domingo, 16 de junho de 2024

TENHO

 


De fato, vez por outra tenho percebido a tendência de nem ao menos ser levada em conta aquela virtude que a Bíblia reputa como a maior de todas as virtudes, a humildade. Já ouvi pessoas discutindo em alguma comissão, a respeito de algum candidato, e dizendo algo assim: “Sim, ele é muito bom; mas é um tanto ou quanto destituído de personalidade”. Não obstante, a minha opinião sobre aquele candidato em particular era que se tratava de um homem modesto. Atualmente, nota-se com maior clareza a tendência de ser exaltada uma certa agressividade, uma determinada confiança própria, justificando-se o uso que um indivíduo esteja fazendo de si mesmo e de sua personalidade, procurando colocar-se em posição de evidência, ou, conforme diz aquela expressão horrível, “procurando impor-se”. A propaganda, que de maneira crescente está sendo utilizada em conexão com o trabalho cristão, proclama essa tendência em altos brados. Quando se leem os relatórios das atividades dos maiores obreiros cristãos do passado, dos maiores evangelistas e de outros, pode-se observar quão modestos eles se mostravam. Hoje em dia, entretanto, estamos passando por aquilo que é a quase total reversão dessa antiga atitude. A promoção própria, ou o emprego de muitas fotografias, estão ambos sendo postos em primeiro plano.

Qual é a significação dessas coisas? Paulo declarou: “Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor...” (II Coríntios 4:5). Conforme esclareceu o apóstolo, quando ele esteve em Corinto, fê-lo em “... fraqueza, temor e grande tremor...” (I Coríntios 2:3). Paulo não subia na plataforma com uma atitude confiante, seguro e desembaraçado, dando a impressão de ser alguém dotado de forte personalidade. Pelo contrário, as pessoas comentavam a seu respeito: “.. .a presença pessoal dele é fraca, e a palavra desprezível” (II Coríntios 10:10). Inclinamo-nos demais por nos afastarmos da verdade e do padrão das Escrituras. Infelizmente, a Igreja anda cedendo muito espaço para que o mundo e os seus métodos influenciem e controlem as suas atitudes e a sua vida diária. A “humildade de espírito” não é popular nem mesmo dentro da Igreja, conforme acontecia antigamente e sempre deveria ser o caso. Os crentes precisam repensar acerca dessas questões. Evitemos aceitar as coisas pela mera aparência; acima de tudo, evitemos ser cativados pela psicologia mundana; e tomemos consciência, desde o início, de que estamos dentro de um reino diferente de tudo quanto pertence a este “presente mundo mau”.

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