir que a procrastinação nos roube o futuro. O tempo é dom divino, e cuidar dele é também cuidar da própria vida.

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