quinta-feira, 11 de julho de 2024

LUZ

 LUZ EM UMA NOITE ESCURA

 

Há alguns anos, visitando aldeias em uma região na Amazônia, parei para pernoitar em uma comunidade ao longo do rio. O lugar que eu dormiria era um pouco retirado. Assim, atei a minha rede em duas árvores, comi alguma coisa e preparei-me para dormir.


Após deitar, desliguei a lanterna e notei que aquela era uma noite totalmente escura, céu nublado, sem luar e estrelas. Alguns minutos após ter desligado a lanterna, ouvi um barulho bem próximo à minha rede. Liguei a lanterna e notei que dois pequenos pássaros da noite brincavam sobre uma linda flor. Interessante não ter notado algo tão belo e próximo, motivo de alegria. 


Desliguei a lanterna e comecei a dormir quando um barulho diferente surgiu do outro lado da rede. Movimentei a lanterna em direção ao barulho e vi que se tratava de uma cobra que passou por um pequeno lamaçal e não conseguia sair, esforçando-se para deslizar pela lama até finalmente entrar no mato.


Ocorreu-me que a luz do evangelho é como a lanterna em uma noite escura. Revela tanto a bondade de Deus, como a desgraça humana. Tanto os motivos de celebração da graça do Pai, quanto os pecados do nosso coração quebrado. Assim, o evangelho afirma e confronta. 


Perante as expressões da graça de Deus, como a própria criação, somos levados à adoração. Perante a miséria do pecado humano, somos levados ao arrependimento. É a mesma luz, o mesmo evangelho, que revela o Deus eterno e o homem caído. Como diz o salmista: “Pois em ti está o manancial da vida; na tua luz, vemos a luz” (Sl 36:9).


Que seja esta a nossa caminhada, cheia de adoração e quebrantamento, até o dia em que veremos face a face Aquele cujo esplendor é maior do que o sol ao meio-dia.



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