domingo, 30 de junho de 2024

VERDADE

 EM VERDADE, EM VERDADE 


"Tendo Jesus dito isto, turbou-se em espírito, e afirmou, dizendo: Na verdade, na verdade vos digo que um de vós me há de trair" (João 13:21 ACF)


Introdução 


I. EM VERDADE EM VERDADE 


“Em verdade vos digo” ou “em verdade te digo” é uma expressão utilizada por Jesus que aparece registrada dezenas de vezes nos Evangelhos. No Evangelho de João, essa expressão aparece composta com uma repetição a mais, isto é, “em verdade em verdade vos digo” ou “na verdade na verdade te digo”.


Na Bíblia Jesus usa a expressão “em verdade em verdade vos digo” como introdução de uma declaração solene. Portanto, o significado de “em verdade vos digo” pode ser traduzido como “eu solenemente declaro”. Dessa forma, a repetição enfática “em verdade em verdade vos digo” também pode ser traduzida como “mui solenemente eu lhes digo”.


No ensino de Jesus, essa expressão serve como um alerta profundo. Ela introduz uma declaração que traz uma apropriada conclusão ao que está sendo dito. Isso indica que o que se segue após o “em verdade em verdade vos digo” deve ser recebido, refletido, assimilado e obedecido.


O SIGNIFICADO DE 'EM VERDADE VOS DIGO'


A expressão “em verdade” traduz o original amem. Então a repetição “em verdade em verdade” traduz um duplo amém. De forma geral, em hebraico essa expressão transmite o sentido de verdade e fidelidade. 


▪︎ W. Hendriksen diz que por isso essa expressão é usada em declarações que afirmam ou confirmam uma verdade solene.


No Antigo Testamento esse amém (em verdade) também ocorre algumas vezes cf. (1 Reis 1:36; Jeremias 28:6; etc.). Inclusive, o duplo amém também é encontrado nos livros do Antigo Testamento cf. (Números 5:22; Neemias 8:6; Salmo 41:13; etc.).


▪︎ No Novo Testamento o duplo amém aramaico, transliterado em grego e traduzido como “em verdade em verdade” ocorre vinte e cinco vezes no Evangelho de João. Ma seja em sua forma dupla (“em verdade em verdade”), seja em sua forma simples (“em verdade”), essa expressão combina as ideias de verdade e solenidade no Novo Testamento.


Então a expressão “em verdade em verdade vos digo” não somente introduz uma declaração que expressa uma verdade ou um fato, mas também enfatiza que tal verdade ou fato é muitíssimo importante e solene. 


▪︎ W. Hendriksen completa dizendo que em muitos casos a expressão “em verdade vos digo” introduz uma declaração que difere da opinião ou expectativa popular, ou mesmo causa surpresa no ouvinte.


EM VERDADE EM VERDADE VOS DIGO 


Então é correto afirmar que Jesus usa a expressão “em verdade vos digo” como afirmação e confirmação de seu ensino. Embora amém (em verdade) fosse uma típica expressão hebraica, nos lábios de Jesus Cristo certamente ela ganhou uma profundidade incomparável. Isso porque não era um rabino qualquer que estava dizendo “em verdade em verdade vos digo”; nem mesmo era um simples profeta quem estava fazendo uso dessas palavras, por mais repeitado e importante que alguém assim pudesse ser.


▪︎ Inclusive, não há qualquer registro de mais alguém que tenha usado essa expressão de forma semelhante a que Jesus usou. Na verdade ninguém mais além dele teria, de fato, autoridade para fazê-lo. No ensino de Jesus a expressão “em verdade em verdade vos digo” aparece pronunciada pelos lábios daquele que é, Ele próprio, a verdade. Ele mesmo declarou: “Eu sou o caminho a verdade e a vida“ (João 14:6). Essa expressão aponta para a autoridade do único que é digno de ser chamado de “o Amém” cf. (2 Coríntios 1:20; Apocalipse 3:14).


(Daniel Conegero)


II. POR QUE JESUS DIZIA ALGUMAS VEZES EM VERDADE, EM VERDADE ? 


1°) O apóstolo João registrou 25 vezes em seu evangelho a expressão “em verdade, em verdade”. Essa é uma expressão muito interessante usada por Jesus, pois ela é uma repetição de uma palavra hebraica muito conhecida de todos nós, que usamos todos os dias se somos crentes mesmo… (veremos mais abaixo que palavra é essa).


● Analisemos um desses textos: “E acrescentou: Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem” (João 1:51).


Aqui Jesus está falando a Natanael, após ele ter duvidado do fato de Jesus ser o Messias diante de Felipe e depois ser alvo de uma fala de Jesus, que disse que o havia visto debaixo da figueira (João 1:50).


2°) A expressão muito conhecida usada aqui é a palavra hebraica “amém”. Ou seja, ali, onde no português está “em verdade, em verdade”, no original está “amém, amém”. Mas o que isso significa?


A palavra “amém”, sozinha, traz um significado de “certamente”, “de fato”, “com certeza”. Quando utilizada em orações ganha o sentido de “assim seja”. Esse sentido é o mais usado. Mas e quando Jesus usa essa palavra repetida (amém, amém), o sentido dela é o mesmo? Não!


O SENTIDO DE EM VERDADE, EM VERDADE (AMÉM, AMÉM) 


3°) Temos uma mudança de sentido nela. Quando aparece duplicada passa a ter o sentido de “em verdade”, “verdadeiramente”, “certamente”. Mas por que Jesus usa essa expressão dessa forma? Qual o objetivo Dele em falar dessa forma para algumas pessoas?


Jesus usa essa expressão sempre que precisa confrontar alguém que não compreende Sua mensagem ou que dúvida dele e do que Ele prega. Sendo assim, ele está querendo fazer uma afirmação “veemente”, “forte”, “ousada” sobre quem Ele é, sobre a verdade do que Ele está pregando! Dai a repetição.


No texto que coloquei acima (João 1:51) Jesus confronta Natanael, que questionou a Felipe se de Nazaré poderia sair alguma coisa boa (João 1:46), duvidando que Jesus poderia ser o Messias e menosprezando-O por causa da pouca importância da cidade de Nazaré!


Jesus usa em verdade, em verdade para afirmar a autoridade de quem era, de Sua vinda e de Seu poder!


ALGUNS USOS DE EM VERDADE, EM VERDADE NA BÍBLIA 


4°) Em um confronto com os judeus religiosos, por conta de Jesus fazer milagres do Sábado (João 5:16), Ele novamente usa o “amém, amém” para demonstrar a verdade do que Ele fazia e o erro dos fariseus em rejeitar as palavras Dele:


“Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida” (João 5:24).


5°) Por fim, termino com o exemplo da frustração de Jesus com a grande incredulidade dos religiosos de Sua época, que já haviam ouvido Jesus muitas vezes, mas, ainda assim, mantiveram-se de coração duro:


“Jesus, pois, lhes afirmou de novo: Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas” (João 10:7)


Jesus teve que demonstrar que Ele era a porta, mas eles não creram nessa verdade de Deus, rejeitando o Messias e ainda trazendo dura perseguição a ele!


(André Sanchez)


▪︎ "Na verdade, na verdade vos digo: Se alguém receber o que eu enviar, me recebe a mim, e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou" (João 13:20 ACF)


***

Conclusão 


III. CRISTO A VERDADE 


Quase dois mil anos atrás, A VERDADE foi levada a julgamento e condenada por pessoas que se dedicavam à mentira. De fato, A VERDADE enfrentou seis julgamentos em menos de um dia, três dos quais eram religiosos, e três que eram legais. No final, poucas pessoas envolvidas nesses eventos poderiam responder à pergunta: "Que é a verdade?"


Depois de ser preso, A VERDADE foi levada primeiro a um homem chamado Anás, um corrupto ex-sumo sacerdote dos judeus. Anás quebrou inúmeras leis judaicas durante o julgamento, incluindo a realização do julgamento em sua casa, tentar induzir auto-acusações contra o réu e bater no réu, o qual não havia sido condenado por nada até aquele momento. Depois de Anás, a Verdade foi levada ao reinante sumo sacerdote, Caifás, o qual era o genro de Anás. Diante de Caifás e do Sinédrio judaico, muitas testemunhas se prontificaram para testemunhar contra a Verdade, mas nada podia ser provado e nenhuma evidência de má conduta podia ser encontrada. Caifás quebrou pelo menos sete leis enquanto tentava condenar a Verdade: 


1°) o julgamento foi realizado em segredo; 

2°) foi realizado à noite, 

3°) envolveu suborno; 

4°) o réu não tinha ninguém presente para fazer uma defesa a seu favor; 

5°) a exigência de 2-3 testemunhas não podia ser cumprida; 

6°) usaram testemunho auto-incriminatório contra o réu, 

7°) condenou o réu à pena de morte no mesmo dia. Todas essas ações eram proibidas pela lei judaica. Independentemente disso, Caifás declarou a Verdade culpada porque a Verdade afirmou ser Deus na carne, algo que Caifás chamava de blasfêmia.


▪︎ Ao amanhecer, o terceiro julgamento da Verdade ocorreu, resultando no Sinédrio judaico pronunciando que a Verdade devia morrer. No entanto, o conselho judaico não tinha o direito legal de executar a pena de morte, por isso foram obrigados a trazer a Verdade ao governador romano na época, um homem chamado Pôncio Pilatos. Pilatos foi nomeado por Tibério como o quinto prefeito da Judeia e serviu nessa capacidade entre 26-36 AD. O procurador tinha poder de vida e morte e poderia reverter sentenças capitais aprovadas pelo Sinédrio. Enquanto a Verdade estava diante de Pilatos, mais mentiras foram feitas contra Ele. Seus inimigos disseram: "Encontramos este homem pervertendo a nossa nação, vedando pagar tributo a César e afirmando ser ele o Cristo, o Rei" (Lucas 23:2). Isso foi uma mentira porque a Verdade tinha dito que todos pagassem os seus impostos (Mateus 22:21) e nunca falou de Si mesmo como um desafio para César.


Após isso, uma conversa muito interessante entre a Verdade e Pilatos ocorreu. “Tornou Pilatos a entrar no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus? Respondeu Jesus: Vem de ti mesmo esta pergunta ou to disseram outros a meu respeito? Replicou Pilatos: Porventura, sou judeu? A tua própria gente e os principais sacerdotes é que te entregaram a mim. Que fizeste? Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui. Então, lhe disse Pilatos: Logo, tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. Perguntou-lhe Pilatos: Que é a verdade? Tendo dito isto, voltou aos judeus e lhes disse: Eu não acho nele crime algum” (João 18:33–38).


● A pergunta de Pilatos: QUE É A VERDADE? tem sido repercutida ao longo da história. Foi um desejo melancólico de saber o que mais ninguém podia lhe dizer, um insulto cínico ou talvez uma resposta irritada e indiferente às palavras de Jesus?


▪︎ Em um mundo pós-moderno que nega que a verdade possa ser conhecida, a questão é mais importante do que nunca para responder. QUE É A VERDADE?


UMA PROPOSTA DEFINIÇÃO DA VERDADE 


● Ao definir a verdade, é útil primeiramente observar o que ela não é:


▪︎ A verdade não é simplesmente qualquer coisa que funcione. Esta é a filosofia do pragmatismo - uma abordagem semelhante à de que o fim justifica o meio. Na realidade, a mentira pode até "dar certo", mas ainda é uma mentira e não a verdade.


▪︎ A verdade não é simplesmente o que é coerente ou compreensível. Um grupo de pessoas pode se reunir e formar uma conspiração com base em um conjunto de falsidades, onde todos concordam em contar a mesma história falsa, mas isso não torna a sua apresentação verdade.


▪︎ A verdade não é o que faz as pessoas se sentirem bem. Infelizmente, más notícias podem ser verdadeiras.


▪︎ A verdade não é o que a maioria diz ser verdade. Cinquenta e um por cento de um grupo pode chegar a uma conclusão errada.


▪︎ A verdade não é o que é abrangente. Uma apresentação longa e detalhada ainda pode resultar em uma falsa conclusão.


▪︎ A verdade não é definida pela intenção. Boas intenções ainda podem estar erradas.


▪︎ A verdade não é como nós sabemos, mas o que sabemos.


▪︎ A verdade não é simplesmente o que se acredita. Uma mentira acreditada ainda é uma mentira.


▪︎ A verdade não é o que se provou publicamente. Uma verdade pode ser conhecida em particular (por exemplo, a localização do tesouro enterrado).


● A palavra grega para VERDADE é alētheia, que significa literalmente "des-esconder" ou "esconder nada." Ela transmite a ideia de que a verdade está sempre disponível, aberta e acessível para que todos a possam ver, sem nada sendo escondido ou obscuro A palavra hebraica para "verdade" é emeth, que significa "firmeza", "constância" e "duração". Tal definição implica uma substância eterna e algo em que se pode contar.


DO PONTO DE VISTA FILOSÓFICO, HÁ TRÊS MANEIRAS SIMPLES DE DEFINIR A VERDADE:


a) A verdade é o que corresponde à realidade.

b) A verdade é o que corresponde ao seu objeto.

c) A verdade é simplesmente dizer como realmente é.


▪︎ Em primeiro lugar, a verdade corresponde à realidade ou "o que é." É real. A verdade também é de natureza correspondente. Em outras palavras, ela corresponde ao seu objeto e é conhecida pelo seu referente. Por exemplo, um professor diante de uma classe pode dizer: "A única saída desta sala é à direita." Para a classe que pode estar de frente para o professor, a porta de saída pode ser à sua esquerda, mas é absolutamente verdade que a porta, para o professor, é à direita.


▪︎ A verdade também coincide com o seu objeto. Pode ser absolutamente verdade que uma determinada pessoa pode necessitar de tantos miligramas de um determinado medicamento, mas outra pessoa pode necessitar de mais ou menos do mesmo medicamento para produzir o efeito desejado. Isso não é verdade relativa, mas apenas um exemplo de como a verdade deve coincidir com o seu objeto. Seria errado (e potencialmente perigoso) que um paciente pedisse que o seu médico lhe desse uma quantidade inadequada de um determinado medicamento, ou dissesse que qualquer remédio serviria para a doença em questão.


Em suma, a verdade é simplesmente dizer como é; é a maneira como as coisas realmente são, e qualquer outro ponto de vista é errado. Um princípio fundamental da filosofia é ser capaz de discernir entre a verdade e o erro, ou como Tomás de Aquino observou: "É a tarefa do filósofo fazer distinções".


DESAFIOS PARA A VERDADE 


As palavras de Aquino não são muito populares hoje em dia. Fazer distinções parece estar fora de moda em uma era pós-moderna do relativismo. É aceitável hoje dizer: "Isso é verdade", contanto que não seja seguido por "e, portanto, isso é falso." Isto é especialmente observável em questões de fé e religião, onde cada sistema de crenças é para ter a mesma quantidade de igualdade quando se trata da verdade.


Há uma série de filosofias e cosmovisões que desafiam o conceito de verdade, mas, quando cada uma é examinada criticamente, acaba sendo de natureza auto-destrutiva.


A filosofia do relativismo diz que toda verdade é relativa e que não existe tal coisa como verdade absoluta. Entretanto, é preciso perguntar: é a alegação de que "toda verdade é relativa" uma verdade relativa ou uma verdade absoluta? Se for uma verdade relativa, então realmente não tem nenhum sentido; como é que sabemos quando e onde se aplica? Se for uma verdade absoluta, então existe verdade absoluta. Além disso, o relativista trai a sua própria posição quando afirma que a posição do absolutista é errada - por que não podem aqueles que dizem que a verdade absoluta existe estar corretos também? Em essência, quando o relativista diz: "Não há nenhuma verdade", ele está pedindo para você não acreditar nele, e a melhor coisa a fazer é seguir o seu conselho.


Aqueles que seguem a filosofia do ceticismo simplesmente duvidam de toda a verdade. Entretanto, será que o cético é cético do ceticismo; ele duvida de sua própria afirmação sobre a verdade? Se sim, então por que prestar atenção ao ceticismo? Se não, então podemos ter certeza de pelo menos uma coisa (em outras palavras, a verdade absoluta existe) – o ceticismo, que, ironicamente, torna-se verdade absoluta nesse caso. O agnóstico diz que não se pode conhecer a verdade. No entanto, a mentalidade é auto-destrutiva porque afirma conhecer pelo menos uma verdade: que a verdade não pode ser conhecida.


Os discípulos do pós-modernismo simplesmente não afirmam nenhuma verdade em particular. O santo padroeiro do pós-modernismo, Frederick Nietzsche, descreveu a verdade assim: "Que é então a verdade? Um exército móvel de metáforas, metonímias e antropomorfismos ... verdades são ilusões ... moedas que perderam as suas fotos e agora importam apenas como metal, não mais como moedas." Ironicamente, embora o pós-modernista tenha moedas na mão que são agora "mero metal", ele afirma pelo menos uma verdade absoluta: a verdade de que nenhuma verdade deve ser afirmada. Como as outras cosmovisões, o pós-modernismo é auto-destrutivo e não pode resistir a sua própria afirmação.


Uma popular cosmovisão é o pluralismo, o qual diz que todas as alegações sobre a verdade são igualmente válidas. Claro que isso é impossível. Podem duas ações - uma que diz que uma mulher está grávida e outra que diz que ela não está grávida - ser ambas verdadeiras ao mesmo tempo? O pluralismo se despedaça aos pés da lei da não-contradição, que diz que algo não pode ser tanto "A" quanto "não-A" ao mesmo tempo e no mesmo sentido. Como um filósofo ironizou, quem acredita que a lei da não-contradição não é verdade (e, por padrão, o pluralismo é verdade) deve ser espancado e queimado até admitirem que ser espancado e queimado não é a mesma coisa que não ser espancado e queimado. Além disso, observe que o pluralismo afirma ser verdadeiro e que nada contra ele é falso – sendo essa uma afirmação que nega o seu próprio princípio fundacional.


O espírito por trás do pluralismo é uma atitude de braços abertos de tolerância. No entanto, o pluralismo confunde a ideia de todos têm o mesmo valor com todas as reivindicações sobre a verdade sendo igualmente válidas. Mais simplesmente, todas as pessoas podem ser iguais, mas nem todas as reivindicações sobre a verdade o são. O pluralismo não consegue entender a diferença entre opinião e verdade, uma distinção que Mortimer Adler observa: "O pluralismo é desejável e tolerável somente naquelas áreas que são questões de gosto e não em questões sobre a verdade."


REFLEXÃO 


III. A GRAÇA E A VERDADE 


O acoplamento de graça e verdade é encontrado em vários lugares na Bíblia, incluindo (Colossenses 1:6 e 2 João 1:3) no Novo Testamento, e (2 Samuel 15:20 e Salmos 86:15) no Antigo Testamento. Depois temos (João 1:14, 17), que diz: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, pleno de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai. Porque a lei foi dada por meio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.”


É muito provável que João esteja fazendo referência aos termos hebraicos hesed (“misericórdia” ou “benignidade”) e emet (“verdade” ou “fidelidade”), encontrados juntos em Êxodo 34:6: “Tendo o SENHOR passado diante de Moisés, proclamou: SENHOR, SENHOR, Deus misericordioso e compassivo, tardio em irar-se e cheio de bondade e de fidelidade.” Observe que os atributos de Deus no Antigo Testamento são aplicados a Cristo no Novo. Logo no início de seu evangelho, João está fazendo uma declaração sutil sobre a divindade de Jesus. O restante do evangelho de João se desdobrará sobre essa verdade.


É importante que a graça e a verdade funcionem em tandem. Um ênfase apenas na graça pode se dissipar em uma base superficial e sentimental, onde a justiça ou a verdade é desprezada. No entanto, um foco apenas na verdade pode se degenerar em um dogma frio e endurecido. O caráter de Jesus demonstra o equilíbrio perfeito de ambas, graça e verdade. Ele é “cheio” de ambas.


A graça e a verdade se unem na mensagem do evangelho para formar uma distinção chave do cristianismo em relação a outras religiões. Em todas as outras religiões, a graça e a verdade nunca são equilibradas. Em vez disso, a divindade adorada dispensa justiça à custa da graça ou dispensa graça à custa da justiça e da verdade. O cristianismo é único no fato de que Deus entrega graça através de Sua justiça

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