quarta-feira, 31 de julho de 2024

AMOR

 Muitas vezes nos perguntamos, porque será que o amor acaba?

Ele acaba por causa de centenas de coisinhas pequenas e insignificantes, as chamadas pedrinhas que vamos tropeçando no meio do caminho durante a nossa jornada, na verdade não passam de coisas que não foram faladas e vão- se acumulando!

Conheces aquela despensa onde vamos guardando todos os nossos lixos? Acontece o mesmo connosco vamos guardando todos os lixos dentro de nós, quando ficamos calados, quando não comunicamos, quando não partilhamos o que sentimos, o que pensamos, e isso vai sufocando de tal maneira que as pessoas acreditam que o amor acabou!

Mas o amor não acaba, ele é uma fonte inesgotável, ele vai ficando sufocado, ele vai sendo acumulado pela nossa cobardia de ficar em silêncio e não resolver!

E nessa fase as pessoas pensam em desistir do amor, desistir de um relacionamento por causa desses obstáculos!

Só não entendem que esses obstáculos existem porque a vida é feita de superações e conquistas!

E no meio de cada conquista nossa, ouvir dor, decepção, sofrimento, até é necessario passarmos por isso!

E lembra-te sempre que fugir é bem mais fácil, mas a fraqueza é a desculpa dos covardes!

CURA

 ELE CUROU MUITOS DOENTES

(Marcos 1:34)


Jesus é Deus, Senhor da criação e Governador de todas as coisas. Mas Ele também é homem, portanto conhece as nossas dores, angústias e fraquezas. Sem pecar, conhece também as tentações do pecado enquanto esteve fisicamente entre nós. Ele conhece o seu sofrimento! 


Em Marcos 1:34 lemos que "Jesus curou muitos que sofriam de várias doenças. Também expulsou muitos demônios, mas não permitia que os demônios falassem, porque sabiam quem ele era". Jesus havia curado a sogra de Simão (v.31). Assim, a notícia se espalhou em Cafarnaum e ao anoitecer levaram todos os enfermos e possessos por espíritos malígnos (v.32) e "toda a cidade se reuniu à porta da casa" (v.33). Assim, lemos que "Jesus curou muitos que sofriam de várias doenças" e que também "expulsou muitos demônios" (v.34). O que isto nos diz? 


Jesus tem compaixão de nós. Ele conhece o nosso sofrimento, nossas dores e angústias. Ele conhece as dores do nosso corpo e também da nossa alma. Ele sabe quando clamamos por socorro, pois nada mais nos resta. Em Hebreus 4 lemos que Jesus é o nosso Sumo Sacerdote que se compadece de nossas fraquezas, pois "como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado" (v.15). Ele conhece a sua dor. Ore ao Senhor, abra o seu coração, fale de suas dores, fraquezas, pecados e problemas, sem reservas. E clame por socorro! 


Jesus cura e liberta. Vemos que Ele curou a muitos. O texto não nos diz que Ele curou a todos, mas a muitos. Isto significa que Ele conhece a nossa enfermidade e que Ele pode nos curar. É certo que o Senhor às vezes diz 'sim', outras vezes 'espere' e também diz 'não'. O importante é confiarmos em três verdades bíblicas sobre este assunto. Primeiro, Ele pode curar. Jesus tem o poder de curar qualquer enfermidade e fazer cessar qualquer sofrimento. Creia e peça que Ele o cure! Segundo, se o processo for longo e a espera for difícil, Ele está conosco todos os dias e nos dará forças para cada desafio. Jamais estaremos sozinhos. Terceiro, se Ele não curar, mesmo que não compreendamos os motivos, devemos confiar e descansar, sabendo que Ele tem razões que desconhecemos, e todos os seus planos são planos de amor. Em tudo, porém, devemos descansar, pois estamos em Suas mãos, e exaltar o Seu Nome, que é digno de toda adoração. 



VALIOSA

 Convém não esquecer que a jornada é tão valiosa quanto o destino, pois é nela que encontramos nosso verdadeiro eu. Essa perspectiva nos encoraja a valorizar cada esforço, independentemente do resultado final. Lembremo-nos de que cada tentativa é um passo em direção ao crescimento e à realização. Agradeçamos pelas lições aprendidas ao longo do caminho e renovemos nosso compromisso de tentar, quantas vezes forem necessárias. Que possamos, a cada dia, encontrar a coragem para tentar, a resiliência para persistir e a sabedoria para aprender com cada esforço.

VOLTA

 “Quando o Senhor trouxe os cativos de volta a Sião, foi como um sonho. Então a nossa boca encheu-se de riso, e a nossa língua de cantos de alegria. Até nas outras nações se dizia: “O Senhor fez coisas grandiosas por este povo.”

Salmos 126:1-2

Estes versos do salmo 126 falam de restauração. A palavra “Sião” é citada na Bíblia mais de uma centena de vezes. É um local que tem uma representação espiritual muito importante, pois é referência da bênção e da graça de Deus.


O povo de Deus, que até então estava cativo e era oprimido, finalmente, tinha sido liberto e podia usufruir de uma vida em paz. Sua alegria era tão grande, que aquelas pessoas ficaram como quem sonha.


Você tem passado por situações difíceis? Sente-se, muitas vezes, impossibilitado de mudar as circunstâncias? Tem a sensação de que os dias passam e que as coisas não mudam para melhor? Você não é o único, e tudo isso será passageiro. Tenha calma e persevere confiando e olhando para Jesus.


Ele é a fonte da sua alegria em dias difíceis, mas também quer que você desfrute dos Seus milagres concretamente. Por isso, você terá a oportunidade de viver as respostas que tem pedido a Deus e ficará impressionado com tudo que Ele fará! Você crê?


Eu profetizo que Deus já está restaurando a sua sorte. O seu coração se encherá de alegria e louvor, e todos reconhecerão que o Deus a quem você serve é ilimitado no Seu poder e especialista em realizar o impossível.


Chegará a hora em que Deus dirá “basta!” às circunstâncias que te pressionam e você viverá, enfim, os sonhos dEle para você! Não desista de acreditar, pois Ele é fiel à Sua Palavra e ama você demais!

VIDA

 A construção da felicidade é a nossa ocupação diária. Porém, na trajetória da vida, há momentos em que nosso coração se quebra em mil pedaços. Pode ser uma perda, uma desilusão ou um desafio inesperado. Essas experiências dolorosas nos atingem profundamente, mexendo com nossas emoções e nossa percepção do mundo. No entanto, é exatamente nessas fraturas que encontramos a oportunidade de ver além do superficial. Quando nosso coração se quebra, somos forçados a olhar para dentro, a confrontar nossas fragilidades e a questionar nossas certezas. Esse processo de introspecção, embora difícil, nos permite desenvolver uma visão mais clara e realista da vida. Enxergamos com mais nitidez o que realmente importa, quem somos de verdade e quais são nossos verdadeiros desejos e necessidades. No entanto, as dores mais profundas muitas vezes abrem nossos olhos para as verdades mais essenciais. Essa nova visão, conquistada com tanto esforço e lágrimas, nos guia para um caminho de autenticidade e crescimento. As coisas que quebram nosso coração também nos ensinam a valorizar mais as pequenas alegrias e os momentos de paz. Passamos a dar mais importância às relações genuínas, aos gestos de carinho e às conquistas diárias que antes poderiam ter passado despercebidas. Esse ajuste na nossa visão nos faz mais gratos e conscientes do presente, vivendo com mais intensidade e propósito. Convém não esquecer que a dor pode ser um mestre severo, mas é um mestre que nos ensina lições que nunca esqueceremos. Cada vez que nosso coração se quebra, temos a chance de reconstruí-lo de maneira mais forte e mais sábia. É nesse processo de reconstrução que descobrimos nossa resiliência e nossa capacidade de transformar dor em sabedoria. Que possamos, a cada dia, encontrar a força para seguir em frente, valorizando as novas perspectivas que surgem das nossas fraturas. Que este dia nos inspire a ver com mais clareza e a viver com mais profundidade, reconhecendo a beleza que pode surgir mesmo dos momentos mais dolorosos. 

CANSADOS

 "Vinde a mim todos os que estão cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei" disse o nosso Senhor Jesus Cristo. Muitos desafios o ser humano passa na vida. Porém, o maior desafio está dentro dele mesmo. O desafio de entregar todas as suas vontades nas mãos do Senhor. Por vezes, mesmo sabendo que a última palavra vem da boca de Deus, o ser humano resiste em passar o leme de sua vida a Ele. Todos os que assim fizeram foram bem - aventurados e bem - sucedidos. Basta relembrar de alguns heróis da fé. Abraão, José, Moisés, Davi e outros tiveram sucesso no que empreenderam, pois entregaram tudo nas mãos de quem é o caminho, a verdade e a vida. Portanto, se há qualquer situação que seja difícil ou até pense ser impossível, não há o que temer. Pois Ele irá adiante de ti, e endireitará os caminhos tortuosos; quebrará as portas de bronze, e despedaçará os ferrolhos de ferro.

 Dar-te-a os tesouros escondidos, e as riquezas encobertas, para que saibas que Ele é o Senhor, que te chama pelo teu nome.

terça-feira, 30 de julho de 2024

PESCADORES

 EU VOS FAREI PESCADORES DE HOMENS

(Marcos 1:17)


Deus tem um propósito para a sua vida! Esta verdade está presente em toda a Bíblia, do início ao fim. Não nascemos apenas para sobreviver, ou realizar os sonhos do próprio coração. Nascemos para cumprir o propósito de Deus em nós, e este propósito atinge todas as áreas do nosso ser, quem somos e o que fazemos.


Em Marcos 1:17 o Senhor Jesus chama dois pescadores, Simão e André, dizendo: "Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens". E eles seguiram a Jesus. Bem sabemos que eles eram pescadores que estavam pescando, com suas redes, no mar da Galiléia. Eles sabiam o que era pescar, mas Jesus os chama para algo mais. Eu gostaria de refletir com você sobre o chamado de Jesus em sua vida. 


O chamado de Jesus é para segui-lo. Ele não chamou os pescadores para construírem grandes coisas, alcançarem impressionantes resultados ou mesmo para compreenderem todas as coisas. O chamado era simples: eles deveriam segui-lo. As vezes fico pensando que nós nos ocupamos demasiadamente com o que é periférico e deixamos de lado o essencial. E o essencial é seguir a Jesus: seus ensinos, seu exemplo e sua convocação. 


O chamado de Jesus é para fazermos a Sua vontade. Ele chamou pescadores de peixes para serem pescadores de homens. Foram chamados para irem muito além do que jamais pensaram. Foram chamados para conhecer, amar, andar e servir o Rei do universo. E parte deste chamado era para florescerem como testemunhas do Salvador no mundo, pregando a Palavra e chamando todos ao arrependimento, como fazia Jesus. 


Ore ao Senhor e peça por oportunidades para ser um pescador de homens. Use estas oportunidades para testemunhar daquele que é salvação e vida. Partilhe o que Jesus fez por você. Cite versos da Palavra. Convide alguém para um culto em sua igreja. Envie uma mensagem de esperança e fé por meio das redes sociais. Ore por seu vizinho, amigo, conhecido e desconhecido, até que o Senhor responda. Lance as redes do outro lado da rua e do outro lado do mundo, e Deus o abençoará.


TENTATIVAS

As tentativas fazem parte do ato de existir. De forma criativa vamos tentando achar respostas e encontrar saídas para as muitas situações existenciais. Muitas vezes, enfrentamos obstáculos que parecem insuperáveis e desafios que testam nossa perseverança. No entanto, é fundamental lembrar que o verdadeiro fracasso não está em não alcançar a meta, mas em não tentar. Cada esforço que fazemos, cada passo que damos em direção aos nossos objetivos, é uma expressão de nossa coragem e determinação. Tentamos não apenas para alcançar resultados, mas para crescer e evoluir como indivíduos. A verdadeira vitória está em nossa capacidade de levantar e tentar novamente, mesmo após as quedas. Esse espírito de resiliência é o que nos impulsiona a seguir em frente, a acreditar em nosso potencial e a nunca desistir. Cada tentativa é uma oportunidade de aprendizado. Mesmo que os resultados não sejam os esperados, sempre há algo a ser ganho. Aprendemos mais sobre nós mesmos, sobre nossos limites e nossas capacidades. Descobrimos novas estratégias, adaptamos nossas abordagens e fortalecemos nossa determinação. É através dessas experiências que nos tornamos mais fortes e mais preparados para enfrentar futuros desafios. Convém não esquecer que a jornada é tão valiosa quanto o destino, pois é nela que encontramos nosso verdadeiro eu. Essa perspectiva nos encoraja a valorizar cada esforço, independentemente do resultado final. Lembremo-nos de que cada tentativa é um passo em direção ao crescimento e à realização. Agradeçamos pelas lições aprendidas ao longo do caminho e renovemos nosso compromisso de tentar, quantas vezes forem necessárias. Que possamos, a cada dia, encontrar a coragem para tentar, a resiliência para persistir e a sabedoria para aprender com cada esforço. 

segunda-feira, 29 de julho de 2024

PRIMITIVO

 Pintura das ofertas de Caim e Abel por Mariotto Albertinelli

A religião primitiva baseava-se desde a noite dos tempos na ideia do sacrifício, a fim de aplacar a ira dos deuses, por parte dos humanos que não controlavam as forças na natureza nem as conseguiam compreender em termos naturais.


No Livro de Génesis, capítulo 4 lemos sobre os sacrifícios apresentados por Caim e Abel a Deus.


Esse episódio ajuda-nos a entender a diferença entre religiosidade e fé. De certo modo podemos dizer que Caim tipifica a religiosidade e Abel tipifica a fé, ou a espiritualidade cristã.


As diferenças são várias e fundamentais:


A religiosidade oferece a Deus algo que não nos custa, mas a fé oferece sacrifício


O texto diz que Abel sacrificou um animal do seu rebanho, mas Caim limitou-se a trazer dos frutos da terra sem derramamento de sangue, sem sacrifício. Mais tarde Deus declara:


“E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão” (Hebreus 9:22).


A religiosidade oferece a Deus algo que não tem vida em si mesmo, mas a fé oferece a vida


A religião de hoje oferece o corpo (sacrifícios corporais) ou dinheiro, ou velas, ou promessas, mas o que Deus requer é que nos ofereçamos a nós mesmos a Deus, porque o sacrifício de sangue tem o sentido de representar um sacrifício substituinte e aponta profeticamente para Jesus que, como João Baptista anunciou, é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.


A religiosidade oferece a Deus algo que Ele não pede, mesmo que seja muito vistoso, mas a fé caminha na simplicidade da obediência 


“Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar” (7a).


O altar de Caim era muito mais vistoso do que o de Abel, cheio de flores e frutos coloridos e apetecíveis, mas não era isso que Deus tinha pedido.


A religiosidade oferece a Deus algo que não fala com Ele, mas a fé interpela-O 


“E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra” (10).


Flores de frutos não interpelam Deus, mas o sangue (que representa a vida) sim.


A religiosidade suscita em nós sentimentos negativos, mas a fé é humilde 


Caim, ao ver rejeitada por Deus a sua oferenda, ficou zangado: “Mas para Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante” (5). 


“Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Filipenses 2:3-5).


A religiosidade suscita em nós a destruição do que é diferente, mas a fé ama 


“Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5:43,44). 


Apesar de tudo Caim e Abel eram irmãos 


Um caminhou na religiosidade, outro na espiritualidade. Ambos queriam ser aceites por Deus, mas apenas um o foi. Mas nada justificaria que um destruísse o outro. Se nada justifica o racismo e a xenofobia, ainda menos se podem justificar as guerras religiosas ou conflitos entre religiões. Caim e Abel representam assim diferentes formas de procurar a aceitação e aprovação divinas.


Resta saber se a nossa abordagem ao transcendente se faz em obediência à revelação que temos de Deus (como aconteceu com Abel) ou se preferimos construir uma religiosidade que não o toca (como sucedeu com Caim).

ALGO

 A religiosidade é algo tão perverso, tão espiritualmente venenoso, que, ao observar o ensino do Senhor Jesus, entendemos que ela pode ser pior até mesmo do que a imoralidade. Sim, é isso mesmo que estou afirmando. E por quê? Porque, diferentemente dos demais pecadores, o religioso, por sua aparência de piedade, é um pecador vacinado contra o arrependimento!


Lemos na Bíblia que a perversa cidade de Sodoma teria se aberto ao ministério de Jesus e sua pregação de arrependimento, enquanto os judeus de seus dias, não.


E você, Cafarnaum: será elevada até o céu? Não, você descerá até ao Hades! Se os milagres que em você foram realizados tivessem sido realizados em Sodoma, ela teria permanecido até hoje. Mas eu lhes afirmo que no dia do juízo haverá menor rigor para Sodoma do que para você. Mateus 11.23-24


Cafarnaum, lugar onde Cristo operou tantos milagres, terá juízo mais rigoroso que Sodoma! Por quê? A explicação dada por Jesus é clara. Porque diante de milagres como os que Jesus operou, os piores pecadores de Sodoma tinham maior possibilidade de arrependimento. Pior do que um pecador (por mais terrível que seja) só mesmo um outro pecador que é vacinado contra o arrependimento. É isso que a religiosidade faz: bloqueia os pecadores contra o arrependimento. Ela promove um senso de justiça baseado na vida aparente que, por sua vez, o cega para a sua real condição espiritual.


Em outro momento, o Senhor Jesus afirmou que as prostitutas estão mais próximas do reino de Deus do que os religiosos dos seus dias.


E que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Chegando-se ao primeiro, disse: Filho, vai hoje trabalhar na vinha. Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi. Dirigindo-se ao segundo, disse-lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Não quero; depois, arrependido, foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram: O segundo. Declarou-lhes Jesus: Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus. Porque João veio a vós outros no caminho da justiça, e não acreditastes nele; ao passo que publicanos e meretrizes creram. Vós, porém, mesmo vendo isto, não vos arrependestes, afinal, para acreditardes nele. Mateus 21:28-32


À semelhança dos fariseus dos dias de Jesus, nós pecamos hoje por nossa religiosidade. Aprendemos a falar e nos comportar com ares de bons cristãos e, com isso, encobrir nossa desobediência.


Dos dois filhos, quem demonstrou ser obediente? Aparentemente foi o primeiro, que respondeu afirmativamente ao chamado do pai. Porém, na prática, o filho obediente foi o segundo. Ainda que a princípio tenha se rebelado e dito que não faria o que o pai tinha pedido, depois, arrependido, foi e obedeceu. Jesus compara esses dois filhos a dois grupos de pessoas: os fariseus (o grupo religioso mais rigoroso dentro do judaísmo) e os pecadores (os coletores de impostos e prostitutas, que recebiam os piores rótulos sociais e espirituais naqueles dias). Jesus termina dizendo que o último grupo entraria no reino de Deus antes dos fariseus (os beatos e carolas da época).


Conclui-se então, que de nada adianta passar horas sentado na igreja, ouvindo a Palavra de Deus, agindo como quem diz sim a tudo que nosso Pai celestial nos pede, se depois não se faz o que ele nos ordenou. A aparência de obediência não está entre os pecadores; está entre os religiosos. Já a verdadeira obediência nem sempre está com eles.


Penso que, dentre os problemas do religioso, do que cultiva essa vida aparente de devoção exterior sem paixão interior, estão duas coisas terrivelmente danosas à sua relação com Deus: a justiça própria e o orgulho.


Falando da justiça própria, podemos destacar que Jesus endereçou a parábola do fariseu e o publicano que subiram ao templo para orar aos que confiavam em sua própria justiça (Lucas 18.9). Não temos justiça própria; imaginar que isso seja possível é um grande engano! A Palavra de Deus afirma que todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo de imundícia (Isaías 64.6). Nossa justiça nos é imputada por meio de Cristo.


No que diz respeito ao orgulho, sabemos que Deus não quer que ninguém se glorie. Essa é uma das razões pelas quais a Bíblia diz que somos salvos pela graça, e não por obras, para que ninguém se glorie (Efésios 2.8,9). Ou como Paulo disse aos coríntios: a fim de que ninguém se glorie na presença de Deus (1 Coríntios 1.29). E ainda: para que, como está escrito: Aquele que se glorie, que se glorie no Senhor (1 Coríntios 1.31). O orgulho e a vanglória serão evitados mediante contínuo quebrantamento e reconhecimento de quanto dependemos de Deus Para tudo, Sim, até para viver a vida cristã!

CÉU

 Ao orar, devemos pedir que o Senhor abra as janelas do céu para nossos pedidos? Será que precisamos orar até sentir que alcançamos o Senhor? Na verdade, essas são perguntas que, como cristãos, nem deveríamos fazer.

Imagine a cena: você foi convidado por um anfitrião generoso e abastado a participar de uma festa em sua propriedade. No convite está escrito expressamente que tudo estará preparado para a celebração e que os portões estarão franqueados a partir das 14 horas. Você chega ao lugar da festa, está dentro do horário, mas tem vergonha de entrar. Ao invés de tomar parte da festa, manda chamar o dono da casa e pede que ele abra a porta para você e o conduza para dentro. Como ele se sentiria? Valorizaria essa sua atitude? Será que ele não pensaria que você não levou a sério o que ele escrevera no convite? Não ficaria magoado?
Com certa freqüência constato essa mesma postura em irmãos em Cristo e às vezes em mim mesmo. Em nossas orações tendemos a pedir ao Senhor que Ele abra as janelas do céu ou que franqueie nossa entrada à Sua presença, que Ele escancare as portas celestiais para nossos pedidos, para Suas bênçãos sobre nós, para o Seu agir em nosso favor e em favor de outros. Mas eu me pergunto:
Precisamos pedir que o Senhor abra os céus para nós?
Há cristãos que acham que precisam orar por tanto tempo até sentirem que o Senhor está ouvindo e só ficam satisfeitos quando têm a sensação de que chegaram à presença de Deus. Uma oração assim pode ser sincera, pode ser reverente, mas está errada, uma vez que não está levando a sério a Palavra de Deus.
O que a Bíblia diz sobre o céu aberto?
Desde a ressurreição e ascenção de nosso Senhor Jesus Cristo, o céu está permanentemente aberto. No momento em que oramos a Jesus, no instante em que invocamos Seu Nome, já estamos em Sua presença. Ao pronunciar as primeiras palavras, Ele já está a nos ouvir e nos encontramos imediatamente na presença de Deus. Não importa se nossas emoções nos fazem sentir enlevados ou se não sentimos nada. Deus está nos ouvindo, o céu está aberto para nós – sempre!
O que Jesus consumou através de Sua morte e ressurreição é algo único e singular, que não existia antes em lugar algum e que deveríamos aproveitar muito mais pela fé.
Antes da vinda de Jesus ao mundo
Antes que Jesus viesse ao mundo e antes de Sua ascenção, o céu se abria apenas em certas ocasiões (revelações) e depois se fechava novamente. A culpa do céu cerrado foi a queda em pecado, e desde então, com poucas exceções, se manteve assim até Jesus realizar a obra de salvação por todos nós. O pecado se interpunha entre os homens e Deus e impedia seu acesso a Ele. Apenas aqui e ali Deus abria o céu para transmitir alguma mensagem específica.
No Antigo Testamento
Vejamos um exemplo bíblico do que estou dizendo: “Aconteceu no trigésimo ano, no quinto dia do quarto mês, que, estando eu no meio dos exilados, junto ao rio Quebar, se abriram os céus, e eu tive visões de Deus” (Ez 1.1). Obviamente os céus se abriram porque estavam fechados. Nessa abertura, o profeta teve visões de Deus. Uma se destaca de forma especial. Ezequiel viu o Messias, que é Deus (veja Fp 2.6ss.): “Por cima do firmamento que estava sobre a sua cabeça, havia algo semelhante a um trono, como uma safira; sobre esta espécie de trono, estava sentada uma figura semelhante a um homem. Vi-a como metal brilhante, como fogo ao redor dela, desde os seus lombos e daí para cima; e desde os seus lombos e daí para baixo, vi-a como fogo e um resplendor ao redor dela. Como o aspecto do arco que aparece na nuvem em dia de chuva, assim era o resplendor em redor. Esta era a aparência da glória do Senhor; vendo isso, caí com o rosto em terra e ouvi a voz de quem falava” (Ez 1.26-28).
Quando comparamos todo esse relato com as descrições encontradas no Apocalipse, vemos uma forte harmonia e uma semelhança impressionante (Ap 1.12-17; Ap 4.2,8). Deus apareceu a Ezequiel em forma humana, o que certamente aponta para o Messias ainda antes de Sua vinda ao mundo. Mas como naquela ocasião Ele ainda não tinha chegado a esta terra, o céu necessariamente voltou a se fechar quando a visão cessou, vindo a se abrir de forma definitiva apenas quando o Messias entrou em cena.
O Messias abriu o céu
Com a vinda do Messias apareceu no mundo Aquele que Ezequiel vira séculos antes no céu que se abrira. Quando o Senhor Jesus começou Seu ministério e foi batizado no rio Jordão, aconteceu o seguinte: “Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.16-17). Após a queda em pecado, o céu nunca tinha se escancarado dessa forma para qualquer ser humano. Com Ezequiel a abertura do céu aconteceu para que ele recebesse revelações. Mas com o Filho de Deus isso ocorreu para confirmá-lO em Seu ministério.
Da próxima vez que você for orar ou exercer algum ministério para o Senhor, por favor, lembre-se de que o céu não precisa ser aberto antes, mas que ele está sempre aberto sobre você.
Na Sua primeira vinda, Jesus já anunciava o tempo em que o céu estaria aberto para sempre: “Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem” (Jo 1.51). Jesus é a es cada para o céu; por Ele chegamos ao céu e por Ele o céu vem até nós.
É curioso observar uma coisa que certamente tem seu significado: tanto a passagem de Ezequiel como a de João falam primeiro em descer e depois em subir. Por Jesus ter subido dos mortos primeiro, agora as bênçãos celestiais descem até nós.
Com a ascenção
Na Sua ascenção, Jesus adentrou os céus e mantém a porta aberta para sempre (ver Hb 4.14). O acesso ao Pai está livre. Aquilo que fora destruído pelo primeiro Adão foi restaurado por Jesus. A partir da subida de Jesus até o Pai não vemos mais a Bíblia dizendo que “os céus se abriram”, como foi dito a Ezequiel ou por ocasião do batismo de Jesus no Jordão. A partir desse momento vemos o céu aberto sempre, constante e continuamente, já que não voltou a se fechar depois que Jesus entrou por ele.
Uma grandiosa indicação de que agora o céu está permanentemente aberto e que temos acesso direto ao Pai é o dom do Espírito Santo, enviado a nós a partir do céu. Ele é o vínculo perene entre nós e o céu aberto. “...pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o Evangelho, coisas essas que os anjos anelam prescrutar” (1 Pe 1.12).
Por essa razão Estêvão, cheio do Espírito Santo, podia dizer: “Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus” (At 7.56). Agora não lemos mais que “o céu se abriu” e sim “vejo os céus abertos”, porque não voltou a ser fechado depois que Jesus o abriu. Essa mesma realidade pode ser vista em outras situações semelhantes relatadas no Novo Testamento, como no caso de Pedro, de quem está escrito: “então, vi o céu aberto e descendo um objeto como se fosse um grande lençol, o qual era baixado à terra pelas quatro pontas” (At 10.11). João testemunha no Apocalipse: “Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas” (Ap 4.1; veja Ap 19.11).
Da próxima vez que você for orar ou exercer algum ministério para o Senhor, por favor, lembre-se de que o céu não precisa ser aberto antes, mas que ele está sempre aberto sobre você. Assim como a pedra do sepulcro foi removida e o túmulo não conseguiu reter Jesus, da mesma forma a porta do céu está aberta para cada um de nós: “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hb 4.16).
Todas as reações:
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ONESIMO

 I. O EVANGELHO PROPORCIONA UTILIDADE!

“Ele antes era inútil para você, mas agora é ÚTIL, tanto para você quanto para mim.” (Filemom 11)
O apóstolo faz um jogo de palavras nesse versículo, expressando assim uma verdade espiritual e para destacar o poder do evangelho.
Onésimo significa “O ÚTIL”. Pelo visto, antes de se tornar cristão, esse escravo era tudo menos útil para o seu senhor. Aparentemente ele antes era falso, mentiroso e ladrão.
Por trás desse nome há uma tragédia escondida – talvez até uma tragédia familiar. Sabe-se que naquela época os pais colocavam nomes em seus filhos com o qual expressavam uma esperança ou um desejo. Onésimo, no entanto, havia destruído totalmente essa esperança e decepcionado os seus pais. Ele era o flagrante oposto daquilo que se esperava dele. – Agora, porém, ele encontrou a Jesus e, a partir desse momento, dava toda a honra ao nome dele. Ele se tornou útil.
II. O PODER DO EVANGELHO PODE TRANSFORMAR TOTALMENTE UMA PESSOA:
Onésimo, um escravo e ladrão inútil, tornou-se um amado e fiel irmão em Cristo: “Ele irá com Onésimo, fiel e amado irmão, que é um de vocês” (Colossenses 4.9). Pedro, um pescador que jogava a rede em vão, tornou-se um homem cuja sombra era suficiente para curar pessoas: “De modo que o povo também levava os doentes às ruas e os colocava em camas e macas, para que pelo menos a sombra de Pedro se projetasse sobre alguns, enquanto ele passava” (Atos 5.15). Um agitado homem possesso se tornou um calmo discípulo de Jesus: “Noite e dia ele andava gritando e cortando-se com pedras entre os sepulcros e nas colinas” (Marcos 5.5). – “Quando se aproximaram de Jesus, viram ali o homem que fora possesso da legião de demônios, assentado, vestido e em perfeito juízo; e ficaram com medo” (Marcos 5.15).
João, o discípulo vingativo, tornou-se o apóstolo do amor: “Mas o povo dali não o recebeu porque se notava que ele se dirigia para Jerusalém. Ao verem isso, os discípulos Tiago e João perguntaram: ‘Senhor, queres que façamos cair fogo do céu para destruí-los?’” (Lucas 9.53-54). – “Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus” (1João 4.7). A mulher samaritana de má fama se tornou uma testemunha da verdade: “‘Não tenho marido’, respondeu ela. Disse-lhe Jesus: ‘Você falou corretamente, dizendo que não tem marido. O fato é que você já teve cinco; e o homem com quem agora vive não é seu marido. O que você acabou de dizer é verdade’” (João 4.17-18). – “Venham ver um homem que me disse tudo o que tenho feito. Será que ele não é o Cristo? Muitos samaritanos daquela cidade creram nele por causa do seguinte testemunho dado pela mulher: ‘Ele me disse tudo o que tenho feito’” (João 4.29,39).
Saulo, o sanguinário perseguidor de cristãos, tornou-se Paulo, um homem de coração bondoso e um advogado para Onésimo: “Muitas vezes ia de uma sinagoga para outra a fim de castigá-los e tentava forçá-los a blasfemar. Em minha fúria contra eles, cheguei a ir a cidades estrangeiras para persegui-los” (Atos 26.11). – “Prefiro fazer um apelo com base no amor... em favor de meu filho Onésimo, que gerei enquanto estava preso. Mando-o de volta a você, como se fosse o meu próprio coração” (Filemom 9-10,12).O carcereiro insensível tornou-se um amigo compassivo: “Depois de serem severamente açoitados, foram lançados na prisão. O carcereiro recebeu instrução para vigiá-los com cuidado. Tendo recebido tais ordens, ele os lançou no cárcere interior e lhes prendeu os pés no tronco” (Atos 16.23-24). – “Naquela mesma hora da noite o carcereiro lavou as feridas deles...” (Atos 16.33).
O evangelho é o poder de Deus que salva, que transforma, que cria novas pessoas: “Vocês sabem que, quando eram pagãos, de uma forma ou de outra eram fortemente atraídos e levados para os ídolos mudos” (1Coríntios 12.2). – “Mas agora, em Cristo Jesus, vocês, que antes estavam longe, foram aproximados mediante o sangue de Cristo” (Efésios 2.13).
(Norbert Lieth)
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III. VIDAS TRANSFORMADAS, RELACIONAMENTOS RENOVADOS
REFERÊNCIA: (FILEMOM 1-25)
● Vida cristã é relacionamento. Esta carta é um manual de relacionamento. Trata de amor, perdão, restituição e reconciliação. Vejamos o contexto e as circunstâncias em que esta carta foi escrita:
1°) Filemon era um homem rico, dono de escravos, convertido pelo ministério de Paulo (v. 19), que morava em Colossos. Ele era um homem que tinha uma vida espiritual exemplar: 1) Fé em Jesus (v. 5); 2) Amor para com todos os santos; 3) O coração dos santos era reanimado por seu intermédio (v. 7).
2°) Esta carta é enviada a Filemon, sua esposa Áfia e seu filho e pastor Arquipo, bem como a toda a igreja que se reunia na casa de Filemon (v. 2).
3°) Paulo estava preso em Roma. E por providência de Deus, o escravo que havia fugido da casa de Filemon e também havia roubado de Filemon (v. 18), foge para Roma e vai parar exatamente onde Paulo estava. E Paulo o levou a Cristo (v. 10).
4°) No Império Romano havia cerca de 60 milhões de escravos. Muitos deles eram oprimidos. Alguns escapavam roubando os seus senhores. Quando eram capturados, eram marcados com um F (fugitivus) na testa com ferro quente ou eram crucificados. Um escravo não tinha direitos. Não era uma pessoa, mas uma ferramenta viva. Valia de 500 a 50.000 denários.
5°) Quando Paulo levou Onésimo a Cristo, este passou a servi-lo, mas Paulo logo o envia de volta ao seu dono, rogando-o que o receba como se fosse o próprio Paulo, dispondo-se inclusive a pagar o que porventura Onézimo lhe devesse.
Conclusão
IV. NESTA CARTA APRENDEMOS VÁRIAS LIÇÕES:
● VOCÊ NUNCA É TÃO GRANDE COMO QUANDO VOCÊ É HUMILDE – (Fl 1,8,9,14,19)
a) Paulo não se apresenta como apóstolo, mas como prisioneiro de Cristo
▪︎ Quando vai interceder por um escravo, coloca-se no nível dele e em vez de usar sua autoridade de apóstolo, apresenta-se como o prisioneiro de Cristo (v. 1) e o velho (v. 9). Quando vai defender a causa de alguém que o mundo considerava apenas um objeto do seu dono, chama-o de MEU FILHO (v. 10), 'O MEU PRÓPRIO CORAÇÃO' (v. 12).
● Paulo compreende que as circunstâncias podem estar fora do nosso controle, mas não do controle de Deus:
1°) Ele não se considera prisioneiro de Roma ou de César, mas de Cristo – É Cristo quem está no controle da sua vida.
2°) A fuga de Onézimo estava fora do calendário de Filemon, mas não fora controle da agenda de Deus (v. 15,16).
b) Paulo não usa sua autoridade de apóstolo para impor sua vontade a Filemon, mas solicita com amor.
▪︎ Se Paulo não tivesse ganhado o coração de Filemon, Onézimo poderia ter tido uma recepção gelada. Paulo prefere apelar em nome do amor do que ordenar (v. 8,9).
▪︎ Muitas vezes podemos fechar portas em vez de abri-las quando exercemos uma autoridade autoritária, em vez de uma postura humilde.
V. VOCÊ NUNCA DEVE PERDER UMA OPORTUNIDADE PARA ELOGIAR SINCERAMENTE AS PESSOAS – (Fl 4-7)
1°. Paulo destaca a vida fiel de Filemon tanto para com Deus como para com os irmãos – v. 4-5
▪︎ Paulo agradece a Deus em oração pelo relacionamento de Filemon com Jesus e com os irmãos. Qual foi a última vez que você agradeceu a Deus pela vida de uma pessoa e disse isso para ela? Às vezes, nós só falamos para os irmãos os seus pontos negativos, mas e o encorajamento?
2°. Paulo enaltace os efeitos do amor Filemon na vida das pessoas – v. 7
• Paulo não era daquilo tipo de crente que achava que é perigoso fazer elogios sinceros. Diga para as pessoas que elas são uma bênção. Diga para elas que você tem sido abençoado por intermédio da vida delas. Diga para elas que muitos são consolados por intermédio do ministério delas. A casa de Filemon era um oásis.
▪︎ Sua vida tem sido um refrigério para as pessoas que vivem ao seu redor. Quando as pessoas oram por você podem fazê-lo com alegria ou sempre com lágrimas?
● O AMOR CRISTÃO SEMPRE ABENÇOA AS PESSOAS:
1°) Gratidão pelo melhor dos outros – (v. 4; 2) 2°) Procura o bem dos outros – (v. 10. 3)
3°) Lida honestamente com os outros – (v. 12)
4°) Leva o fardo dos outros – (v. 18; 5)
5°) Crê o melhor dos outros – (v. 21).
VI. VOCÊ NUNCA DEVE PERDER A OPORTUNIDADE DE SER UM PACIFICADOR – (Fl 8-16)
▪︎ Paulo usou cinco fortes argumentos para apelar a Filemon, a fim de que recebesse com bom grado a Onézimo de volta. Paulo foi um intercessor, um mediador, um pacificador.
• Temos nós construídos pontes ou cavado abismos entre as pessoas?
1°. Ele começou com a reputação de Filemon como um homem que abençoava as pessoas – (Filemom 😎
▪︎ As palavras 'POIS BEM' conectam-se com o fato de que Filemon era um homem que reanimava o coração dos santos. Agora, Paulo está lhe dando a oportunidade de refrigerar o seu próprio coração. Filemon tinha sido uma bênção para muitos crentes, agora deveria ser também para um escravo fugitivo que havia se convertido.
2°. Ele usou a linguagem do amor em vez de autoridade apostólica para sensibilizar (Filemom 9)
▪︎ Paulo era apóstolo, era velho e ainda estava preso. Mas em vez de ordenar, pede, suplica. Há um ditado chinês que diz que “pegamos mais moscas com uma gota de mel do que com um barril de fel”.
3°. O terceiro apelo de Filemon foi a conversão de Onésimo – (Filemom 10)
▪︎ Onésimo era apenas um escravo ladrão e fugitivo, mas agora é filho na fé de Paulo e irmão na fé de Filemon. Em Cristo não há escravo nem livre (Gl 3:28). Isso não significa que quando uma pessoa é convertida que sua condição social muda ou que suas dívidas não devem mais ser pagas. Mas significa que Onézimo agora tem uma nova posição diante de Deus e diante do povo de Deus e Filemon tem que levar isso em consideração.
A VIDA DE ONÉSIMO PODE SER DIVIDIDA EM 5 PARTES:
1) Na Casa de Filemon – sua desonestidade; 2) Em Roma – Uma grande cidade de liberdades sem limites e muitas tentações;
3) Sob a influência da pregação de Paulo – Um ouvinte e um convertido;
4) Na prisão, como um ajudante de Paulo – Sua conversão se prova pelo fato de deixar as más companhias, servir a Paulo e estar pronto a voltar ao seu senhor;
5) Na casa do seu senhor novamente – Retorno, reconciliação e alegria.
4°. O quarto apelo era que Onésimo era útil para Paulo em seu ministério em Roma – (Filemom 11-14)
▪︎ O nome Onézimo significa ÚTIL e o nome Filemon (AFEIÇOADO OU AQUELE QUE É GENTIL). Se o escravo que se tornara inútil, agora é útil, não deveria o nome do patrão fazer jús também ao seu significado?
▪︎ Paulo poderia ter mantido Onésimo consigo em Roma, mas resolveu devolvê-lo ao seu senhor, como alguém útil.
▪︎ O evangelho transforma as pessoas: um inútil numa pessoa útil. Um escravo, num irmão; um ladrão em uma pessoa honesta; um fugitivo em alguém que volta para pedir perdão.
5°. O quinto apelo relata a providência divina – (Filemom 15 -16)
▪︎ Como crentes devemos crer que Deus está no controle das situações e circunstâncias mais difíceis (Rm 8:28). A fuga de Onésimo não apanhou Deus de surpresa. Deus o levou a Paulo em Roma para salvá-lo e devolvê-lo como um irmão ao seu senhor.
▪︎ Onésimo foi para Roma como um escravo, mas voltou como um irmão.
▪︎ Paulo com esses argumentos encoraja Filemon a perdoar o seu escravo e a recebê-lo como a um irmão.
VII. VOCÊ NUNCA DEVE DESISTIR DE VER O PODER DO EVANGELHO PREVALECENDO NA VIDA DAS PESSOAS – (Filemom 17-25)
1°) Precisamos aprender que não existem pessoas mais importantes do que outras – (v. 17)
▪︎ Paulo, o apóstolo de Cristo roga a Filemon para receber o escravo convertido como se fosse ele mesmo. Isso quer dizer que não existe uma pessoa mais importante do que outra na igreja de Deus. Somos todos iguais. Somos todos companheiros de jornada.
● ILUSTRAÇÃO: Erlo Stegen ao receber algumas autoridades sul africanas ficou com vergonha dos zulus e fechou a janela para que as autoridades não vissem os negros e o Espírito lhe disse: Ao fechares a janela, ficarei do lado de fora.
2°) Precisamos aprender a nos identificar com as falhas das pessoas – (v. 18-19)
▪︎ Paulo pediu a Filemon para receber a Onésimo como ao seu próprio coração (v. 12). Paulo estava pronto a colocar a dívida de Onésimo em sua própria conta (v. 18,19). Isso é profunda identificação. Temos que ter compaixão pelos que erram. O Cristianismo transforma o pior escravo no melhor dos homens livres.
▪︎ Isso é uma ilustração do que Jesus fez por nós. Lutero disse que todos nós somos ONÉSIMOS. O povo de Deus foi tão identificado com Jesus que o Pai nos recebe como ao seu próprio Filho. Somos aceitos no Amado (Ef 2:6). Fomos vestidos em sua justiça (2 Co 5:21). A palavra “recebe-o” no verso 17 é receber dentro do círculo familiar. Imagine um escravo entrando dentro do círculo familiar do seu senhor. Imagine um pecador entrando na família de Deus!
▪︎ Paulo não sugere que Filemon ignore os crimes de Onésimo. Mas oferece-se para pagar sua dívida. A linguagem do v. 19 soa como uma nota promissória legal. Não bastou o amor de Deus para nos salvar. Ele salvou-nos por sua graça. E graça é amor que paga um preço! Ele pagou a nossa dívida. Isso é a doutrina da imputação. Cristo morreu na cruz e meus pecados foram lançados sobre ele. Quando eu confio nele, sua justiça é lançada sobre mim. Então, Deus me recebe como recebe ao seu Filho.
3°) Precisamos exercitar tanto a restituição como o perdão – (v. 12, 17-20)
▪︎ Uma pessoa convertida tem uma transformação no seu caráter. Ele deixa de ser caloteiro. Ele assume suas responsabilidades. Ele exercita a restituição. Paulo restitui Onésimo e está pronto a restituir o dinheiro que Onézimo roubou.
▪︎ Mas, embora Paulo esteja pronto a pagar a dívida, encoraja Filemon a perdoar. O perdão é a marca de um verdadeiro cristão. Perdoar é cancelar a dívida, é não cobrá-la mais. É deixar a outra pessoa livre.
4°) Precisamos aprender sobre o glorioso poder de Jesus para salvar
▪︎ Jesus apanha um escravo fugitivo e faz dele um homem livre, santo, salvo, útil. Não há caso perdido para Jesus. Não devemos desistir de pregar nem de esperar a transformação das pessoas. Jesus ainda continua transformando escravos em homens livres. O evangelho transforma um escravo em irmão.
5°) Precisamos compreender que uma pessoa convertida se torna uma pessoa útil nas mãos de Deus – (v. 11)
▪︎ Uma pessoa convertida precisa ser uma bênção. Ela tem uma transformação radical na vida. Ela não é mais a mesma. Suas palavras mudam. Sua conduta muda. Suas atitudes mudam. Antes um problema, agora uma bênção.
▪︎ Uma pessoa convertida é uma bênção permanente – (v. 15)
Paulo termina a carta com uma saudação cheia de ensinos: 1) Quando se faz as coisas do jeito de Deus, os resultados sempre transcendem as expectativas – v. 21; 2) Tudo o que Deus faz, o faz através da intercessão do povo de Deus – v. 22; 3) Demas, amou o presente século e abandonou o apóstolo depois de um tempo de caminhada. Isso não signfica perda da salvação, mas alerta que algumas pessoas podem estar envolvidas na obra sem serem da obra.
(Hernandes Dias Lopes)
Pense nisso!
VIII. 5 FATOS MAGNÍFICOS DO VALOR DA CARTA DE PAULO A FILEMON
a) A carta de Paulo a Filemon é a mais breve entre as cartas que formam a coletânea paulina e consiste apenas em 335 palavras no grego original. É pequeno no tamanho e profundo em seu conteúdo. O ilustre comentarista bíblico Albert Barnes a chama de uma brilhante e bela gema no tesouro dos livros inspirados.
b) William MacDonald afirma que, embora essa carta não seja doutrinária como as demais missivas do apóstolo, é uma perfeita ilustração da doutrina da “imputação”.
c) Paulo se apresentou como mediador entre Onésimo e Filemon para quitar todo o débito de Onésimo. A dívida de Onésimo foi colocada na conta de Paulo, que se dispôs a pagá-la. Esse fato lança luz sobre a bendita verdade de que nossa dívida impagável não foi colocada em nossa conta cf. (2 Co 5.19), mas na conta de Cristo cf. (2 Co 5.21), e Ele, com sua morte, riscou o escrito de dívida que era contra nós, quitando completamente nosso débito. Além disso, sua justiça completa e perfeita foi colocada em nossa conta (2 Co 5.21).
d) Essa identificação é uma ilustração do que Jesus fez por nós. Lutero disse que todos nós somos Onésimos. Jesus se identificou de tal forma conosco que o Pai nos recebe como ao próprio Filho. Somos aceitos no Amado (Ef 2.6). Fomos vestidos com sua justiça (2Co 5.21). A palavra “recebe-o” no versículo 17 é receber dentro do círculo familiar. Imagine um escravo entrando dentro do círculo familiar do seu senhor. Imagine um pecador (como nós) entrando na família de Deus!
5 FATOS QUE REVELAM O VALOR DESSA EPÍSTOLA:
1°) O valor pessoal – Essa epístola nos mostra de forma eloqüente o caráter do apóstolo Paulo. Transbordam dessa pequena carta seu amor, humildade, cortesia, altruísmo e tato.
2°) O seu valor providencial – Aprendemos nessa carta que Deus pode estar presente nas circunstâncias mais adversas (v. 15). Quando as coisas parecem fora de controle e as rédeas saem das nossas mãos, descobrimos que elas continuam sob o controle soberano de Deus. Aquilo que nos parecia perda é ganho. Deus reverte situações humanamente impossíveis. Ele ainda transforma vales em mananciais.
3°) O seu valor prático – Se não há causa perdida para Deus, também, não há vida irrecuperável. Onésimo era um escravo rebelde e fugitivo. Nada havia nele que o pudesse recomendar. No entanto, pela graça de Deus ele foi salvo, transformado e voltou à casa de seu senhor não como um criminoso, mas como um amado irmão em Cristo, membro da família de Deus.
4°) O seu valor social – O cristianismo venceu a escravidão não pela revolução das armas, mas pelo poder do amor. Na época de Paulo a escravidão era uma dolorosa realidade. Os estudiosos dizem que havia aproximadamente 60 milhões de escravos naquela época. Os escravos não tinham direitos legais. Pela mínima ofensa eles podiam ser açoitados, mutilados e até mesmo crucificados. Porém, a conversão a Cristo uniu na mesma família da fé e na mesma igreja senhores e servos. Amo e escravo foram unidos no Espírito Santo e nessa união foram extintas todas as distinções sociais (Gl 3.28).
5°) O seu valor espiritual – A carta de Paulo a Filemon nos apresenta alguns símbolos notáveis da nossa salvação: Onésimo abandonando seu amo. Paulo encontrando-o, intercedendo em seu favor, identificando-se com ele. O seu oferecimento de pagar a dívida e a recepção de Onésimo por Filemon por causa de Paulo; a restauração do escravo solicitada “em nome do amor” (v. 9). Todas essas figuras lançam luz acerca da nossa grande salvação em Cristo.
Quero desafiar o nobre leitor [a] a ler e reler esta preciosa carta de Paulo a Filemon. Uma carta tão pequena, mas de verdades sublimes e eternas para as nossas vidas.
▪︎ Nele, que nos livrou da escravidão e nos concedeu a verdadeira liberdade.
(Através da Bíblia Livro por Livro/ Myer Pearlman - Ed. Vida / Pág. 383-384
▪︎ "O evangelho é isto: somos muito piores do que imaginamos, e muito mais amados do que poderíamos sonhar." – (Timothy Keller)

ALIVIA

  Às vezes, desabafar alivia, mas nem sempre contar para todo mundo resolve. Há dores que só Deus compreende, há fardos que só Ele pode carr...