terça-feira, 11 de junho de 2024

INVERSÃO



E se, ao invés de uma mulher, fosse um homem pego em flagrante adultério? Será que eles o apedrejariam ou o acobertariam?


E se, ao invés do filho caçula, fosse o pai que gastasse tudo na farra e depois voltasse arrependido? Será que o filho sairia ao seu encontro quando ele tentasse se reaproximar?


E se, ao invés do mendigo Bartimeu, fosse o rico Zaqueu clamando em alta voz, “Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim”? Será que os discípulos mandariam que ele se calasse?


E se, ao invés de Nicodemos, fosse a mulher samaritana a encontrar Jesus na calada da noite? O que os discípulos pensariam?


E se fosse o jovem rico que estivesse paralítico, será que precisaria descer pelo telhado para conseguir falar com Jesus?


E se o centurião romano estivesse à espera de um milagre no tanque de Betesda, alguém se prontificaria a colocá-lo na água quando o anjo descesse?


E se fosse o sacerdote que tivesse sido assaltado e espancado, será que o levita não o acudiria?


E se os cinco pães e dois peixinhos fossem entregues a Judas? Será que ele os repartiria à multidão faminta? 


E se fosse você o personagem principal dessas histórias, o que lhe teria sucedido?


E se fosse você dormindo ao relento nas noites frias de inverno, será que alguém se preocuparia em lhe agasalhar?


Essa inversão de papéis nos desafia a refletir sobre nossas reações e preconceitos. Será que tratamos todos com a mesma compaixão, independentemente de sua posição social, gênero ou circunstâncias? A empatia não deve ser seletiva, e essas perguntas nos lembram da necessidade de acolher e ajudar o próximo, não importando quem ele seja. A verdadeira medida de nossa humanidade está em como tratamos os outros, especialmente os mais vulneráveis.


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