A capacidade reflexiva nos coloca em movimento, pois estamos sempre pensando, relacionando e questionando. Sempre gostei de silenciar para pensar melhor, entender a partir de outra ótica e imaginar outros cenários. Refletir a própria vida é uma tarefa necessária e que não pode ser delegada. Precisamos nos apropriar da nossa essência e, assim, deslanchar por outros horizontes existenciais. Algo muito emblemático de se lidar é a questão do tempo. Sabemos tudo o que possuímos, mas nada sabemos da quantidade de dias que ainda teremos pela frente. No meu caso, com certeza, muitos sonhos não serão realizados, pois não sou nada econômico na hora de sonhar. Acredito que uma boa bagagem de sonhos pode realimentar a existência e direcionar para muitas idealizações. Faço parte do grupo que pensa a vida para além da matéria, pois não somos somente corpo físico, possuímos uma alma, que dá brilho ao ato de existir. Viver a partir da alma torna-se mais leve, pois não se faz necessário quantificar a materialidade. O dinheiro sempre exerceu uma acerta atração que, se ficar distante do equilíbrio, pode levar à irracionalidade. Ter coisas é necessário e é bom. Viver apegado é ser um prisioneiro distante das grades. Todos os bens materiais servem para qualificar a vida. Todos deveriam ter o suficiente para garantir a circulação da dignidade, em todas as camadas sociais. Não se trata de ter muito ou pouco, mas de saber que a vida é muito maior do que as coisas materiais. Não é difícil de encontrar pessoas profundamente materialistas, sem uma noção da grandiosidade da vida. A vida é passageira, as coisas ficam. Mesmo não sabendo a quantidade de tempo que nos resta, que saibamos viver com um significado sempre novo, com um amor incrível e com muita gratidão. Vier é muito mais do que conquistar bens materiais. Viver é sentir a grandiosidade da vida. O tempo é favorável quando fazemos da nossa vida uma contínua doação. Quando se trata de vida, a qualidade é superior à quantidade.
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