segunda-feira, 11 de novembro de 2024

LÁPIS

 A borracha disse ao lápis:

Como estás, amigo?

O lápis respondeu zangado:

Não sou teu amigo, odeio-te.

Ela disse: Surpreendida e triste.

Porquê?

Ele disse: Por que você apaga o que eu escrevo?

Ela disse: Eu só apago erros.

Ele disse-lhe: Qual é o seu negócio?

Ela disse: Eu sou um rascunho, e este é o meu trabalho.

Ele disse: Isto não é trabalho.

Ela disse: Meu trabalho é tão benéfico quanto o seu.

O lápis disse: Você está errado e soberbo, porque quem escreve é melhor do que aquele que apaga.

Ela disse: Remover o errado é equivalente a escrever o certo.

O lápis ficou em silêncio por um tempo, depois disse com alguma tristeza.

Mas eu vejo você cada dia mais pequeno.

Ela disse: Porque eu sacrifico algo de mim toda vez que eu apago um erro.

O lápis disse com voz ronca:

Sinto-me mais baixo do que era.

O rascunho disse enquanto o consolava:

Não podemos beneficiar os outros, a não ser que façamos um sacrifício por eles.

Então a borracha olhou para o lápis com muito carinho, dizendo:

Você ainda me odeia?

O lápis sorriu e disse:

Como posso te odiar quando você nos trouxe sacrifício?

Todos os dias você acorda, falta um dia.

Se você não pode ser um lápis para escrever a felicidade dos outros, seja um bom rascunho para apagar suas mágoas e semear esperança e otimismo em suas almas de que o futuro é mais bonito.

Agradeça sempre!

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